segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre sonhos...(7)


Na última postagem sobre este assunto (vide "Sobre Sonhos...(6)), havia proposto que um firme propósito - mantido conscientemente durante o estado hipnagógico - poderia ser a chava para a entrada no estado onírico já lúcido.
Embora não tenha tido (ainda) progressos substanciais por essa técnica, noticio aqui um "insight" que pareceu digno de nota.
Ao adentrar no processo de relaxamento que acabará redundando no sonho, percebi que o processo pode ser dividido em fases distintas:
1) Primeira fase: ao deitarmos e começarmos a relaxar, comumente entramos em um processo de recordação de eventos ou de pensamentos acerca de problemas, pessoas ou desejos. O que importa aqui é que, ordinariamente, essa primeira fase é acentuadamente verbal. Podemos traduzir isso pela expressão "diálogo interno". Trata-se, repito, de um conjunto de frases, argumentos, afirmações, indagações etc. tal como se um diálogo verbal realmente estivesse se sucedendo. Note-se que, ainda que imagens e outras sensações se sucedam, nessa fase inicial parece que esse "diálogo" serve como condutor para as associações (que se tornarão cada vez mais livres).
2) Segunda fase: conforme as associações de idéias vão se tornando mais livres, aquilo que estava sendo verbalizado começa a se tornar mais "sólido", mais real e independente, começando a se converter em imagens (ainda abstratas) e sensações. Aqui, é importante frisar, começamos a perder nossos referenciais da realidade externa, especialmente do corpo.
3) Terceira fase: quando as associações se emancipam completamente da "razão" e dos referencias externos (do corpo etc), as associações se convertem em imagens completas e sólidas. Aqui, parece que há um "salto", pois se até então as associações pareciam "nos pertencer" - embora de modo difuso e cada vez mais livre e dissociado dos referenciais - agora há uma criação de cenários completos, dotados de grande realismo: somos transportados para um outro mundo "independente" (lembro que aqui o "Ego onírico" ainda não está formado).
O que importa dizer neste momento é que, entre a segunda fase e a terceira, parece haver um "gap" , um hiato ou, melhor ainda, um "salto" qualitativo de grande importância.
Pois, havendo uma perda efetiva de todos os referenciais que nos permitem ancorar nossa identidade, tudo se passa como se ficássemos, por apenas um brevíssimo instante, no NADA, um Não-Eu, tal como um "piscar de olhos" em que tudo desaparece, uma espécie de "morte" em vida.
Penso que esse momento é de grande importância, não apenas porque ele prepara o sonho em si, mas sobretudo porque, talvez, seja esse o momento em que podemos experimentar algumas daquelas experiências descritas por yogues e sábios budistas. Há uma expansão da lucidez, posto que a "conciência" não mais se identifica com nada, não há amarras, nem apegos.
Creio que esse momento possa talvez ser aquilo que se descreve como a consciência "entre pensamentos" ou mesmo o espaço "entre sonhos", descritos em alguns textos tibetanos.
A meditação realizada antes de dormir pode ser um excelente meio de atingirmos uma calma mental e uma lucidez que facilite a dilatação desse instante e, o que proponho, é que talvez possamos ficar parados nesse estágio de liminaridade, "suspendendo" o Eu antes que o sonho se forme.
Por fim, gostaria de observar que, cada vez mais, penso que os estágios de sono e sonho são semelhantes às descrições relacionadas ao Bardo da Morte. Neste, como se sabe, é dito que a audição é o último sentido que desaparece. Ora, sou tentado a reconhecer alguma semelhança com o que disse acima, acerca do "diálogo interno" que ocorre e parece se impor com grande influência sobre o sonho - ou seja, aquilo que subsiste antes de perdermos nossos referenciais e que exerce uma importante influência sobre a "nova realidade".
De fato, parece que esse diálogo interno diz respeito às imposições que os pensamentos exercem sobre a consciência, sendo essa a razão pela qual esses pensamentos verbalizados acabam dando origem às idéias e imagens que nos parecem mais reais do que nós mesmos durante os sonhos. Ou seja, enquanto os pensamentos nos parecerem dotados de "realidade externa", escravizando-nos, torna-se muito difícil exercermos a lucidez onírica. Há aqui uma correspondência entre pensamentos "externos" a nós e imagens "externas" a nós.
E, por outro lado, a situação de liminaridade descrita acima - o "Nada" em que nos encontramos antes da formação dos sonhos - pode ter alguma relação com o momento em que podemos atingir a iluminação após a morte: segundo os textos tibetanos, o ser que acaba de morrer, ao perder seus referenciais, tem, por um breve instante, contato com a liberação total. Porém, caso não reconheça esse momento, acabará por cair no processo que levará ao renascimento (e, no caso do sono, aos sonhos).
Vê-se assim que o Bardo dos Sonhos pode ser um importante instrumento para o reconhecimento das situações geradas no Bardo da Morte.

sábado, 26 de abril de 2008

Teoria da multidimensionalidade onírica

Teoria da Multidimensionalidade onírica
Introdução
A questão é saber o que é dimensionalidade nos aspectos oníricos e se a multidimensionalidade se aplica a eles. Na vigília ativa temos as dimensões normais, ou seja, estamos confinados na tridimensionalidade.
Os nossos ambientes, as nossas crenças, a nossa imagem corporal a são limitados por essas dimensões, que por sua vez, são moldadas por essa realidade física.. O que fazemos e pensamos e formatado por essa concepção concreta da vigília ativa.
Há pessoas que pensam que a realidade tridimensional é absoluta e que estamos definitiva e irremediavelmente presos nela. Para essas pessoas os sonhos não seriam portais para outras dimensões.

Dimensões
Em um sonho temos dimensões bem diferentes das da vigília ativa. Algumas das irregularidades oníricas, que parecem ser irreais para os parâmetros tridimensionais, que tomamos como referencial na vigília ativa ocorre nessas dimensões oníricas.
Um exemplo das dimensões oníricas de espaços n-dimensionais é a viagem no tempo nos sonhos. O tempo é relativo e está interligado aos outros estados da matéria. É a famosa teoria da Relatividade de Einstein.
Talvez seja muito difícil visualizar isso na nossa realidade. Mas no mundo atômico e nos sonhos seja mais fácil de compreender. Sonhos ligados viagens no tempo teriam como uma possível explicação a ligação a certas dimensões oníricas Um viajante onírico temporal esta se movendo em dimensões paralelas à do sistema referencial dimensional da vigília ativa. Em relação ao nosso referencial ele poderia ir ao passado ou ao futuro, mas estaria, simplesmente trafegando entre dimensões paralelas.
Teoria
A teoria da multidimensionalidade onírica- MO, ou espaços oníricos n-dimensionais refere-se ao fato de termos muitas dimensões interligadas nos sonhos. Na prática significa sonhos dentro de sonhos. Essa rede onírica matricial, formada por sonhos dentro de sonhos, sonhos paralelos, sonhos complementares, sonhos compartilhados, sonhos impessoais, sonhos transpessoais, mostram a interligação e a inter-influencia recíproca que ocorrem entre eles.
A teoria de aplica a os sonhos na medida em que os espaços oníricos não são apenas tridimensionais, mas n-dimensionais. Em um sonho pode-se ter a fusão de várias dimensões, de acordo com a sintonia do sonhador ou sua capacidade de discriminação dessas dimensões.
Essas dimensões guardam propriedades singulares, leis, energias, vibrações. Algumas dessas dimensões são parecidas aos sonhos comuns fantasiosas, irreais. Outras são muito semelhante á vigília física, ativa.
Dimensões superiores
Há dimensões que estão além da imaginação das pessoas comum. São dimensões superioras Como exemplo pode-se citar:

1.Sonho lúcido sem sonho;
2.Estado do sonho ausente da ioga tibetana dos sonhos;
3.Realidade por traz das aparências;
4.Consciência cósmica,
5.Expansão da consciência.
6.Mundos interiores
7.Mundos superiores

Essas dimensões superioras guardam importantes verdades para o sonhador em particular e para a humanidade em geral. Alcançá-las não é tarefa fácil e requer muito empenho do sonhador lúcido
Para alcançar essas dimensões superiores existem diversas técnicas, que não abordaremos nesse artigo, mas podemos citar o exemplo de meditação profunda.
Dimensões inferiores
Os sonhadores comuns, por sua situação muito ligada à tridimensionalidade, as crenças materiais arraigadas, as limitações corporais e a imaturidade emocional. Unem-se nas vibrações das dimensões oníricas inferiores, também conhecidas como

1.Sonhos triviais
2.Pesadelos
3.Sonhos de ansiedade
4.Sonhos incoerentes
5.Sonhos ilógicos
6.Astral inferior

As dimensões oníricas inferiores, abundante no atual nível da humanidade terrena, refletem apenas, tão somente, os problemas e compensações que levamos para a cama na hora de dormir, isso a nível mundial.
Pesadelos podem estar ligados a dimensões oníricas negativas, ou dimensões inferiores, nas quais estão ligadas A energias emocionais negativas, produzidas pela massa da humanidade acumulada durante os séculos
Constituição
Como são constituídas essas dimensões, panos, faixas oníricas? Utilizo a teoria transpessoal para explicar esses fenômenos. Outros podem chamar

1.Campo psi,
2.Inconsciente coletivo,
3.Sonho da humanidade.
4.Sistema cultural da humanidade

Experiência pessoal
Certa vez tive uma seqüência de falsos despertares, cerca de quatro, que ilustram a idéia de MO. Outro exemplo é o caso da mudança de cenário, fenômeno que ocorre em alguns sonhos em que, quando ocorre a percepção de se estar em um sonho há uma mudança repentina no canário do sonho ou passa-se para outro sonho.
Contestação
Existe uma hipótese contrária a MO que defende que todos os sonhos são variações de um único sonho. Por essa hipótese unidimensional, todos os sonhos e as dimensões oníricas, formariam um contínuo, uma massa uniforme.
Tipos de sonhos
Existem vários tipos de sonhos que estruturam a as diversas dimensões oníricas. Assim temos:

1.Intra-onírico. Sonho dentro de sonho
2.Paralelo. Sonhos paralelos
3.Complementares. . Sonhos complementares em que se precisa do sonho de outro sonhador para poder entender o conteúdo do sonho
4.Compartilhados. Sonho tido por dois ou mais sonhadores simultaneamente.
5.Impessoais. Sonhos que ocorrem independente da vontade do sonhador.
6.Transpessoais. Sonhos ligados, diretamente, aos fenômenos transpessoais

Cósmico
Outro tipo de sonho que entra no estudo da MO.é o sonho cósmico ou sonho da morte que ocorre com a pessoa que falece, desencarna, morre Nesse tipo de sonhos a hipótese é que quando alguém falece, por não sabermos quando exatamente ocorre as morte, o corpo do falecido entra em uma espécie de sonhos, chamado sonho do falecido.
Importância
A importância reside no fato de podemos, com os sonhos lúcidos, entrarmos conscientes nessas dimensões. O sonhador que domina a viagens conscientes dentro da MO consegue explorar melhor o seu mini-universo mental e conhecer-se a si mesmo.
Para isso ele utiliza as suas capacidades oníricas: discernimento; intuição onírica; memória integral, visão onírica, consciência onírica crítica, oniricidade, etc. Em outras palavras ele alcança a consciência multidimensional onírica – CMO, tornando-se livre párea trafegar entre as diversas dimensões oníricas.
Um corpo onírico multidimensional, ou corpo dos sonhos, teria a imagem corporal alterada de acordo com as dimensões ou poderia manifestar em uma determinada dimensão com o corpo onírico de outra dimensão.
Um exemplo de sonho é o corpo do sonhador que aparece invisível em um cenário dos sonhos ou sente a presença de sonhadores com corpos invisíveis.
Sonhadores
O sonhador lúcido veterano, mais experiente, consegue discernir a dimensão ou dimensões que está inserido e trabalhar racionalmente nestes lugares, espaços n-dimensionais. Com isso ele esta cada vez mais aumentando a sua lucidez e maturidade onírica que são os objetivos magnos do sonhador plenamente lúcido.
Por outro lado a dificuldade do discernimento, ou falta de lucidez, dos sonhadores lúcidos iniciais não conseguem uma adaptação ideal e acabam perdendo a lucidez, ou seja, voltando às dimensões inferiores, o que deve ser combatido pelo sonhador lúcido novato.
Observa-se, também, a MO nos sonhos lúcidos compartilhados. Assim um grupo de sonhadores integrados pode combinar experiências oníricas conscientes pelas diversas dimensões e trocarem experiências entre si.
Localidades oníricas
Localidades oníricas são sonhos especiais, impessoais, resultado da atividade onírica de centenas de sonhadores durante um lapso de tempo muito grande. Podem se classificadas em naturais e artificiais. Naturais estão ligadas a cenários reais da vida da vigília ativa. Localidades oníricas artificiais estão ligadas a lendas, estórias e outros produtos da imaginação humana
Localidades oníricas estão ligadas a dimensões oníricas mais estáveis e parecidas com a vigília ativa.
Localidades oníricas artificiais estão ligadas a dimensões oníricas criadas pelo pensamento de centenas de sonhadores, como por exemplo, um desenho assistido por inúmeras crianças, ou videojogos.
Conclusão
Conclui-se, pelo exposto, tanto teórico como prático, que a multidimensionalidade se aplica aos sonhos e que o seu conhecimento e reconhecimento, através da consciência multidimensional onírica é indispensável ao progresso do sonhador lúcido veterano
otavioaquino

domingo, 13 de abril de 2008

sonho lúcido e holografia

Sonho lúcido e holografia

A lucidez onírica, um tipo de estado alterado da consciência - EAC - que permite o reconhecimento do estado onírico quando na vigília onírica, com um a iteratividade entre sonhador e sonho, tem diversos fenômenos, ângulos, facetas, interessantes de serem estudados. Por exemplo:

1. Mudança. A mudança de cenário, quando se percebe que esta em um sonho lúcido, rapidamente muda-se de cenário,
2. Graus. O fato de se ter lucidez em diversos graus, mínima, media e máxima,
3. Mistura. A mistura onírica, onde se tem sonhos lúcidos misturado com sonhos não lúcidos;
4. Cores. O aumento das cores (hipercromaticidade) que ocorre em um sonho lúcido.
5. Compartilhado. Os sonhos compartilhados entre dois ou mais sonhadores
6. Rememoração. Quando rememoramos os sonhos na vigília ativa

Todos esses fenômenos guardam semelhança com outro fenômeno que ocorre na vigília ativa a holografia.

Holografia é uma forma de apresentar ou registrar imagens em três dimensões. O nome vem do grego: holos – todo e graphos- escrita. Foi criado pelo por um cientista húngaro em 1948 e ganhou o premio Nobel de física em 1971.
Tecnicamente falando a holografia é produzida com a ajuda de raio laser que dividem o lazer em dois feixes de que captam a imagem e, no percurso os dois feixes se cruzam a reproduzem tridimensionalmente.

A holografia é utilizada pelos físicos para estudos e pesquisas, mas outros cientistas de outras áreas, notadamente da neurologia, neurofisiologia e neuropsicologia para explicarem fenômenos inerentes da mente humana, em seus respectivos campos. Na tecnologia de informação testa-se uma nova foram de armazenamento de dados. Também tem aplicação nas artes
Um exemplo prático da holografia são os coloridos emblemas de segurança de cartões de credito e nas embalagens de CD

Quando você corta uma foto, naturalmente ela fica pela metade, isso é fácil de entender e obvio demais. Quando você corta um filme holográfico, acontece uma coisa curiosa, difícil de entender, continua-se com a informação toda registrada, só que mais débil. O exemplo que se deram é o da janela, se você tapar parte da janela, ainda poderá ver toda a paisagem a partir dela.
Basicamente a teoria holográfica da mente reforça o valor de que o mundo externo é um conjunto de percepções e sensações que são registradas no cérebro. Bertrand Roussel, o grande filósofo de séc XX, dizia que a operação feira pelo cirurgião está no cérebro do cirurgião. Nessa visão mais radical, o mundo externo seria ema espécie de ilusão dos sentidos. O sonho seria um grande exemplo de ilusão. Qualquer coisa que fizéssemos no sonho seria apenas ilusão. A comparação é de que a vigília ativa seria pura ilusão, segunda essa hipótese.
Alguns pesquisadores defendem que a holografia cerebral estaria radicada no hemisfério direito do cérebro.

Voltando aos sonhos lúcidos lanço a hipótese da interferência holográfica na mistura dos sonhos. Assim quando sonhamos e alcançamos a lucidez, mas não em um grau elevado há a interferência de imagens oníricas holográficas. O resultado seria um sonho comum com certa lucidez.
Quem tem sonhos lúcidos já passou por essa situação, talvez sem entender nada. Outro exemplo seria você desconfiar de que você estaria em um sonho, mas na hora “H” achar que esta na vigília ativa.

A própria lucidez pode ser vista como um tipo de holografia. Lembre-se que um “pedaço” do holograma possui toda a informação só que mais tênue, assim seria uma imagem mais fraca. Em sonhos lúcidos mínimos ou semi-lúcidos a lucidez tem esse tipo de comportamento, ou seja, ela se apresenta muita tênue, difusa, periférica e, ao contrário, em um sonho lúcido máximo ou plenamente lúcido .a lucidez onírica se apresentaria plena, completa, forte, total.

A interferência holográfica é uma possível explicação. Para um fenômeno onírico muito interessante e intrigante: os sonhos compartilhados, aonde dois ou mais sonhadores têm um mesmo sonho ou enredo.

No sonho compartilhado ou enredo compartilhado existe uma intricada combinação dos enredos. O relato dos participantes mostra um grande grau de semelhança entre os enredos. Existe uma hipótese de muitos sonhos triviais e lúcidos seria compartilhados, mas a rememoração só seria de um dos participantes.

A rememoração ocorre quando, na vigília ativa evocamos a nossa memória onírica, as vezes um simples fragmento de memória permite rememorar o sonho todo, análogo ao fato em um fragmento de filme ter a informação toda.

Sobre holografia e pensamento espiritualista tem uma mensagem interessante que diz, entre outras coisas:
1. ...enxerguem dentro do Holograma de “Tudo que é”..
2. ...aprendendo a se conhecer dentro do Sonho Holográfico como Seres Multidimensionais de Luz e Amor
3. Em uma Realidade de Quinta Dimensão, nós somos os Antigos e os Guardiões do Registro que são respeitados e honrados pelo seu povo Indígena, e estamos próximos aos seus Corações dentro da “rede da Vida”. Para a Consciência da Dimensão Superior, somos os Guardiões do Sonho e os tecedores do Coração do Planeta Terra, e mantemos os Sonhos do Passado e do Futuro dentro de nós; somos a Luz da Fonte buscando se expressar através do Amor Incondicional e buscamos Dançar com o Amor Incondicional dentro de Vocês
4. Nas Dimensões Superiores da Luz, como “Tecedores do Sonho de Amor” na Terra, temos mantido o Holograma Planetário em seu lugar

A holografia como os sonhos lúcidos tem aplicação nas artes. Existem vários tipos de obras de artes feitas a partir da holografia pelo mundo. Nos sonhos lúcidos os artistas conseguem fazer obras de artes muito expressivas.
Otavio Aquino

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Realidade virtual e sonhos lúcidos

Realidade virtual e sonhos lúcidos

É comum em filmes de ficção científica - FC -ver uma cena em que o personagem entra em um quarto de paredes brancas sem mobília e equipamento. Vê-se, também, o personagem colocar uma roupa especial com capacete e óculos. Nos mais avançados cientificamente nem precisa disto.

De repente, para o personagem, a sala muda e passa ter um cenário completo e o personagem se vê inserido em um novo ambiente de acordo com um programa preestabelecido.

O bom é que o personagem sabe que esta em uma realidade virtual e vão obedecer às leis criadas pelo programa, que podem ser muito parecidas com a da nossa realidade, por exemplo, gravidade, ou pode ser muito diferente, poder voar.

Há casos em que há uma equipe de terra monitorando personagem e pode até ver o que ele esta vendo e fazendo. Também a casos de que estão vários personagens neste ambiente especial

No filme “Jornada nas Estrelas – Nova Geração”, a série, existe outra particularidade, pode-se ter acesso grupal ao programa, ou seja, vários participantes ao mesmo tempo. Uma mesma cena de RV compartilhada pelos participantes.

Hoje a diversos tipos de equipamentos que tentam criar esse tipo de realidade. RV, sem o grau de sofisticação, da FC. Um exemplo que tem certo sucesso é o Second Life, onde se cria um corpo virtual e começa a se viver em outro universo o metaverso. Esse corpo pode ter poderes fantásticos e desafiar as do nosso universo convencional. Nesse caso estaria mais perto do sonho do que lúcido.

Chama-se realidade virtual, - RV - a uma realidade criada por computador, um programa, acoplada a equipamento, de tal forma que o virtualnáuta tem a sensação de estar vivendo realmente a cena, com riqueza de detalhes perceptuais capaz de convencer da realidade da experiência.

Ainda não chegamos a um grau de avanço tecnológico, sofisticação que chegou a FC, mas temos os princípios básicos

1. A utilização programa
2. A utilização de equipamentos
3. Artefatos que “enganam” o cérebro e os sentidos
4. O cérebro crê que é real
5. O organismo comporta-se como se estivesse em uma situação verdadeira

Não se pode deixar de ver a grande semelhança entre RV e sonhos. Podemos dizer que o sonho é uma espécie de RV natural e fisiológico e de que a RV é uma espécie de sonho lúcido artificial na vigília ativa

A RV pode se tornar uma maneira ou técnica de se entrar lúcido nos sonhos ou manter a consciência contínua passando do meio extraonírico para o ambiente intraonírico, mantendo um padrão de consciência igual ou superior o da vigília ativa
Pode-se também visualizar um paralelo entre as utilidades da RV e dos sonhos lúcidos. Por exemplo, utiliza-se RV. Pára a criação de peças, objetos, artefatos. O sonho lúcido também tem a mesma utilidade.

Outra coisa o sonho lúcido pode “dar” poderes especiais para o sonhador na vigília onírica. Mas esse não é o objetivo do sonhador lúcido veterano e sim explorar os mundos interiores, superiores, transpessoais, multidimensionais. Pose até ser que, em uma dessas epopéias oníricas desenvolvam-se poderes especiais, mas é meio e não fim.
Otávio Aquino

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma Prática de Sonho Lúcido no Tibete

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Quando o discípulo vai dormir, deita-se na chamada "postura do leão" (7), isto é, estendido sobre o lado direito, a cabeça repousando sobre a palma da mão direita. Os ascetas hindus e os monges budistas dormem nessa posição e geralmente sem travesseiro.


A contemplação prescrita é a seguinte:

O noviço imagina que em seu coração existe um vaso octo­gonal de cristal, onde se encontra um lótus cujas pétalas têm as cinco cores místicas: branco, vermelho, azul, verde e ama­relo. No centro do lótus aparece a letra A. É imensa e traçada com luz brilhante.

Ele imagina outra letra de cor branca, que paira sobre sua cabeça. Dela emergem inúmeros pequenos A brancos que se precipitam como uma torrente em direção ao A luminoso, que se encontra dentro do vaso de cristal, passando através dele e retornando ao A colocado sobre a cabeça, formando uma cadeia infinita.

Outro A de cor vermelha é visualizado na região do períneo e dele emerge uma torrente de pequenos A da mesma cor, que sobe em direção ao A luminoso imaginado no coração e retoma para o A vermelho que a emitiu, cercando a parte inferior do corpo, como os A brancos cercam a parte superior.

Quando a atenção se reduz e o sono domina o discípulo, ele pára as duas procissões e absorve todos os A no A cen­tral. E este penetra no lótus, que fecha suas pétalas. Quando as últimas se fecham, um raio de luz jorra da flor. O discí­pulo deve pensar nesse momento: "Tudo está vazio."

Então ele perde a consciência daquilo que o cerca. A idéia do quarto, da casa onde se encontra, do mundo e do seu "eu" desaparece completamente.

Se acordar durante a noite, o naldjorpa deve ter o pensamento da "luz", a visão da "luz", com exclusão de todas as outras e sem ajuntar-lhe qualquer idéia de "forma."
O mais importante resultado desse exercício é preparar o espírito para a compreensão do Vazio.

Um resultado mais comum oferece três graus. No melhor deles deixa-se de sonhar. No resultado médio, quando se so­nha, se tem consciência de que os acontecimentos que se desenrolam e as ações que se praticam passam-se em sonhos. No grau inferior, não há senão sonhos agradáveis.

Observe-se de passagem que certas pessoas afirmam que o sonhador acorda quando desconfia que está sonhando, ou então que o estado de semi-consciência que lhe permite sa­ber que está sonhando assinala a aproximação do despertar. Isto ,não acontece com aqueles que estão treinados na prática da meditação introspectiva.

Os naldjorpas que ainda não alcançaram uma tranqüilidade de espírito suficiente para normalmente dormir sem sonhar, têm plena consciência durante os sonhos, de que estão dor­mindo e contemplam imagens desprovidas de realidade.

Conseguem, assim, sem despertar, fazer reflexões sobre aquilo que sonham. Ás vezes eles contemplam, com o mesmo interesse que temos ao assistir a uma representação teatral, a seqüência de aventuras que vivem durante o sono, e já es­cutei alguns deles dizerem que às vezes hesitam praticar, em sonhos, ações que não teriam praticado acordados e decidiam vencer seus escrúpulos porque sabiam que o ato não seria real.

Os tibetanos não detêm o monopólio desse gênero de ca­suística. Ouso narrar aqui a confidência singular que uma senhora me fez certo dia a respeito de um sonho que alguns séculos antes poderia tê-la levado à fogueira.

Ora, essa dama sonhou com o Diabo. E o mais surpreen­dente é que ele estava apaixonado por ela; abraçava-a en­quanto que uma tentação abominável se apossava da mulher adormecida. Era católica praticante, e a idéia de ceder à ten­tação a enchia de terror, mas uma crescente curiosidade sen­sual a excitava. O amor de Satã! Que volúpia, desconhecida a uma casta esposa, estaria aí escondida... Que experiência extraordinária! . . . No entanto, nessa luta, os sentimentos reli­giosos iam triunfar quando, subitamente, brilhou no espírito da senhora adormecida uma luz estranha. É um sonho, pensou ela. . . E se é apenas um sonho. . .

Não sei se minha gentil devota confessou seu "pecado" e o que lhe disse o mentor de sua consciência, mas, no que diz respeito aos lamas, eles não revelam nenhuma indulgência para com as faltas cometidas em tais circunstâncias. Para eles, a repercussão mental do ato, bom ou mau, realizado em sonhos é idêntico ao que produziria o mesmo ato praticado pela pessoa acordada. Voltarei a esta questão.

Nesse período de treinamento, o noviço pode dormir du­rante toda a noite, sem acordar para a meditação de meia­ noite, como fazem os ascetas mais velhos. Contudo, ele deve despertar ao alvorecer, ou de preferência, pouco antes de amanhecer.

Seu primeiro pensamento deve ser dirigido para o A que se encontra em seu coração.

Para isto existem dois métodos: o mais comum, usado pelos iniciantes, consiste em ver o A saindo do coração e sobrepai­rando no ar. O discípulo contempla-o como o símbolo do Vazio e esforça-se para atingir uma perfeita concentração mental sobre ele.

No segundo método, que é usado pelos estudantes mais avançados, o A projeta-se imediatamente no espaço e nele desaparece como que tragado pelo infinito. Em seguida, o discípulo fica absorvido no pensamento do Vazio.

Ao nascer do sol, continua-se a meditação com o exercício descrito no número I.

É verdade que um resumo tão rudimentar como este não faz justiça a essas práticas, pois não vai além da apresentação do seu aspecto pueril e bizarro.

***

Os mais experimentados dentre eles nas práticas de exercícios psíquicos insistem na utilidade de manter o autocontrole, mesmo durante o sono. Neste ponto, não fazem mais que seguir Tsong Khapa, que consagra, a esse respeito, muitas páginas de sua grande obra, o Lamrin.

Isto será explicado a seguir:

É importante, diz Tsong Khapa, não se perder o tempo que se dedica ao sono, quer se tornando, uma vez que já se está dormindo, inerte como uma pedra, ou deixando o espírito cair na incoerência de sonhos absurdos e nefastos.

As manifestações desordenadas de atividade mental que se produzem no sonho, trazem para o que dorme, um desper­dício de energia que poderia ser usada para fins mais úteis. Ademais os atos realizados ou os pensamentos manifestados durante o sonho têm um valor idêntico ao dos atos e pensamentos do homem acordado. É conveniente, portanto, "não fabricar o mal" durante o sono.

Já declarei que os lamas professam essa teoria e encontra­mos aqui uma explicação dada por um dos mais ilustres den­tre eles. Decerto ela causará espanto aos ocidentais. Como, perguntarão a si mesmos, pode um ato imaginário ter os mes­mos resultados de um ato real? Devemos então prender quem roubar a carteira de alguém?
A comparação é ruim e não corresponde ao ponto de vista dos lamaístas. Na sua opinião, não se trata de "julgar" ou "prender" o ladrão. ,
A crença na retribuição do bem e do mal por um Poder consciente e pessoal não existe entre os tibetanos. Até nas concepções religiosas populares, o papel de Chindjé, o Juiz dos Mortos, consiste simplesmente em aplicar leis inflexíveis das quais ele não é o autor e às quais de maneira alguma pode revisar. Ademais Tsong Khapa e seus discípulos não se dirigem, aqui, à massa comum de suas ovelhas. Para eles, as conseqüências mais graves de um pensamento ou de um ato são as modificações de ordem psíquica que se produzem no próprio autor.

O ato material traz para quem o realiza conseqüências materiais visíveis mais ou menos agradáveis ou desagradáveis, mas o ato mental que o precedeu (isto é, a vontade de realizar o ato material) corrompe ou melhora seu autor de maneira invisível, cria nele afinidades e tendências ocultas que lhe são proveitosas ou nefastas, e essa mudança íntima no cará­ter do indivíduo pode, por sua vez, conduzir a resultados de ordem material.
Os tibetanos atribuem grande importância ao domínio do subconsciente (termo que, evidentemente, eles não usam). Crêem que as manifestações de nossa real natureza são entra­vadas pelo condicionamento a que estamos sempre sujeitos no estado de vigília, quando temos consciência de nossas personalidade social, de nosso meio-ambiente, dos ensinamentos, dos exemplos que nossa memória torna presente, e de mil outras coisas. O segredo dessa real natureza se encontra nos impulsos que não derivam de nenhuma consideração baseada nesses dados. O sono, abolindo-os em grande parte, liberta o espírito dos entraves que o aprisionavam no estado de vigília e dá expansão aos impulsos naturais.

Portanto, é realmente o indivíduo que age durante o sonho, e seus atos, embora imaginários do ponto de vista de quem está acordado, são muito reais no tocante à violação e com­portam todas as conseqüências correlatas.

Baseando-se nessas idéias, os mestres místicos recomendam uma atenta observação da conduta e dos sentimentos que se manifestam nos sonhos, a fim de se chegar ao autoconheci­mento. Todavia, têm o cuidado de aconselhar o discípulo a tentar discernir a parte que as influências externas podem ter nos estados de consciência da pessoa que dorme.


***


Como em todos os países, existe, no Tibete, pessoas que crêem em sonhos premonitórios. No entanto,os lamas místicos não incentivam esse tipo de superstição. Dizem eles que o sonho da maioria das pessoas nasce do desregramento de sua imaginação durante o sono. As únicas indicações que podem apresentar, se o quiserem, são as que dizem respeito às dispo­sições ocultas de seu caráter, como já foi dito.

Um pequeno número de naldjorpas que adquiriu faculda­des psíquicas particulares têm, algumas vezes, sonhos premo­nitórios ou vêem, em sonhos, fatos que ocorrem a distância. Mas essas informações misteriosas são recebidas por eles, na maioria das vezes, durante transes de um tipo especial nos quais a pessoa nem se encontra adormecida, nem necessaria­mente concentrada na meditação. As vezes, o aviso reveste a forma de aparições subjetivas simbólicas.

Para tomar-se "um naldjorpa que não dorme" o candidato deve exercitar-se da seguinte maneira:

"Quando chegar a hora de dormir, ide para fora, lavai os pés e depois deitai na “postura do leão" sobre o lado direito, as pernas esticadas, com o pé, esquerdo repousando sobre O direito.

"Procurai, em seguida, ter a percepção da luz, procurando captar perfeitamente todas as características da claridade. Se o naldjorpa estiver impregnado dessa claridade na hora de dormir, seu espírito não será coberto pelas trevas enquanto repousar.

"Evocai em vossa memória a doutrina do Buda. Meditai sobre ela até o momento de ceder ao sono, tratando também de rejeitar todas as idéias depravadas que poderiam aparecer em vós. Agindo dessa forma, o tempo passado a dormir não será diferente do que teria sido se estivésseis acordados. Vosso espírito continuará, sem o saberdes, as operações mentais no sentido em que o dirigistes, e mesmo dormindo, praticareis a virtude."

Também é conveniente conservar ativa a "consciência do despertar". Estando o corpo vencido pelo sono, o espírito deve, contudo, permanecer lúcido e vigiar. "Vosso sono deve ser leve como o dos animais selvagens. Assim estareis capacitados para despertar no momento prefixado.

Alexandra David Néel – INICIAÇÕES TIBETANAS
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