sexta-feira, 20 de junho de 2008

os sonhos são umiversais


Universalidade. Sonhar é universal. Esteve presente na vida do homem primitivo e em todas as culturas conhecidas. A variabilidade da analise da aplicação dos sonhos varia de cultura par cultura, de época para épocapor exemplo certas sociedades supervalorizaram os sonhos, já a outras que os desvalorizaram. Cada sociedade, também enfatizou, aspectos específicos dos sonhos, uma trabalharam os sonhos comum, outras os lúcido, outra a interpretação, técnicas de indução, sonhos de cura, sonhos criativos, etc. Mas em todas elas os sonhos eram importante para a vida cultural, controle social, unidade, segurança psicológica. As ciências oníricas sociais, como a antropologia cultural, a sociologia dos sonhos, antropologia dos sonhos, , psciologia dos sonhos, estudam esses aspectos.
Ideologia. Dentro dessa universalidade, o sonho já foi aproveitado para fins ideológicos, para a manutenção do poder por uma classe dominante. Revolucionários já usaram os sonhos para mudar a ordem dominante. Videntes de todas as épocas utilizaram os sonhos para referendarem suas mensagens. Na Idade Média as pessoa eram queimada pelo seus sonhos e outros eram santificados, de acordo com o campo ideológico que se estava
Sábios. Os mais diversos, cientistas, eruditos, intelectuais, filósofos, sábios, aprenderam com os sonhos e recomenraram os sonhos como fonte de inspiração. Não podemos esquece de que também a religião teve os seus momenos de glórias onírcas.
Revolução. Os sonhos foram as portas de uma ideia, revolucionária à época, que modificaram a forma de pensar dor ser humano, a psicanálise que influenciou toda a ciência social do seu tempo. Há erros na psicanálise, mas pelo menos colocou os sonhos como matéria de estudo científico. A partir daí os sonhos começaram a ter um novo estatus, passou a ser respeitado.
Interior. Os sonhos foram usados, também, por uma classe de sonhadores, o mais certo a fazer, para poder explorar os espaços interiores, para um maior conhecimento do universo interior, o microuniverso mental do sonhador.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

EQMs e sonhos lúcidos

INTRODUÇÃO


Experiência. Experiência de quase morte(EQM) é uma experiência real, concreta, importante e significativa. Os efeitos que as EQMs provocam na vida de uma pessoa é significativo, marcante. Quem passa por uma EQM não é mais o mesmo. É importante ressaltar que a EQM tem sido relatada nos mais diversos recantos do mundo e com pessoas das mais diversas classes sociais, idades, sexo, religião, cultura.
Propósito.O propósito deste artigo é demonstrar que a EQM é uma espécie de sonho lúcido e, que são especialmente reais à pessoa que teve a experiência e, que tem muito a ensinar para nós, sonhadores lúcidos, sonhadores comuns e demais pessoas interessadas no estudo dos sonhos
Frequência. É importante perceber que, esta experiência não é algo rara, que acontece a um entre um milhão. Na realidade, um pesquisador achou que 60% dos pacientes dele que foram ressuscitados tiveram uma EQM, considerando que, em outros estudos mais críticos e acharam que 45% dos pacientes tiveram uma EQM.
Importância. Desde então, este fenómenos têm um grande efeito na vida da pessoa e porque tantos pessoas têm estas experiência, é importante que nós aprendamos sobre EQMs.
Diferença. Deve ser notado que, duas experiência não são idêntica e ninguém experimenta todo elemento dentro do modelo típico de uma EQM. Porém, pessoas que tiveram uma EQM descrevem um pouco de combinação dos elementos achada dentro do modelo típico. Outro ponto na EQM de uma pessoa é que os acontecimentos nem sempre entram na mesma ordem. Por exemplo, algumas pessoas conheceram o ser de luz no começo da experiência e outros conheceram muito o ser de luz posterior na experiência .
Agradável. Esta experiência é agradável? Acima de tudo, a pessoa que passa por uma EQM informa como estando muito contente e acha um estado muito agradável. Muitas pessoas informaram sentimentos intensamente agradáveis e sensações durante a experiência. Um pesquisador dá o exemplo de um homem que reivindicou, não havia nenhuma dor, e o seu eu nunca sentiu tão relaxado
Desagradáveis Porém, pode haver EQMs desagradáveis. Às vezes, uma EQM pode ser muito ruim para uma pessoa. Notou se que isto é especialmente verdade para pessoas que tentaram suicídio. Ele achou isso em todos os casos que os problemas que eles estavam tentando para escapar de foram levados em cima de para EQM.
Complexidade Durante a EQM de suicidas os seus problemas pareciam ser até mesmo mais complexo que antes. Em algumas pessoas de exemplos que tentaram suicídio foram forcados ver as consequências das suas ações . A maioria dessas experiências, durante a EQM, foi comunicado a eles que as duas coisas piores eles poderiam fazer era matança deles ou de outra pessoa.
EFC Alguns pesquisadores defendem a ideia de que a EQM é uma forma de experiência fora do corpo (EFC).

EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE

Introdução Com as novas descobertas médicas e avançados processos de ressuscitamento, parecerem uma nova classe de experiências Ocorridas no intervalo entre a morte clinica e o ressuscitamento: a experiência de quase morte.
Definição. Pessoas que passaram pela morte clínica e foram ressuscitadas narram uma série de experiências muito parecidas conhecidas por EQM, a experiência da quase morte. Uma outra defnição: uma experiência lúcida com a consciência percebia fora do corpo físico durnbte uns breves momentos de estar em uma morte iminente.

Pesquisa A EQM foi estudada por diversos pesquisadores nas mais diversas partes do mundo e ricamente documentada. Por exemplo: Dr. Charles Garfield, psicólogo do Instituto de Pesquisa do Câncer da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, estudou 173 pacientes terminais de câncer, onde encontrou casos de EQMs, algumas positivas e outras negativas. Kennet Ring, da Universidade de Connecticut, entrevistou, durante dois anos, 102 sobreviventes de EQMs.
Clássico. Vamos ver um relato tipo, construído a partir de diversos relatos: " Um homem está morrendo e, quando chega ao ponto máximo do mal estar físico, ouve-se declarado morto pelo médico. Começa a ouvir um barulho irritante, um zumbido ou tilintar alto e, ao mesmo tempo,, sente que está deslocando muito rapidamente para fora do corpo físico, mas o ambiente físico próximo sinas é o mesmo; como se fosse um espectador, de uma certa distância vê o próprio corpo. Daquele ponto de vista privilegiado, fica observando tentativa de ressurreição e sente-se em estado de assombro emocional.
Depois de um certo tempo sossega um pouco e fica acostumado com aquela situação estranha, \nota que ainda tem um " corpo" de uma natureza diferente, que tem poderes muito diferentes dos que tinha o corpo físico que deixou para traz. Começam a acontecer outras coisas; chegam outras pessoas, que vem encontrá-lo e ajudá-lo. Vislumbra os espíritos dos parentes e amigos que morreram e diante dele aparece um Espírito generoso e amável do tipo que jamais havia encontrado: um ser de luz. O ser lhe pede mas não verbalmente, que faça uma avaliação da própria vida, enquanto isso, vai lhe ajudando e mostrando um retrocesso panorâmico e instantâneo, os acontecimentos mais importantes da sua vida. Em dado momento se vê chegando perto de uma espécie de barreira ou fronteira que aparentemente representa o limite entre essa e a próxima vida. Ainda assim, acha que tem que voltar para a Terra, pois a hora da morte ainda não chegou. Nesse ponto resiste, pois agora está absorto pelo que sentiu no após vida e não quer voltar. Está esmagado pelo sentimento de alegria, amor e paz. Porém, a despeito desta atitude, de algum modo está voltando ao corpo físico e continua a viver.
Características São características comuns da EQM:

1. Sensação de paz no começo do encontro;
2. Sensação de que se saiu do corpo;
3. Entrada na escuridão;
4. Visão de uma luz;
5. Entrada na luz;
6. Visão panorâmica;
7. Novos poderes.

Ocorrência Segundo um pesquisador de opinião pública, cerca de 5% dos adultos americanos passaram por uma EQM.
Culturas Alguém escreveu que na África eles vêem edifícios altos e cidades modernas em vez da luz. Cada cultura vê algo diferente por causa dos sistemas de convicção e pela cultura. Eles estão filtrando as faixas transpessoais pêlos sistemas de convicção físicos
Religião A EQM independe de crença religiosa, mas o credo da pessoa pode colorir certos aspectos da experiência.
Linha. Por outro lado além dessas características, temos a linha fatal em que se a pessoa atravessar ela tem a morte irreversível.
EQMs atípicas. Algumas EQMs têm elementos que sustentam poucas semelhanças com a experiência de quase-morte "típica". Segundo pesquisas, algo em torno de 1% a 25% dos indivíduos não experimenta sensações de paz, não visita o céu e nem encontra espíritos amigáveis. Ao invés disso, sentem-se atemorizados e são abordados por demônios ou duendes maliciosos. Eles podem visitar locais que se encaixam nas descrições bíblicas do Inferno, incluindo fogo, almas atormentadas e uma sensação de calor opressivo.
EQMs compartilhadas. Menos comuns são os relatos de EQMs compartilhadas, onde alguém ligado à pessoa que está morrendo a acompanha em sua jornada fora do corpo. Isso pode tomar a forma de um sonho que ocorre no mesmo momento em que a pessoa estava próxima da morte. Crianças também passam por EQM. As muitas novas tendem a relatar experiências surrealistas com alguns dos elementos comuns das EQMs, mas à medida que elas se tornam mais velhas, o ensino religioso geralmente colore suas EQMs com uma conotação mais espiritual, tal como encontrar Deus ou Jesus.
Visões proféticas. Uma pequena porcentagem de pessoas que passaram por EQMs relatam visões proféticas que lhes revelaram o destino da Terra e da humanidade. Trata-se geralmente de uma visão apocalíptica, mostrando o final dos tempos, mas alguns relatam visões da humanidade evoluindo em seres superiores. Um grupo de pessoas que não se conheciam relatou que o mundo terminaria em 1988.
Pergunta A pergunta magna feita pelo ser de luz à pessoa no umbral da linha fatal é sobre o bem que ela praticou na vida terrena.
Cientistas. Para a maioria dos cientistas a EQM são apenas alucinações inteiramente subjetivas., oriunda de processos eletroquímicos no cérebro.
Explicações.Eis aqui algumas explicações materialistas para a EQM: alucinação baseada na expectativa; fabricação consciente; liberação de endorfina no cérebro; despersonalização; outros fenómenos psicológicos que produzem alucinação; ataque ao lobo temporal; efeitos de drogas e anestésicos.
Passada. Em algumas EQMs os experimentadores alcançaram lembranças, retrocognições, rememorações, de uma vida passada.
Panorâmica É a visão de todos os acontecimentos ou os mais importantes que ocorreram na vida da pessoa. Ë a retrospectiva pessoal. Normalmente acontece quando a pessoa está passando por alguma real sensação de perigo.
Semelhança A semelhança com certos aspectos dos sonhos em geral e dos sonhoslúcidos em particular é bem óbvia.
Sonhos Um pesquisador, Dr. Sabon, conclui que a EQM não é um sonho não-lúcido com a sua ressurreição, eles não criando um sonho a partir do conhecimento das técnicas de ressurreição e reanimação cardíaca.
Transformações Em geral as pessoas que passam por uma EQM apresentam transformações fundamentais e admiravelmente positivas nas abordagens que adotam em relação à vida. Um resumo dessas mudanças: -"Com a experiência da quase morte foi descrita uma mudança de atitude favorável que inclui o seguinte:

1. diminuição do medo da morte;
2. um senso de invulnerabilidade relativa;
3. uma sensação de importância especial ou destino especial;
4. uma crença de ter recebido uma favor especial de Deus ou do destino;
5. uma crença fortalecida na continuação da existência.

Outros. Além desses elementos ligados à EQM, parece que havia outros, associados com uma percepção realçada da morte, que resultou da própria EQM. Esses elementos incluíram 1. um senso de preciosidade da vida; 2. uma sensação de urgência e reavaliação de prioridades; 3, uma abordagem menos cautelosa da vida; 4. uma atitude mais passiva em relação a fatos que não podem ser controlados. Parece que esse esquema de mudança contribuiu para a saúde emocional e para o bem estar físico das pessoas que passaram por uma EQM"
Kennet Ríng . Um psicólogo especialista em EQM, Kennet Ring sugeriu que a EQM pode ter várias formas. Observa que " o mundo está testemunhando o aparecimento de uma nova escola de mistérios, na qual as técnicas de ressurreição aplicadas pêlo médicos substituíram os processos hipnóticos praticados pelos sumo-sacerdotes. E claro que os iniciados são pessoas que tiveram morte clínica e a iniciação em si é uma EQM". Ring Considera que a maior vantagem que advém de uma EQM (pelo menos na forma mais elevada) é a possibilidade de perceber “quem e o que realmente somos de fato", um eu mais expressivo e abrangente do que o eu que mostramos na vida real de todos os dias.
Desagradáveis Pesquisadores têm encontrado relatos de EQMs desagradáveis, em que o experimentador narra situações mais parecidas com sonhos não-lúcidos. Certo experimentador narrou que, no momento da morte, viu-se em uma sala escura, com um gigante que lhe pegou em suas mãos e mandou voltar.
Sonhos lúcidos Há uma classe de sonhos especiais em que ocorrem muitas questões enfocadas na EQM, os sonhos lúcidos. Muita das características de uma EQM é encontrada nos sonhos lúcidos, tais como: consciência de estar passando pela experiência; poderes paranormais; vivacidade e coerência das imagens; etc.
Negativo A EQM desagradável tem uma semelhança muito grande com o sonho lúcido negativo e com certos relatos da iniciação onírica xamânica.


Conclusão.

Introdução. Percebe-se a semelhança entre EQMs e sonhos lúcidos em diversos aspectos. Por exemplo a transformação sofrida pela pessoa que passou pela EQM e a mudança que um sonhador tem após ter um sonho transpessoal lúcidos ou não lúcidos. Além do mais temos:

Separação de sair do corpo físico.
Sensação de possuir um segundo corpo.
Reações ansiolítica.
Novos poderes.
Encontro com familiares já falecidos.
Consciência de estar passando pela experiência.
Conversa com um ser de luz.
Viagem para outros lugares.
Compartilhamento oníricom com pessoas vivas
Percepção de acontecimentos na tentativa de ressureição.
Retrospectiva de momentos mais importantes da vida
Esta em um ambiente diferente do ambiente físico
Ambiente realista.
Obstáculo.
Pergunta magna.
Sensação de sobrevivência.
Experiência da passagem de um tunel.
Consciência da necessidade de voltar a vida na vigilia ativa.
Sensação de uma nova oportunidade

Sonhos Lúcidos. Exisem muitas semelhanças entre o estudos sos sonos lúcidos e das EQMs. A universalidade de ambos; a consciência de estar passando pelo fenômeno, a estabilidade do experiência, o impacto da vida da pessoa, a comprovação científica, o compartilhamento da experiência, as teorias que tentam explicar implicam o cérebro como parte integrante. Com isso percebe-se a importancoa de sde estudar os dois assuntos por ambos os pequisadores os de sonhos lúcidos esuda a EQM e os de EQM estudar os sonhos lúcidos. O sonhos com seus princípios, suas leis, sua aplicabilidade é o melhor instrumento para podermos trabalhar, manipular e compreender os nossos espaços interiores, nosso mundo íntimo; a autoconsciência onírica nos leva à transcendência existencial. A Experiência da EQM proporciona o mesmo para a pessoa que passou por essa experiência.
Utilidade. As utilidades dos sonhos sonhos lúcidos são imensas nos possibilitando ter acesso direto a sabedoria multimilenar, perene, transpessoal, paranormal do subconsciente, inconsciente, Eu maior, etc. Sonhar pode tonar-se uma arte muito importante, útil, agradável e enriquecedora. O mesmo se passa com a EQM.
Lucidez. A lucidez nos sonhos é um fato incontroverso, provado laboratorialmente, que permite utilizar o patrimônio onírico, formado pêlos sonhos; sonhos lúcidos; faixas transpessoais; vetores psíquicos; etc., de uma forma racional, inteligente, pragmática, coerente. Com os sonhos lúcidos pode-se trabalhar com os sonhos de uma forma intronírca e não extraonírica como o atual trabalho com os sonhos é feito. Dentro dos sonhos pode-se ter muitas possibilidade, que de outra forma não seriam alcançadas Sonhar lucidamente é o destino inevitável dos seres humanos.
Imaturidade Sonhar mal e não saber aproveitar o enorme potencial à nossa disposição nas faixas, planos, mundos oníricos, é no que consiste basicamente a imaturidade onírica. È comum os sonhadores não terem muitas habilidades oníricas, e ter um comportamento intra-onírico inconseqüente, despreocupado, compensatório, ineficaz, não conectado com a vigília ativa. Essa é a característica da imaturidade onírica o principal objetivo da onirocrítica é combater a imaturidade onírica. Da mesma maneira muitas pessoas estão aproveitando o mínimo suas EQMs devido ao fato de não desenvolveram a lucidez, seja ativa ou onírica.
Maturidade O completo domínio do estado lúcido onírico leva o sonhador a alcançar a maturidade onírica, o realmente saber sonhar. Em um primeiro passo a lucidez onírica, paradoxalmente aumenta a imaturidade onírica. É comum alguns novatos no sonhar lucidamente se preocupam em ter sonhos imaturos através do controle e planejamento oníricos. Chegam ao fastio e começam a se preocupar com a maturidade onírica. Com o crescimento da lucidez onírica aparece o fenômeno da hiperlucidez ou lucidez maior do que na vigília ativa e começa a preocupação em projetar essa lucidez para a vigília ativa com a finalidade de alcançar a maturidade existencial, processo análogo à transformação que passa a pessoa ao passar por uma EQM. Isso reforça mais uma vez a necessidade de estudos mais aprofundados de ambos os fenômenos pelos pesquisadores e pelos sonhadores lúcidos
otavio aquino

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sobre sonhos...(8)





Uma pequena experiência que surtiu um efeito interessante.
Como geralmente faço, tento meditar um pouco à noite, antes de pegar no sono, em posição deitada, de olhos fechados.
Minha meditação por vezes é focada na respiração, porém, em geral, procuro estar atento à própria atividade mental, relaxando todos os focos de tensão, mediante um processo de inclusão receptiva, não-crítica, das sensações. Estas duas formas de meditação – focada na respiração e atenta aos estados mentais – não são contraditórias, pelo menos nesse nível mais superficial, como se verá em seguida.
Inicio a meditação relaxando bastante o corpo – a região atrás do pescoço e em volta dos ombros é a mais difícil – e, ao mesmo tempo, procuro me desligar das preocupações mundanas, rotineiras. Essa é a fase “preliminar” da meditação.
Procuro estar atento não mais aos objetos do pensamento, mas à atividade mental em si mesma. Atento à atividade vital, sobretudo, - algo como “estou aqui, vivo, existindo” – tento perceber todas as atividades sutis da mente sem me identificar com elas, sem deixar-me conduzir pelas mesmas (o que aconteceria se focássemos nos objetos dos pensamentos e emoções). O importante, no caso, é manter o foco estável, uma concentração cada vez mais profunda, incluindo parcelas cada vez maiores de atividade mental/instabilidade dentro da concentração e do foco de atenção (aumento da percepção).
Com o aumento da concentração, percebe-se que a atividade mental persiste – embora não mais focada nos objetos mundanos – e, sobretudo, que “se está pensando sobre esse processo”, que há um esforço em abstrair-se dos pensamentos. Identificada essa preocupação – que é também uma atividade mental – procuro relaxá-la, desligar-me disso. Por isso, utilizar a respiração como foco é por vezes útil, facilita o trabalho de relaxamento e “não-identificação” com os pensamentos e vontades (sobretudo com o próprio processo de relaxamento).
Volto para a respiração; direciono a atenção para a mesma, mantendo a concentração estável, no mesmo nível. Assim, toda vez que você identifica uma atividade mental (que está sempre atrelada a um objeto “externo”), você a desliga, desativa essa mesma atividade, relaxando-a, podendo utilizar essa parte de sua atenção na observação da respiração (o objeto externo desaparece da atenção e, assim, a atividade mental é substituída pela concentração no foco, a respiração). Isso significa que a concentração aumenta, num foco cada vez mais vazio, com menos conteúdo, exceto a própria atividade mental cônscia dela própria. Há assim uma substituição do foco ou objeto da atividade mental (que persiste) pela própria respiração. Persistindo nesse jogo “relaxamento-foco na respiração” você irá limpar a atividade mental mais grosseira e, por alguns instantes, é possível que você se depare com algumas situações inusitadas: seus olhos poderão ficar completamente parados (ainda que esteja de olhos fechados) e você parece ficar estático, concentrado num único ponto (no caso a respiração; por vezes, um quase-vazio mental); às vezes surge uma sensação de que você “é a respiração”; às vezes parece que sua atenção fica mais livre e pura, direcionada a coisa específica alguma. E, sobretudo, você poderá experimentar uma situação de presença mais pura, intensa, um viver mais límpido, despreocupado, infantil.
Embora, nesse momento, você possa imaginar, ingenuamente, que sua mente está quase parada, esse momento dará possibilidade de detectar uma fina (porém intensa) atividade mental, mais abstrata, sutil, que dá origem a imagens e, por vezes, memórias, que se sucedem rapidamente, de maneira às vezes quase imperceptível. Uma forma “etérea” de atividade – que dá surgimento a um conceito aqui, uma imagem fugidia ali, uma sensação acolá. Uma percepção de “ponto de vista”, de “eu”, ainda está bem presente e atuante. Por vezes, imagens aparecerão e é possível que você pegue no sono, entrando diretamente em sonho.
Penso que essa atividade mental é a de maior importância, sendo fonte, origem, das demais; se não for, ela própria, a fonte do ego, creio que “estamos quase lá”, talvez navegando em um meio em que o “eu” acaba de se manifestar à consciência por representações.
De fato, é possível que estejamos aqui no limiar entre o consciente/inconsciente, o momento em que vêm a tona as imagens e sensações provenientes “não-se-sabe-de-onde”, pois tais fenômenos parecem vir de uma instância desconhecida, embora vinculadas a uma “identificação”, um “ponto de vista particular”, um “ego”. E, contudo, tais imagens/lembranças/sensações – ou melhor, a atividade que dá origem a elas - determinam decisivamente nosso dia-a-dia, nossas percepções mundanas, nossas preocupações e lembranças. Penso que essa atividade mental é a mesma que dá origem aos sonhos (ou ao menos estamos numa zona bastante próxima ao estado onírico), e, daí, a facilidade com que caímos em sono/sonho durante esse estado meditativo (por vezes, parece que a atenção se perde...).
Se você persistir, poderá “isolar” ou “identificar” essa atividade mental fina, imagética e incluí-la no mesmo processo descrito acima, de “relaxamento-foco na respiração”. Fiquei bastante tempo nessa observação, procurando relaxar dessa atividade e, por apenas um instante, obtive sucesso em direcioná-la para o foco da atenção: a respiração (o que é mais difícil).
É aqui que começa a experiência desta noite: pois ao perceber claramente essa atividade mental sutil e incessante – uma espécie de fluxo – por alguns instantes notei que: (a) essa atividade mental é aquilo que mais se aproximou, até agora, para mim, da identificação com um “eu”; (b) por um breve momento, consegui canalizar esse nível de atividade mental na respiração, e percebi que podia “fundir-me” inteiramente com o foco, a respiração; (c) ao tentar relaxar essa atividade, pareceu-me que deixei de me identificar com ela, que ela deixou de ser “eu” e me conduzir.
E, justamente, ao relaxar também essa atividade “fina”, sutil, imagética, pareceu-me, como disse, que a atenção, minha consciência, não mais “era” essa atividade e, assim, algumas imagens começaram a se suceder em minha mente sem que eu me identificasse com elas.
E, de fato, iniciou-se um processo de “visualização” nítida, sem, contudo, perder a consciência. Tratou-se de um início de um sonho, sendo que eu permanecia lúcido, sabendo que era um sonho. O ego onírico não estava formado, porém eu conseguia direcionar minhas observações das imagens conscientemente. Por exemplo, conseguia prestar a atenção nos detalhes das roupas das pessoas, direcionando meu olhar para essa ou aquela parte da cena (que transcorria, como num sonho, independentemente da minha vontade).
Creio assim que a experiência surtiu um bom efeito, pois me pareceu que a entrada em sonho já lúcido foi um desdobramento da própria meditação.
É também nesse estágio (de grande relaxamento e atividade sutil) que podemos direcionar a experiência para um outro rumo, digamos, menos imagético, voltando a atenção novamente para a pura observação da mente. A experiência pode se revelar surpreendente, pois aqui estamos num estado bem próximo do estado hipnagógico - em que a freqüência cerebral é menor - e a mente torna-se extremamente plástica, flexível, quase como um sonho. Voltando para a meditação-observação da mente (e, portanto, mantendo-se a consciência) podemos experimentar sensações bem curiosas, como, por exemplo, a completa perda de referência corporal (como se nos tornássemos apenas mente), uma sensação de liberdade e leveza e algumas outras sensações de difícil descrição, como, por exemplo, de que nossa mente não se encontra em nós, mas alhures.


***


O texto acima foi redigido há cerca de 2 semanas.
Mais recentemente, há uns 2 dias, tive um sonho lúcido um pouco diferente dos demais.
Após ter acordado, resolvi permanecer na cama, a fim de tentar obter um sonho lúcido naquela manhã.Desse modo, voltei a dormir e acordar várias vezes num curtro espaço de tempo. Após cada um desses breves cochilos, ficava indignado pelo fato de não ter tido nenhum sonho lúcido, pois tinha acabado de pensar nisso e, não obstante, logo em seguida entrava em sonho, novamente caindo sob efeito da hipnose dos pensamentos e imagens produzidas pela mente.
(De fato, creio que não obtemos o sonho lúcido por falta de vontade, por comodismo e preguiça mental ou talvez por medo de quebrarmos uma situação mentalmente confortável – que é uma ilusão, ou uma resposta, proporcionada pelo sonho. A hipótese - que já tive a oportunidade de levantar em outro texto sobre o mesmo asssunto - é de que nossa vontade inconsciente e, talvez, mais ligada à energia feminina, considera que a lucidez onírica redundaria em uma intromissão indevida do racional-masculino, vindo a interromper o processo. O sonho lúcido seria assim uma permissão, uma conciliação, de energias que se posicionam opostamente, em uma mente cindida. Para que a "porta" se abra e o sonho lúcido se torne a regra, faz-se necessário que ambas as instâncias permitam-se mutuamente. Ou seja: o inconsciente-feminino-receptivo considere que não haverá uma interrupção do sonho; e, ao mesmo tempo, há que se permitir que esse mesmo "lado" tenha influência na percepção racional-ordinária durante a vigília. Ambas as percepções, na vigília e no sonho, serão assim transformadas. A "porta" deve ser uma via de mão dupla e jamais interpretada como controle. Esse era meu pensamento, minha interpretação, naquela manhã, entre um cochilo e outro, imediatamente antes de ter tido o sonho lúcido).
No sonho em questão, havia levado um automóvel antigo para o mecânico e este estava me apontando inúmeros defeitos no veículo. Enquanto o mecânico falava, minha irritação aumentava, até que resolvi ir embora. Um tanto quanto nervoso, resolvi agir como se fosse um sonho, embora não estivesse de modo algum consciente de que se tratava de um sonho. Lembro-me de ter pensado ou falado algo como: “Por que estou tão nervoso, pois a vida é mesmo um sonho !” e, então, como demonstração, resolvi esticar um dos dedos da mão e, para minha enorme surpresa, o dedo esticou como se fosse um elástico ou um chiclete ! Fiquei completamente estupefato e, então, resolvi dar um salto e, novamente surpreso, comecei a voar !
O mais curioso aqui é que não me sentia em um sonho que acabava de se tornar lúcido, mas me sentia no mundo real, tendo alucinações. Custava a acreditar que se tratava de um sonho. Era quase como se estivesse apenas racionalmente convencido disso, mas meu sentimento, minha percepção permanecia a de que estava tendo alucinações em um mundo real ! Após algumas peripécias, acabei acordando, dessa vez com a sensação de que a realidade era um sonho. Ou seja: sonho e vigília parecem que começam a se misturar, a percepção de sonho e de vigília vão se encontrando.
Minha interpretação aqui é a seguinte: creio que o estado onírico e o estado de vigília começam a se aproximar à medida em que nos aprofundamos na meditação e na prática de sonhos lúcidos. Inicia-se um lento processo de diminuição das cisões internas. Um tipo de consciência onírica se desenvolve e, ao mesmo tempo, uma parcela do inconsciente parece que começa a se mesclar com o consciente-ordinário, na vigília. Há uma espécie de perda de referências e uma percepção de que esses pseudo referenciais ordinários são projeções de estados mentais.
Há aqui uma espécie de processo de "vai-e-vem", um feedback: por meio da meditação, a consciência da vigília é tranformada de um modo não racional-intelectual e a percepção da realidade parece perder suas "ancoras" naturais , seus referenciais fixos; isso, por sua vez, facilita a lucidez onírica. Aumentando e aprofundando a experiência de sonhos lúcidos, por sua vez, a percepção da vigília também se altera, alimentando novamente o ciclo. Na verdade, é como se a vigília e os sonhos se transformassem em uma experiência unificada, uma espécie de meditação permanente.
É possível que os sonhos ordinários sejam resultado de um desbalanceamento entre energia feminina (atenção pura) e masculina (projetiva). O sonho lúcido seria resultante do controle (ou encontro lúcido) de ambas, porém esse é um tema que desenvolverei melhor oportunamente.