domingo, 25 de novembro de 2007

A Viagem Astral de Carl Gustav Jung


Aconteceu em 1944, durante séria enfermidade que o levou à beira da morte.
"Parecia que me encontrava no espaço a uma altura considerável. Muito abaixo de mim eu via a Terra, e era como uma esfera envolta por maravilhosa luz azul. Bem ao longe, de baixo dos meus pés estavam o Ceilão e a Índia. Meu campo visual não abrangia a Terra toda, mas eu podia ver nitidamente sua forma esférica e a maravilhosa luz argênteo-azulada brilhando ao seu redor.’Em seguida, ele passa a descrever como enxergava a Arábia e o Mar Vermelho e, por pouco, também o Mar Mediterrâneo. Vislumbrava o Himalaia coberto de neve, porém aquele trecho parecia nublado. Ele olhava para a direita.‘Eu sabia que estava a ponto de deixar a Terra, quando apareceu algo novo em meu campo visual.’No espaço, ele via um enorme e escuro bloco de pedra, algo como um meteorito, que pairava sobre ele. Havia uma abertura naquele bloco, que parecia ser uma entrada. No lado direito, sobre um banco de pedra, havia um hindu silenciosamente sentado em posição de lótus.‘Ele estava todo de branco e eu sabia que esperava por mim, narra Jung. Dentro, do lado esquerdo, ficava a entrada para o templo. Enquanto me aproximava da abertura da rocha, aconteceu algo muito estranho. Tive a sensação de que estava sendo despojado de todos os meus desejos, pensamentos, ambições, de toda minha consciência terrena. Era um processo penoso, porém sobrava algo e era como se eu existisse independentemente de minha própria história. Sentia uma grande certeza: isto sou eu. Tinha também uma impressão de pobreza e ao mesmo tempo de satisfação. Nada mais havia que eu desejasse: eu estava lá, na minha forma objetiva tal como havia sido e vivido. No início ainda conservava a impressão de ter perdido algo, mas de repente tudo se tornou completamente sem importância. A única coisa que importava era agora a certeza de que poderia penetrar naquela rocha, naquela sala iluminada e encontrar aqueles a quem realmente eu pertencia. Lá eu encontraria o sentido de minha existência.’Naquele instante algo chamou a sua atenção. Lá embaixo, bem distante, na direção da Europa, ele viu seu médico subindo para lhe trazer uma mensagem, dizendo que ele deveria retornar e que ainda não deveria deixar a Terra. Neste momento terminou a experiência.‘Essa aversão por retornar à existência manifesta-se de vez em quando. Jamais poderia imaginar que fosse possível esse tipo de experiência. Não era produto de minha fantasia. O que vi e partilhei foi absolutamente verdadeiro, nada foi subjetivo e tudo possuía a qualidade de absoluta objetividade."


Citado em Planeta, da obra “MEMÓRIAS, SONHOS E REFLEXÕES”, de Carl Gustav Jung


ENSONHAR ACORDADO - QUIETUS




Já tentaram ensonhar sem estarem deitados na cama prontos para dormir? Quem sabe ensonhar de olhos abertos em qualquer lugar? É só mover o foco da percepção e boa viagem! Comumente se diz que dormindo que se ensonha pelo fato de que quando dormimos o foco da percepção fica mais propenso para isso, mas volátil, mas não é necessário ir dormir para ensonhar! basta 'absurtar' o foco da percepção. Algum relatam que quando fazem isso tem uma percepção dupla, onde focam a 1° e 2° círculo do poder simultâneamente. É uma descoberta espantosa. Como a natureza do foco da percepção é o movimento, você pode movimenta-lo para qualquer lugar a qualquer hora! Para qualquer tempo e lugar, não há parâmetros no nagual. Isso não é maravilhoso? Basta intentar que estará tudo na palma da mão! Para esse intentar existem muitas chaves, a respiração é uma, mas existem muitissimas outras chaves para isso.O ensonhar nos dá um novo paradigma de percepção onde o ego, ou o primeiro circulo do poder passa a ser visto como ele realmente é: Uma percepção atolada no condicionamento e na identificação das rotinas. Intentemos um tonal impecável!
Quietus
!IntenTo!
GLAUCO APRENDEU A SONHAR COM O LIVRO DE CASTAÑEDA, A ERVA DO DIABO

Conhecido como cartunista de humor, o criador do Geraldão, da Dona Marta, do Zé do Apocalipse e do Casal Neuras aprendeu a sonhar com Castañeda e tornou-se um líder espiritual do Santo Daime

"Passei a sair do corpo e a comprovar que estive em certos lugares" Em 1975, 18 anos, Glauco foi morar em Ribeirão e logo deu as caras no jornal editado por José Hamilton Ribeiro. "A cidade tinha uma safra de feras - o Sérgio de Souza, depois do Bondinho, também foi para lá montar um jornal alternativo." (Para quem não sabe, José Hamilton Ribeiro fez a cobertura, pela Realidade, da Guerra do Vietnã. Sérgio de Souza, o Serjão, foi seu companheiro de Realidade e é o criador da revista Caros Amigos.) Zé Hamilton Ribeiro lhe ofereceu emprego. "Foi meu primeiro padrinho", diz Glauco, que já tinha dois personagens, Rei Magro e Dragolino. "Eles passavam o dia todo queimando um", lembra. Zé Hamilton também se recorda. "Percebi que estava diante de alguém especial - o artista capta sinais que a gente, comum, não percebe. Sua presença física já era de oposição." Sobre o Glauco e o amigo Sérgio de Souza, diz: "Bom mesmo são as pessoas que conseguem fundar sua própria igreja - não sobre pilares de ouro, pois essas podem ser roubadas, mas sobre os pilares do espírito".Outros padrinhos se seguiram. O cartunista Angeli, que editava o Vira Lata no Folhetim dos tempos do Tarso de Castro, começou a publicar seu trabalho. O Henfil, sua maior influência desde que conheceu o Pasquim, o hospedou durante nove meses. "Estou falando com Deus, pensava, quando conheci o Henfil. Os Fradinhos, aquele traço todo solto, o uso do palavrão - o trabalho dele era um avanço muito grande."Na sombra do cartunista, contudo, nascia o sonhador. Glauco aprendeu a sonhar consciente com o livro A Erva do Diabo, de Carlos Castañeda. "Através das instruções dele passei a sair do corpo e a comprovar que estive em certos lugares - perdi muito tempo com isso. Eu ia lá na frente da redação do jornal, sonhando, ia lá e decorava o número do poste, numa plaquinha. Acordava e ia correndo ver - estava lá! Passei uma época obcecado em convencer minha razão."Foi quando sonhou com o Padrinho Eduardo, que ainda não conhecia. No sonho um índio dizia, dirigindo-se a uma multidão diante dos dois - olha, é ele quem vai levar vocês. Acordou achando que tinha sonhado com Dom Juan Matus, o feiticeiro yaqui de quem Castañeda foi aprendiz. "Parecia um inca - um narigão, baixinho, atarracadinho. nunca esqueci aquele véinho." Foi a sinalização do caminho para o Santo Daime.

http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/005/04.shtml

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ensonhar - Carlos Castaneda



Devemos saber o que o mundo tal como o percebemos é um acordo .Um exemplo de não-fazer amarrar os sapatos de forma diferente . O ensonhador, através dos ensinamentos da feitiçaria, é um guerreiro que vê sua própria vida e a si mesmo como alguma coisa indescritível, indefinível e indeterminada. Ele não tem limitação. Não tem forma. Ele agarra qualquer coisa que lhe venha de encontro igualmente, como um desafio, e nunca perde sua imparcialidade mesmo que seja terrivelmente humilhado. Uma das coisas mais importantes a fazer para um guerreiro é ter um Álbum de Momentos Sublimes. Saiam da mente do predador. Nós somos repetitivos. Onde está nosso senso de orgulho? Nós temos que examinar tudo, cortar nossas rotinas através da dissonância cognitiva para nos transformarmos em "bruxos" ou videntes . Nós podemos ver energia tal como flui, por que motivo permitimos que a mente do predador nos impeça? O Ensonhador é capaz de usar seus sonhos como um alçapão ou como um trampolim que o faz mergulhar no infinito. Mas nós temos gasto nossos sonhos unicamente em caminhos analíticos, psicológicos ou científicos. Ensonhar como um guerreiro é ensonhar como alguém que assume a responsabilidade de que está indo morrer . O Ensonhar é preciso. Alguma coisa é arrastada no campo da luminosidade. O ponto de encaixe é deslocado. Fibras de energia são disparadas em milhares de direções. Se o ponto for deslocado nos movemos para um mundo inteiramente diferente. Ensonhar é a arte de manter o ponto de encaixe em uma nova posição. Se nós tivessemos a oportunidade, todos nós poderíamos nos tornar ensonhadores de primeira classe. A promoção do deslocamento de nosso ponto de encaixe é espantosamente maior no ensonho. Nossa mente é quem fornece ordem nestas experiências. Quando estes ensonhos tornam-se opressores e com imagens demoníacas, isto é ditado pelo nosso caminho de antropomorfização da experiência do ensonhar. Se nos agarramos aos ensonhos como uma atividade formal, o demoníaco desaparece. O difícil é disciplinar a nós mesmos de maneira que nada do que aconteça no ensonho seja desfeito ou provoque em nós uma reação tal que nos faça perder a experiência . Os passos no ensonhar: 1. Tornar-se ciente que você se entregou ao sono. Antes de ir para dormir dizer: `Eu sou um ensonhador'. Este é um estado que afirma o seu intento. Isto não significa ficar preocupado em ensonhar ou não, a nossa mente não está habituada a conhecer a diferença. Isto não é mentir para você mesmo Quando permanecemos em questões lineares os nossos pensamentos é que são mentiras, isso não é nada novo, pois mentimos a nós mesmos o tempo todo . Assim intentem ensonhar partindo do ponto de vista de que nós estamos indo para a morte, como se isto fosse uma questão de vida ou morte . Ou você quer salvar a sua vida para a senilidade? Estás esperando em um restaurante que alguém lhes diga que lhe quer, que lhe ama ? O que você tem feito ? Dom Juan queria fazer esta questão para mim repetidamente. Isto precisava ser repetido incessantemente porque eu era um estúpido. Este não é o melhor dos mundos possíveis. Alguma coisa está presa em nossas costas devido ao nosso modo de ver. Do ponto de vista do guerreiro que está indo morrer tornamo-nos sabedores que o mundo nunca será o mesmo. Isto é inacreditável. O guerreiro ensonhador vê o batedor inorgânico em seus ensonhos. Eles são batedores de mundos inconcebíveis. Eles usam a consciência como um mar. Nós podemos ir a qualquer lugar se tivermos energia. Se nós nos livrarmos de nossa importância própria conseguimos a energia para tal . Um guerreiro dá um pulo de incalculável extensão porque ele precisa disso para navegar pelo infinito . Meu destino é errar pelo infinito. Nós somos viajantes, viajar é o nosso destino. Ao aceitar a responsabilidade de sua morte o guerreiro obtém um inacreditável impulso. Ele pode colocar um fim à sua importância própria e mover-se para um outro nível. Já não tem que curvar-se diante de nada, nem exige que nada curve-se diante de si . Depois de descobrir o batedor em seus ensonhos você pode parar o ensonho e perguntar a ele de onde ele veio e segui-lo até lá. O batedor é compelido a levar nossa consciência atenta para outros mundos Mundos estupendos, um universo paralelo. O ensonhador torna-se então um explorador, um batedor de si mesmo. O universo paralelo está vivo, ele é o mundo da consciência . Os seres inorgânicos são professores de um universo feminino que está a procura da energia masculina. Mulheres são réplicas de seres inorgânicos na Terra. A batalha está em outro mundo e nós entraremos neste universo gostemos ou não . Isto é inevitável. Os feiticeiros são pragmáticos. Perguntam-se : O que é exatamente esta batalha que acontece em outro mundo? Porquê esperar até você morrer? Faça isto agora enquanto você está jovem e vigoroso. Pare de estar tão envolvido com sua importância própria, de pensar em si e no que precisa , até estar velho demais para fazer algo, até que somente uma coisa nos possa ser dita: "precisa de alguém para cuidar de você". Seja sabedor agora. Este é o momento e ensonhar é o caminho. O ensonhador, tendo economizado suficiente energia obterá o balanço de sua vida quando entrar no outro mundo. Isto é inconcebível. O que é real para nós? Não o que nossos pais disseram. Nós somos outra coisa. Há sete estágios do ensonhar. O primeiro é estar consciente de que você está caindo no sono.Quando se consegue isso permanecemos conscientes durante o estado de sono . Então podemos manter esse estado se não olhamos nada de forma fixa . Uma vez que você começa a despertar em seus ensonhos você começará a acumular mais energia. Você estará forte no próximo dia. Torne-se cônscio em seus ensonhos, este é o primeiro estágio. Se você insistir e pôr o intento a sua energia irá puxá-lo. Deixe isto acontecer. O puxar do intento quebrará os parâmetros históricos da percepção. Se você recapitular sua vida seriamente você ganhará bastante energia. Somente como guerreiros podemos nos dar conta do que somos . No primeiro estágio nós examinamos tudo, cada elemento em nossos ensonhos. Nós começamos tornando-nos cônscios de que estamos caindo no sono. Mas isto não é a meta da técnica. Isto é somente para enganar a mente. a técnica real é para tornar-se cônscio dos elementos de nossos ensonhos ordinários. No ensonhar, nós podemos facilmente deslocar o ponto de encaixe. Graças a um constante e sutil deslocamento do ponto de encaixe cria-se uma nova pessoa. Dessa forma pomos fim a velha e nos tornamos uma nova pessoa. Don Juan disse que o "aqui" e o "ali" são intercambiáveis, nós fazemos isso o tempo todo com nosso corpo energético. O corpo energético é a soma total projetada para fora. O que temos de fazer para acabar com isso, para superarmos a nossa resistência? O terrível dano provocado pela sociedade pode ser corrigido mediante o sonhar. O próximo passo ou Portão do ensonhar é o de despertar dentro de um ensonho e entrar em outro ensonho. Uma vez que você adquiriu a energia da recapitulação, ensonhando você pode deitar-se no ensonho, na mesma posição em que originalmente você caiu no sono, e mover-se para outro ensonho. Depois que você entrou num ensonho dentro do ensonho você entra num estado que é inconcebível, e que golpea nossa mente . Este é o segredo das posições paralelas. O segredo dos segredos é intenta-lo. Nós só precisamos de energia. Isto não é nenhuma teoria, é real, e como praticante que sou afirmo que nós todos podemos fazê-lo. Eventualmente no ensonho tudo mudará. Um dia sua atenção será arrastada ou fixada por alguma coisa no ensonho e você não saberá por que razão. Você não será capaz de mover-se até que isso o liberte. Sua atenção é capturada por um ser inorgânico. Eles possuem mais sabedoria mas nós temos mais energia.Nós somos poderosas balas de energia, como um fogo brilhante. Eles permanecem para sempre e sua consciência pode nos pegar. Agora nós começaremos a ouvir sempre a voz do Emissário. Ele responderá nossas questões. Depois disso ouvimos esta voz como sendo de uma mulher. Ela é por natureza feminina. Não se entregue ao emissário do ensonho. Diga-lhe para ficar fora dos seus assuntos. Não permita-lhe alimentar-se de você em nome da liberdade. Existe uma onda que choca-se conosco e nos faz entrar na tristeza. Mas ela veio lá de fora? "Eu nunca pensei que estava indo viver para sempre, fazer isso é erguer um obstáculo. Tornei-me livre, fluido". Pratique o não-fazer do álbum do sublime. Isso criará a dissonância cognitiva. Crie um álbum para você lembrar seus momentos sublimes, de coisas e pensamentos que tenham assombrado você. A revolução real está no próximo mundo. É fácil estar envolvido em protestos políticos, mas este não é o ponto. Devemos fazer alguma coisa do ponto de vista do homem que está indo para morte. O que vocês têm feito por si mesmos ? O que você está fazendo para você mesmo, para o seu corpo? Olhe como você vive. Pare de fumar. O que vocês têm feito por si mesmos ? Nossa herança natural é viver e morrer como imbecis. Este é o tempo da revolução. 28/11/93-Palestra de Carlos Castaneda - LA. - The Phoenix Book Store.

Relato de experiência onírica 1 - sonho lúcido

Este sonho ocorreu em 15/11/2007 e vou descrevê-lo porque gostaria de saber se já passaram por algo semelhante.
Eu estava em um lugar onde me mostravam pedaços de papel com vários textos e eu sabia que estava sonhando. Quando focava para ler o texto eu ainda mandava uma mensagem para mim mesma: vou decorar o texto e escrevê-lo quando acordar. Ocorre que o texto não estava em português em sua maior parte - identifiquei umas palavras em latim - e as poucas palavras que estavam em português não faziam o menor sentido em termos de sintaxe.
Este tipo de sonho já me ocorreu anteriormente, mas fico tão frustrada em não compreender o significado daquelas frases incoerentes que me "desconecto" da lucidez e volto ao sono/sonho "normal".

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Como lidar com os sinais que antecedem uma experiência onírica consciente



Cleber Monteiro Muniz - 2001

Fonte: http://gballone.sites.uol.com.br/colab/cleber2.html#2





Quando nos posicionamos para repousar e começamos a relaxar, surgem sinais que indicam a aproximação progressiva do estado letárgico.






A percepção consciente desses sinais é útil por nos avisar a respeito da necessidade de maior cuidado uma vez que em tal momento a hora de deixar o estado vigil está chegando. Temos sempre a tendência de crer que estamos longe da transição para o sono, mesmo quando ela está bem próxima.Essa crença equivocada se baseia na idéia inconsciente de que não há uma vigília em estados corporais profundamente letárgicos e em meio a cenas oníricas. Supomos que o fato de estarmos um pouco despertos é um indicador de que estamos longe do sono.






A aproximação progressiva do adormecimento corporal pode ser identificada pela maior nitidez das vozes internas. Poucos instantes antes de adormecermos, as vozes interiores falam em nossa cabeça com nitidez cada vez maior. A progressão da nitidez é sutil e acontece paralelamente ao processo de aprofundamento do sono.






Na medida em que o processo letárgico corporal aliado ao despertar conscientivo no mundo psíquico avança, as vozes são ouvidas como se fossem físicas e são acompanhadas por endopercepções de teores não-sonoros: visuais, táteis, gustativas e olfativas. Todas chegam à consciência com nitidez e intensidade equivalentes às proporcionadas pelas percepções externas e às vezes até maiores. Isso se deve ao alto grau de numinosidade das imagens internas.






Nessa etapa, tendemos a perder a vigilância devido ao poder altamente hipnótico dos pensamentos. Deveríamos intensificá-la e acompanhar a experiência para esperar o resultado.






A maioria dos praticantes que tentam alcançar as experiências oníricas conscientes tendem a reagir às primeiras imagens numinosas com espanto, medo, ansiedade, curiosidade ou uma imensa euforia por estarem adentrando a um mundo extrafísico. Essas reações podem afugentá-las, fazendo a prática fracassar.






O praticante precisa manter a constante recordação de que está presenciando uma realidade onírica e fantástica que corresponde ao seu universo imaginal, sendo totalmente distinta da realidade física. Se essa recordação for perdida, ele fica submetido ao poder hipnótico das imagens, se torna vítima de sua numinosidade e perde o estado positivo alterado de consciência, caindo em um sono/sonho usual. A experiência transcendente fracassa quando nos esquecemos que estamos em contato com cenas de um mundo onírico. Não devemos confundir a realidade externa com a interna, devemos discernir.






O recomendável é não reagir aos primeiros sinais com nenhum tipo de surpresa ou euforia e, ao mesmo tempo, conseguir acompanhá-los. Para tanto o ego deve ficar "amarrado". É preciso observar os sinais iniciais em imobilidade psíquica total, como se faz ao observar animais selvagens, e acompanhar seus movimentos subseqüentes sem espantá-los. Qualquer movimento brusco ou sutil do ego, seja de tipo sentimental ou intelectual (tentativa de entender ou encaixar o que está sendo visto em preceitos lógicos conhecidos etc.), os afugenta.






O trabalho é árduo porque temos que unir dois extremos: observar os sinais e, ao mesmo tempo, não afugentá-los. São dois processos que normalmente não se combinam muito, não se realizam simultaneamente. Também não devemos nos fascinar por nenhuma imagem mas sim receber seu caráter numinoso sem com ele nos identificarmos.
Procedendo assim, vamos muito longe na experiência.







Dormimos para este mundo e acordamos para o outro.








Dados do autor para bibliografia:Monteiro Muniz C - Como lidar com os sinais que antecedem uma experiência onírica consciente, in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, 2001, disponível em http://sites.uol.com.br/gballone/colab/cleber2.html#2

O Estado Não Usual da Consciência Extra-Vigil


Por: Cleber Monteiro Muniz - 2001

Fonte: http://gballone.sites.uol.com.br/colab/cleber6.html#1


"I begin again as the world outside ends"

Love Spirals Downwards


Estar desperto dentro de um sonho (no sentido literal da expressão) é estar em um estado não-usual de consciência. A modalidade de discernimento e alerta que se tem durante sonhos lúcidos é pouco comum na sociedade em que vivemos, não é muito freqüente. Para a maioria das pessoas seria um estado de consciência alterado, modificado.Para alguns estudiosos, o funcionamento consciente usual, aquele que a maioria das pessoas possui no estado normal de vigília, não é o único existente. É o que afirmou Willian James em uma obra conhecida por muitos ( em Capra, 2000, p. 31):


"Nossa consciência normal do estado de vigília - a consciência racional, como a denominamos - constitui apenas um tipo especial de consciência, ao passo que, ao seu redor, e dela afastada por uma película extremamente tênue, encontram-se formas potenciais de consciência inteiramente diversas" (grifo meu).


Além do funcionamento consciente normal da vigília, ou seja, aquele que se tem quando o corpo físico está acordado, o ser humano possuiria, em estado latente, outras modalidades de despertar. Essas modalidades de consciência seriam extra-vígeis, presentes nas horas em que o homem não estivesse acordado. Obviamente, se não correspondem à consciência de vigília, tudo indica que James se refere a uma consciência durante o sono.




Experiências conscientes nas quais se ultrapassa o mundo tridimensional seriam conhecidas pelos místicos do oriente, os quais "parecem estar em condições de atingir estados não-usuais de consciência nos quais transcendem o mundo tridimensional da vida cotidiana de modo a experimentar uma realidade mais elevada, multidimensional. Assim, Aurobindo refere-se a 'uma mudança sutil, que faz com que a vista veja numa espécie de quarta dimensão'." (Capra, 2000, p. 133, grifo meu).




O mundo tridimensional não seria o único passível de experimentação consciente. Outros níveis dimensionais também fariam parte da realidade e poderiam ser acessados pela consciência alterada. Poderíamos incluir aqui o mundo onírico pelo fato dele não ser tridimensional: seus elementos componentes não possuem, desde um ponto de vista físico e externo, as características que chamamos largura, altura e comprimento. As imagens noturnas não podem ser medidas em centímetros ou pesadas. Entretanto elas são reais pois estão vivas dentro de nós.




O homem possuiria recursos internos para acessar o que não pode ser visto, ouvido, tocado e palpado com o corpo físico pois suas "experiências multidimensionais transcendem o mundo dos sentidos"(idem, p. 228), ou seja, conduzem ao contato com o que está além do nosso universo sensorial. As figuras arquetípicas que surgem em sonhos possuem formas e, algumas vezes, cores. Há, nos sonhos uma forma de "visão psíquica" que nos permite descrever as características morfológicas das imagens com as quais sonhamos. Porém, bem sabemos que esse tipo de visão não pertence aos cinco sentidos externos. Ela os transcende e, não obstante, ainda assim pertence ao ser humano pois está presente nos relatos oníricos.




Referindo-se a estados não-usuais de consciência em culturas primitivas, antigas e aborígenes, Grof nos diz que nelas "existe a idéia de que esta realidade visível não é a única existente, há outras realidades paralelas onde existem espíritos, demônios, elementos arquetípicos ou mitológicos, entidades encarnadas, animais de poder e assim por diante". Essas culturas não conceberiam como aberrante ou absurda a idéia de que o mundo fantástico é, à sua maneira, real. Paralelamente à realidade visível, haveria uma realidade invisível que poderia ser acessada conscientemente (atente-se para o fato de que o estudioso está se referindo a estados de consciência e não de inconsciência; ele não está tratando de processos que se dão sem a presença da lucidez). Tal realidade corresponderia ao mundo imaginal e poderia abranger também seu lado onírico pois seria habitada por entes arquetípicos fantásticos e mitológicos, os quais sempre surgem em sonhos.




Corroborando essa visão, Harnisch (1999, p.7) afirmou que "os índios da América do Norte consideravam os sonhos como visões de uma outra realidade, que para eles traçava um paralelo com o seu mundo desperto. De uma forma parecida compreendiam-se os sonhos na China. Atribuía-se-lhes uma uma elevada qualidade vivencial e estes eram vivenciados com uma intensidade tão extraordinária que as pessoas se perguntavam: qual será pois a verdadeira realidade: o sonho ou aquilo que que se vivencia no estado de vigília?" (grifo meu)Nessas culturas, o universo dos sonhos e o universo vígil são paralelos. Cada um desses universos é real à sua maneira.




Ao empreender uma descida consciente às profundidades do oceano interior, o homem penetraria em um mundo real, verdadeiramente existente, embora sob outra forma. A esse respeito, Jung (1984, p. 14) escreveu:


"É muito difícil acreditar que a psique nada representa ou que um fato imaginário é irreal. A psique só não está onde uma inteligência míope a procura. Ela existe, embora não sob uma forma física. Ë um preconceito quase ridículo supor que a existência só pode ser de natureza corpórea [física]. Na realidade, a única forma de que temos conhecimento imediato é a psíquica. Poderíamos igualmente dizer que a existência física é pura dedução uma vez que só temos alguma noção da matéria através de imagens psíquicas, transmitidas pelos sentidos."


A existência psíquica seria real e válida como a física e talvez até mais. Conclui-se, por extensão, que adentrar a uma cena onírica conscientemente é adentrar a um mundo feito de imaginação mas nem por isso menos verdadeiro. A realidade imaginal interna é paralela à externa.Nas já mencionadas culturas antigas e primitivas são "criados espaços para que (...)[as experiências em estados de consciência não-usual] possam ser vivenciadas com segurança e métodos para se desenvolverem com intensidade. Nesses estados alterados de consciência é que nascem a rica mitologia e a espiritualidade daqueles povos. Estados não-usuais de consciência são utilizados por culturas ancestrais para (...) [a realização de] coisas práticas e corriqueiras tais como encontrar objetos ou pessoas perdidas ou para localizar rebanhos de animais a serem caçados, inclusive elas desenvolveram cerimônias para aumentar ainda mais a capacidade de modificar a consciência, com objetivos bastante práticos." (Grof, 2000, internet). A realidade invisível seria acessada conscientemente e esse acesso estaria fortemente ligado ao cotidiano prático e concreto desses povos, os quais teriam inclusive aperfeiçoado ritos para intensificá-lo e nele minimizar a exposição a possíveis perigos. A consciência assim alterada teria uma utilidade no mundo tridimensional: caça e localização de pessoas perdidas. Ela não serviria a uma fuga da realidade externa mas a completaria. O universo mítico brotaria de seu seio e por ele os homens se orientariam.Entretanto, haveria em nossa cultura uma limitação que a tornaria avessa a tais experiências e a levaria a tomá-las como estranhas:


"Nós não apenas patologizamos estas práticas como também proibimos a utilização de substâncias ou cerimônias que possam levar à mudança de estados da consciência. Por exemplo, dentro da psiquiatria saxônica não há uma distinção clara entre misticismo e estágios psicóticos. Em geral, esta diferença de visão de mundos entre as sociedades tradicionais e a nossa sociedade industrial/ocidental é explicada pela 'superioridade filosófica' da nossa visão 'limitada' de mundo. Depois de trabalhar 40 anos nessa área do conhecimento, minha opinião sobre isso é que esta diferença de visão de mundo tem mais a ver com a enfermidade e com a ignorância da ciência ocidental em relação aos estados não-usuais de consciência." (idem)


Assim, nossa dificuldade em lidar com esses estados se deveriam a bloqueios culturais fortes, relacionados com a possessão coletiva por complexos de superioridade e que exerceria seus efeitos principalmente sobre a ciência, aliada à uma atrofia ritualística. A incapacidade, presente na ciência em moldes eurocêntricos, de diferenciação entre a experiência mística e os estágios psicóticos seria decorrente desse estado enfermo e da ignorância ocidental com relação a formas de consciência presentes em culturas antigas, primitivas e orientais e aos meios de se desenvolvê-las. A ausência de espaço na modernidade para o cultivo prático e alternativo da consciência teria ocasionado uma atrofia dos seus estados não-usuais em modo não-patológico e estabelecido entre nós e outros povos um abismo. Em virtude desse abismo, não seria possível a correta comunicação de certas experiências pois os relatos de teor extra-sensorial (tais como aparições de entes fantásticos ou viagens a outros mundos) seriam vistos por nós como manifestação de ignorância pura e simples. Ao invés de considerarmos cuidadosamente tais manifestações desde o mesmo ponto de vista cultural que as origina, como corresponderia a uma postura legitimamente científica, imporíamos na abordagem das mesmas nossa visão de mundo, nos esquecendo de que a realidade não se adapta aos nossos caprichos teóricos. Seríamos surdos e cegos para certas experiências psíquicas pelo fato de não as enxergarmos tal como são mas sim como nos parecem. Ao abordá-las, veríamos nelas apenas os nossos próprios pontos de vista. A ciência ocidental relutaria em reconhecer que a espiritualidade é "algo importante e profundo, (...) parte da psique humana e não apenas uma questão de falta de educação científica" (ibidem).



Essa confusão a respeito da natureza de certas experiências conscientes transcendentais preservadas e aperfeiçoadas em outras culturas através dos séculos se deveria à limitação do alcance do nosso intelecto:


"Quando se trabalha com estados não-usuais de consciência, começamos a entender melhor esta confusão e vamos chegar ao que Jung já havia descoberto há anos: o intelecto é parte da psique e esta é cósmica, abriga tudo o que existe. Não podemos entender, com o intelecto, como funciona a psique de uma outra pessoa (...)." (Grof, 2000, internet)


A abordagem exclusivamente intelectual seria um obstáculo que dificultaria a compreensão do funcionamento psíquico de alguém. E, parece-me, isso é sobremaneira válido no caso desse alguém pertencer a um contexto cultural completamente adverso ao nosso. Ao abrigar tudo o que existe no universo, a psique precisa ser abordada também sob prismas não-intelectuais. Isso não significa que o intelecto seja inútil mas apenas que sua abordagem seja parcial. À abordagem intelectual, dever-se-ia acrescentar outras, que na sociedade atual não são utilizadas. Se buscamos a totalidade, não podemos aderir teimosamente a instrumentos cognitivos parciais. Entre as abordagens válidas está a simbólica, com sua via analógica que nos permite conceituar e expressar intelectualmente aquilo que é inacessível à mente racional. A metáfora é a ponte entre o compreensível e o incompreensível e nos permite a comparação. Uma demonstração analógica torna o obscuro menos incompreensível.




Para Jung (1984, pp.18-19) a extroversão excessiva dos dias atuais levaria a uma negligência para com os acontecimentos internos, inclusive dentro da ciência. Ele nos diz que o "preconceito, muito difundido, contra os sonhos, é apenas um dos sintomas da subestima muito mais grave da alma humana em geral. Ao magnífico desenvolvimento científico e técnico de nossa época, correspondeu uma assustadora carência de sabedoria e introspecção. É verdade que nossas doutrinas religiosas falam de uma alma imortal, mas são muito poucas as palavras amáveis que dirige à psique humana real; esta iria diretamente para a perdição eterna se não houvesse uma intervenção especial da graça divina. Estes importantes fatores são responsáveis em grande medida - embora de forma não exclusiva - pela subestima generalizada da psique humana." Embora tivéssemos grande desenvolvimento técnico, teríamos grande atraso introspectivo. Haveria uma aversão bem difundida contra as viagens do ego às vastidões profundas do si mesmo e isso decorreria da ignorância a respeito da natureza da alma. Nem mesmo as nossas religiões seriam capazes de preencher essa lacuna. Haveria uma subestima da psique e um preconceito contra os sonhos. Os sonhos lúcidos não seriam, portanto, cultivados ou vistos com bons olhos em nossa sociedade.




Entretanto, nos dias atuais a ciência estaria se abrindo para a possibilidade de se desligar a consciência dos órgãos sensoriais externos do corpo físico e transpô-la para fora deles, mas essa abertura seria ainda incipiente:


"A tanatologia vem estudando casos de cegueira congênita, em que as pessoas que viveram experiências fora do corpo descrevem o que acontece na sala de operações ou em outros locais e, quando voltam, descrevem o que viram, as explicações são confirmadas, só que quando retornam ao corpo físico, continuam cegas como antes. Estas experiências continuam sendo negadas pela comunidade científica." (Grof, 2000, grifo meu)


As pessoas investigadas seriam cegas, não tendo, portanto, o poder da visão externa mas, durante cirurgias, visualizariam os acontecimentos da sala de operações em que estavam e até acontecimentos fora dela e isso seria passível de confirmação. As imagens obtidas sem o recurso dos olhos seriam comparadas às realidade visível e haveria uma correspondência entre ambas: de alguma maneiro os pacientes saberiam o que se passava nas imediações. O fato dessa percepção não-usual acontecer em salas de operações sugere que a pessoa estaria dormindo ou desmaiada experienciando, provavelmente, uma modalidade não-usual de sonho.Algumas pessoas com maior aprimoramento intelectual seriam especialmente sensíveis a ponto de perceberem outras realidades conscientemente. A experiência que Grof teve "principalmente com pessoas que têm grande treinamento científico e filosófico e que têm Q.I. muito desenvolvido, (...)[foi] que estas, quando em trabalho com estados não-usuais de consciência, entram em contato com experiências espirituais e místicas. E elas, não podendo negar a realidade espiritual, começam a se interessar pelas tradições místico-religiosas, tanto no oriente quanto no ocidente." (ibidem, grifo meu). Não seriam apenas pessoas pertencentes a culturas ágrafas ou "atrasadas" que experienciariam conscientemente as realidades paralelas, entre as quais podemos incluir a dimensão onírica. Isso parece reforçar ou sugerir a idéia de que o funcionamento consciente que consideramos não-usual é arquetípico e está latente mesmo nas pessoas ocidentais e intelectuais. Para que ele se desenvolvesse, precisaria ser contatado e ativado. O aperfeiçoamento científico-filosófico e a inteligência não o excluiriam. O que o excluiria seria o preconceito, o qual resultaria em negligência e impediriam o seu cultivo. Não obstante, o próprio Grof, um cientista que teve formação materialista em um país do leste europeu, afirmou transcender conscientemente os limites do corpo físico sob efeito do LSD.



Referindo-se a uma experiência feita na clínica em que trabalhava, o estudioso relatou:


"Quando estava no ponto máximo do experimento, no ponto mais intenso do efeito daquela substância, eles me chamavam, para que se fizesse a experiência do monitoramento das [minhas] ondas cerebrais. Deitado com uma luz estetoscópica na minha frente, de repente me senti como que no meio de uma explosão atômica. Hoje analiso que o que eu vivi mesmo, naquele momento, foi a luz inicial da minha consciência, que foi catapultada para fora do meu corpo... e em um instante 'eu' saí da clínica, saí de Praga e saí para fora do planeta. Minha consciência era o reflexo de tudo que existia no universo. E aumentando a intensidade da experiência com o aparelho, fui voltando ao meu corpo físico." (ibidem)


Esta experiência apresenta conteúdos semelhantes aos de certas experiências em meditação e de um sonho tido pelo próprio Jung (p. 253, 1963) no qual ele nos relata ter voado até deixar o planeta Terra e vê-lo das alturas. É interessante notar que a experiência de Grof apresenta o abandono temporário das percepções sensoriais corporais pela consciência, pois do contrário a mesma não poderia ter sido lançada para fora do corpo físico, da clínica e da capital da antiga Tchecoslováquia. Ser lançado para fora de algo é deixá-lo e, por isso, entendo que a consciência deixou as funções sensoriais externas do corpo físico. Obviamente, isso não seria possível sem que este, no decorrer da experiência, perdesse o estado vígil. Caso contrário não se diria que a consciência "saiu do corpo".




Quando dormimos em situações comuns, sem recursos químicos adicionais, e adentramos às regiões oníricas, as percepções externas cessam, nos casos em que não há sonambulismo, do mesmo modo que na experiência de Grof. Evidenciamos, assim, que o abandono do corpo físico pela consciência é um ponto comun às experiências mencionadas. Quando adormecemos, deixamos de perceber muitas coisas que se passam conosco: que estamos deitados, mal posicionados, que temos saliva escorrendo pela boca, que roncamos etc. Provavelmente, ninguém negaria que durante o sono as funções sensoriais externas ficam muito reduzidas e que na morte elas param. O relato de Grof parece ser um caso de experiência onírica consciente sob o efeito da droga.




De acordo com Sanford (1988), a consciência poderia irromper em pleno sono durante certos pesadelos:


"A participação da consciência num sonho é responsável pelo fato de as pessoas dizerem às vezes que despertam dos sonhos pela própria vontade, especialmente quando se tornam aterrorizadores. Às vezes ouvimos das pessoas: 'Eu disse para mim mesmo para despertar, e o fiz'." (p. 56)


Essas pessoas diriam a si mesmas, principalmente durante sonhos terríveis, que deveriam despertar e usariam isso como recurso para sair da cena onírica indesejável. Para que o ego chegue ao ponto de dizer isso para si mesmo, é preciso que ele tenha o discernimento de que está dormindo. Ninguém afirmaria que precisa acordar se não compreendesse que sonha.Essa modalidade especial de consciência seria uma variante da capacidade de interferir conscientemente no conteúdo dos sonhos, programando-os previamente. Isso facultaria ao ego a chance de modificar sua forma de reagir ao contato dos elementos oníricos, desde que este não tentasse impor seus caprichos ao inconsciente. Ao modificar as reações no sonho, a pessoa poderia adquirir experiências novas:


"Uma das variações do sonhar programado chama-se 'sonhar com lucidez'. Convida-nos a nos tornarmos 'despertos' no sonho ou, por outras palavras, a sermos capazes de reconhecer, no sonho, que estamos sonhando. Dizem que isso nos capacitaria a redirecionar nossos sonhos. Se conseguirmos fazê-lo no sentido que quisermos, ou se formos capazes de dar ao sonho um final agradável ou favorável, no meu modo de pensar, isto seria uma grande perda(...). Contudo, se esse 'estado de vigília' for utilizado com o objetivo de termos oportunidade de mudar nossas reações no sonho e podermos escolher outras respostas [e não apenas as mesmas de sempre, aquelas nas quais nos mecanizamos e às quais estamos apegados], o assunto já é diferente. Nesta hipótese, teríamos uma forma de 'imaginação atuante', o que seria [um] processo auxiliar (...)[na interação com os conteúdos psíquicos que estão se expressando e personificando durante o sonho]. Há grande diferença entre tentar manipular o inconsciente para adaptá-lo à nossa fantasia e alterar as respostas de nosso ego de acordo com o que está acontecendo em volta, e devemos nos lembrar e aproveitar essa distinção." (grifo meu, idem, p.57)


A lucidez no decorrer do sonho deveria ser aproveitada, isto é, explorada. Ela seria um fator auxiliar no processo de auto-conhecimento, desde que o ego a utilizasse corretamente ao invés de impor ao sonho os seus caprichos.




No nível psíquico profundo, seria possível até mesmo transcender conscientemente o nível pessoal e experimentar-se como parte da mitologia dos povos ou confundir-se com a força criadora da natureza:


"Em estado transpessoal você pode ser qualquer tipo de experiência, entre ficar com o ego - a identidade- até o princípio criador. Podemos nos experienciar como seres mitológicos ou em níveis mitológicos de consciência - onde o ser humano é definido como um campo de possibilidades sem limites." (Grof, 2000, internet, grifo meu).


Haveria a possibilidade de nos experimentarmos conscientemente num nível mitológico: sermos unos com os heróis lendários e ao mesmo tempo sabermos que estamos experimentando isso. Um nível mitológico de consciência é um estado psíquico no qual somos conscientemente uma figura mitológica.Possuiríamos vários níveis conscientes em nosso interior e estes poderiam ser conhecidos particularmente pelo homem que "olha para dentro e explora a sua consciência em seus vários níveis"(Capra, 2000, p. 227). A existência de vários níveis de consciência dentro do homem e a possibilidade de acesso a eles significaria que não apenas uma modalidade de consciência, a do estado normal de vigília, seria a realmente existente em nós mas haveria outras e estas seriam conhecidas há muito tempo pelos orientais. Seus místicos "exploraram, através dos séculos, vários modos de consciência e as conclusões a que chegaram são, com frequência, radicalmente diferentes das idéias sustentadas no ocidente" (idem, p. 225).



Deste modo, o nível onírico, que corresponde às camadas mais profundas da psique, poderia apresentar funcionamentos conscientes, faculdade não exclusiva do ego vígil.



De acordo com esses estudiosos, haveria uma realidade invísivel: a do mundo imaginal. Ela estaria fora do universo consciente imediatamente acessível ao ego durante o estado normal da vigília mas poderia ser atingida fora dele, sob condições especiais nas quais o funcionamento da consciência fosse alterado.


Dados do autor para bibliografia:



Monteiro Muniz C - O Estado Não Usual da Consciência Extra-Vigil, in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, 2001, disponível em http://gballone.sites.uol.com.br/colab/cleber6.html#3


Referências bibliográficas:


· CAPRA, Fritjof. O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental.(The Tao of Physics: An Exploration of the Parallels Between Modern Physics and Eastern Mysticism). Trad. de José Fernandes Dias. Edição 19-22. São Paulo, Cultrix, 2000.


· GROF, Stanislav. Estados não usuais de consciência. Palestra e depoimento dado ao site Quiron. www.quiron.com.br/ciência.htm. Reprodução via internet em novembro de 2000.


· HARNISCH, Günter. Léxico dos Sonhos: mais de 1500 símbolos oníricos de A a Z interpretados à luz da psicologia. (Das Grosse Traumlexikon: Über 1500 traumsymbole von A bis Z psychologisch gedeutet).Trad. de Enio Paulo Gianchini. Quinta edição. Petrópolis, Vozes, 1999.


· JUNG, Carl Gustav. Memórias, Sonhos e Reflexões. (Memories,Dreams and Reflections, 1963)Trad. de Dora Ferreira da Silva. Vigésima Primeira Impressão. Editora Nova Fronteira.


· JUNG, C. G. Psicologia e Religião (Zur Psychologie westlicher und östlicher Religion: Psychologie und religion). Trad. de Pe Dom Mateus Ramalho Rocha. Segunda edição. Petrópolis, Vozes, 1984.


· SANFORD, J. A. Os Sonhos e a Cura da Alma (Dreams and Healing). Trad. de José Wilson de Andrade. Terceira edição. São Paulo, Paulus, 1988.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O sono é o estágio mais próximo da morte


Trecho do livro - A PALAVRA DO MESTRE de JOEL S. GOLDSMITH


Por causa da influência hipnótica do pensamento e da crença universais, é necessário que firmemos e confirmemos nossa percepção consciente da Presença.
Ao sentirmos, uma vez, a presença consciente de Deus, não devemos pensar: “Agora, estou bem para sempre”. Você não está. Volte a ter esta sensação à tarde, se puder, e não se deite sem ela à noite. Nunca se deite sem ela à noite e pela seguinte razão: o sono é o estágio mais próximo da morte. Quando você dorme à noite, morre virtualmente, exceto que a profundidade de seu morrer não é tão profunda como a própria morte, portanto volta dela pela manhã. O intervalo do sono é realmente só uma forma tênue da inconsciência total, que é a morte. A palavra “morte” significa a totalidade da inconsciência e, portanto, o sono é o que há de mais próximo da morte.
Ninguém, neste caminho, deveria, em qualquer ocasião, ir dormir em estado de inconsciência total ou de morte. Antes de ir dormir, firme primeiro uma percepção consciente da presença de Deus. Então pode deixar seu corpo dormir ou ficar acordado, a noite toda, mas ele nunca incomodará você, o que quer que você faça. O corpo não dorme. Ele está tão morto quando acordado como quando adormecido. É a nossa percepção das coisas que dorme. Se tivéssemos de ficar acordados vinte e quatro horas por dia, na percepção consciente da presença de Deus, o corpo continua trabalhando com a mesma regularidade e naturalidade.
Quando você atingir a percepção da presença de Deus, esse “clique”, antes de se deitar, você pode dormir ou não. Não faz diferença. Mas, se você dormir, não terá um sono inconsciente. Será deitar na cama e descansar o corpo, mas a consciência estará trabalhando, mesmo se aparentemente você estiver dormindo. Você descobrirá que, às vezes, terá suas maiores iluminações espirituais durante o sono, já que sua consciência não está adormecida: é só o seu corpo que está descansando.

Lucid Dreams Techniques

Background Information and Techniques

We all know how real dreams can seem. Lucid dreams are even more real - and have the advantage that you are in control. They are the ultimate "virtual reality".

A lucid dream is as vivid and real as the "real" waking life. Yet you know you're dreaming; you can control the dream. In a lucid dream you can go anywhere, meet anyone, do anything. Anything you can imagine, you can experience as real.

Life's too short, we need to live every minute to the full. Lucid dreaming is a technique that allows us to make use of some of those hours otherwise wasted in sleep. In our lucid dreams we can put our dreams to some purpose: analyse our dream symbols, face our challenges and have fun!

People have been having lucid dreams for as long as the human mind has been dreaming. The first known use of the actual term "lucid dreaming" was by Frederik van Eeden in his work "A Study of Dreams" which was published in the Proceedings of the Society for Psychical Research in 1913. (Van Eeden also wrote the novel Waking Life) along with the work of people such as Stephen LaBerge.

It's important to recognise that lucid dreaming - "lucidity" - occurs in the middle of true sleep. The imagery you experience on the edges of sleep - the hypnagogic & hypnopompic states - is not lucid dreaming. Those states, fun as they are, are more akin to daydreaming. Imagine that but a hundred times sharper, more detailed and more real - that's the lucid dream experience. In a lucid dream you are totally conscious yet still asleep. You'll know it when you experience it.
These pages will discuss some of the basics of lucid dreaming and introduce a few simple induction techniques to guide you through the process. Unless you're one of the lucky few you won't be able to have lucid dreams immediately. It will probably takes weeks or even months of work to learn lucid dreaming. Don't give up - the experience is worth the wait.

Lucid Dreaming Techniques
Learn How to Have Lucid Dreams

People have been having lucid dreams since long before the name was coined. Some lucky people seem to know how to have lucid dreams without even trying. Most of us have to learn lucid dreaming like any other skill.

You can buy various commercial devices to assist lucid dream induction. Some of these are designed to trigger a stimulus during REM sleep (when we do most of our dreaming). Whilst such devices can be an effective aid, most people can learn to dream lucidly without them.

The techniques for lucid dream skills are actually quite simple although they might take weeks or even months to get results. The key is simply to realise that you are dreaming. Then you become "lucid" whilst still asleep. You are conscious yet not awake.

There are essentially two aspects to this induction process:

Learning to recognise your dreams

Habitually questioning your state of consciousness

I've broken these two steps down into a few simple elements on the pages that follow, these should guide you through the process.

It doesn't work for everybody, but don't give up too soon. Some people learn lucid dream skills in a week, others take months before they first achieve lucidity. It's worth persevering.

Steps to Lucid Dreaming

Once you've "got it" and started to dream lucidly, you'll probably find that the biggest difficulty is waking up too soon. If that's the case then you might also want to use the spin technique.

Step 1: Question Your State

"Am I Dreaming?"
To become lucid you have to realise that you are dreaming. The best way to do that is to get into the habit of asking yourself: "Am I dreaming or awake?".

Simple, yes? Well, yes and no. It's easy to ask the question but it's also too easy to automatically answer "of course I'm awake". You need to stop and think.

You will always feel awake. You need to prove it to yourself.

Reality Tests

How can you test whether or not you're dreaming? The old idea of pinching yourself doesn't work - you can feel a pinch in a dream. Here are a couple of alternative suggestions:

Replay the last few hours or minutes.How did you get here? Where were you previously? Where are you going? In a dream, the answers to these questions are difficult if not impossible.

Try reading something.Reading more than a few words of text in a dream is difficult, the letters tend to flow and mutate. It's especially difficult if you try to read the same sentence or page twice.

Check for your dream signsSee the dream signs page for more detail.

Try to flyFlying is one of the easiest things to do in a dream, yet few of us manage it in "real" life. Be sensible - don't try jumping off the roof. Just stand still and imagine yourself lifting off the ground. If you are dreaming, chances are it'll work.

You can probably think of other ways of testing your state - use whatever works best for you. Don't worry about what other people will think, they won't have any idea what you're doing.

For this questioning to work you need to do it frequently. Get used to quesioning whether you're dreaming or awake any time something unusual happens, any time you find yourself in a surreal or bizarre situation. You might even like to write the question "Am I awake?" on the back of a business card so that you see it every time you open your purse or wallet.

Get into the habit of questioning your waking state frequently and thinking carefully about the answer. You might find tha alone habit is enough induce lucid dreams. However most people need to also use the other techniques on this site.

Step 2: The Dream Diary

Recording Your Dreams in a Journal

To become aware that you're dreaming, you need to know what your dreams are like. You need to be able to recognise them. To do this you will need to spend some time recording your dreams. You need to start a dream diary (also called a dream journal).

As always, some people are lucky. They remember almost all their dreams without any trouble. The rest of us tend to remember a few fragments - some people remember nothing at all.

Dream recall can be improved. Like anything else it's a matter of practice.

If you want to have lucid dreams then start a Dream Diary today. Get a notepad and a pencil and leave them by the side of the bed. Don't shut them in a drawer or put them across the room - you need to be able to grab them quickly without thinking about it. For this reason a pencil is probably better than a pen as you won't worry about getting ink stains all over the place!

Every time you wake up - be it morning or middle of the night - grab your notepad and jot down everything you can remember about your dreams. Record in your journal the location, people involved, even just vague feelings and emotions.

The dream memories will initially fade fast. As you write the first few words down the rest of the dream will fade away. This will improve with practice, over time you will be able to recall more of the dream. Sometimes memory of the dream will come back unexpectedly later in the day - write it down!

A good idea is to keep two Dream Diaries. The notebook by your bed will be your "rough" dream journal. Things will be scribbled in here whilst still half asleep and will probably be barely legible. Later on - within an hour if possible - transfer these notes to the "real" Dream Diary. The very act of reading and writing the dream again so soon will help to encourage your dream recall and can sometimes bring back other fragments.

Some people are happy just to use an nordinary notepad for their main Dream Diary. Others prefer to buy a special journal, perhaps one that is leather bound or personalised, in order to make the dream diary "special".

Make a point of reading through your Dream Diary frequently, especially just before going to bed.

Under no circumstances should you show anyone your Dream Diary. Dreams are intensely personal, some of the things we dream we wouldn't want to share even with our closest loved ones. If you know that your Dream Diary might be read by someone else, you will tend to subconsciously censor it. Make your Dream Diary private - and honest.

A Dream Diary is a fascinating thing in itself, you might find all sorts of insights into your subconscious. In the context of lucid dreaming the purpose of a Dream Diary is to help you recognise your personal dream signs.

Step 3: Dream Signs

We all have occasional "recurring" dreams. On a subtler level, after you've been recording your dreams for a while you'll start to notice certain "themes" recurring. These are your Dream Signs - the clues that you are probably dreaming.

Once you have a few weeks of dreams recorded in your Dream Diary, sit down quietly and reread it all the way through. Make a note of all the recurring themes and images you come across. You'll probably be surprised at how many there are.

You might find it useful to sort these Dream Signs into categories. What categories you use is entirely up to you - the whole business of lucid dreaming is very personal. You might have "people, places and things", or "actions and emotions", or any other organisation.

Common Dream Signs

Some dream signs are common to many people, others will be intensely personal. Here are a few very common dream signs:

Difficulty reading wordsThis has already been mentioned under Question Your State

Flashing lights
Flashing lights are an easy dream sign to spot and some people buy lucid dream induction devices such as the DreamMaker (a replacement for the old Nova Dreamer).

Ill-defined light sourcesExcluding flashing lights, the ambient light in dreams usually seems to come from nowhere. There's always enough light to see by. In fact turning light switches on and off rarely works in dreams. That leads on to:

Problems with mechanical objects
Mechanical objects either don't work or work in an overly simplified or complex manner. For example, the cord from electrical devices either runs directly into the wall without a plug or goes via a spaghetti-laden junction box that looks like something from a 1950s SF film!
Dead peopleVery often dead people are alive in our dreams. If you find a particular person appearing frequently then this is a good Dream Sign to note. Obviously you won't see that person in the "real" world, however you can train yourself to question your state every time you think of them.

Personal Dream Signs

Here are a few of my own personal dream-signs:

Running for a trainThis is a standard "anxiety" dream of mine. Usually I am on one platform of the station and the train is about to leave from another platform the other side of the station.
Lost shoesFor some reason I frequently realise in a dream that I have lost a shoe - usually only one not both!

BirdsLucid dreams for me sometimes include birds. Dreams like this often begin as unpleasant ones, possibly a result of early exposure to the Hitchcock film "The Birds"! Lucid dreaming allows me to take control of an otherwise unpleasant experience.

The best Dream Signs are actually those that also occur in "real" life. That makes it easier to train yourself to recognise them.

Lucid Dreaming Step 4: Noticing Dream Signs

By now you've learned how to question your state, you've kept a Dream Diary and analysed it to learn your personal Dream Signs.

You're almost there!

In fact, you might already be dreaming lucidly. If not there's just one step left to lucidity.
You need to start noticing your Dream Signs in the waking world. Depending on how many Dream Signs you've identified, you might want to start by concentrating on just the most common or you might want to look out for all of them.

Remember, Dream Signs don't have to be spectacular. In fact the best ones are those that you might normally not even notice.

Light bulb blown? Has it really, or is it just a mechanical light source not working?

Car won't start this morning?

Late for the train?

Every time something happens that could be a Dream Sign, stop. Take a deep breath then ask yourself "Am I awake or dreaming?" Remember to think carefully about the answer.

Sooner or later the answer will be "I'm dreaming!". At that moment you'll become lucid.

Have fun! If you wake too soon, try the spin technique. You might also like to consider creating a dream guide for yourself.

Fonte: http://www.here-be-dreams.com/lucid/index.html

A Buddhist Perspective on Lucid Dreaming




TARAB TULKU XI



Copenhagen University, Denmark



Editor’s Note:



Tarab Tulku, L.R.G.S, Dr.Phil., is a Tibetan lama, the eleventh in-carnation of the Tarab Tulku. Tarab is an abbreviation of the much longer name of a monastery in Tibet. Tulku means "reborn." He has been educated in Tibet at the University of Drepung Monastery, where he received the highest degree, Lharampa Geshe, in Buddhist philosophy and metaphysics, as well as in meditation disciplines (including Tantra). At present Tarab Tulku is the head of the Tibetan section of the Royal Library and of the Tibetan department of Copenhagen University. On the basis of his own profound experience and accumulated knowledge, Tarab Tulku has modified the original Tibetan Buddhist techniques and developed therapeutic meth-ods adapted to Western approaches, still integrating the essence of the esoteric meditation practices of Tibetan Buddhism.



Nota do Blog:




O texto abaixo é fundamental para quem se interessa e se dedica à pesquisa dos sonhos lúcidos. Foi retirado do site http://www.spiritwatch.ca/abuddhis.htm, cujo "link" encontra-se entre os "sites recomendados" neste mesmo Blog sob título "Sonhos 2". Não obstante essa referência já antiga no Blog e em face da importância do próprio texto, julguei conveniente transcrevê-lo na íntegra, sob a forma de postagem, a fim de que permaneça arquivado neste espaço.



Within the Buddhist Tantric tradition there is great emphasis on using the dream state of being for developmental ends. There exists a special practice called "dream yoga," which in the West has been presented as one of the "Six Doctrines of Naropa." The dream yoga is a high meditation practice which is performed by the practitioner within the so-called lucid dream state.However, working directly and consciously in the lucid dream state is not ac-cessible to very many people. As the dream yoga methods are very strong and direct methods for development, I have committed myself to developing ways of dealing with dreams, which on the one hand provide training towards actual dream yoga practice—the practicing within the lucid dream state—and on the other hand can fruitfully be used to confront and dissolve problematic psychological structures more effectively than by dealing with these in the ordinary waking state. Therefore, it is appropriate to talk about two different levels of purposes, a surface level of psychological observance, and a more subtle level of spiritual observance.Psychologically-oriented practices are concerned mainly with changing our general psychological structures with the purpose of decreasing our everyday prob-lems in relation to self and others. In contrast, the spiritual observance level is a practice level mainly concerned with changing our existential existence, with the purpose of decreasing the distance between, and thus uniting, our rational and non-rational abilities, or our feminine and masculine energies, or our body and mind or substance and consciousness. By healing the gaps and finally uniting subject and object we break the dualistic determination and entrapment of our existence, thus entering into the nature of existence, the essential nature of the universe.It should be noted that distinguishing these two practice levels is provisional. The two levels follow each other sequentially. One must solve one’s major problems on a psychological level before being able to successfully enter the more subtle spir-itual level where changing one’s existential structures in relation to reality occurs.One of the main concerns on a psychological level is to obtain a balance be-tween our ordinary coarse-rational contact with and/or interpretation of reality and a nonrational relation with reality. This balance can be obtained, and has traditionally within Buddhism been obtained, from two alternately used angles:



1. One can use methods to awaken and train the nonrational contact, whereby the coarse-rational contact naturally will be softened, and become less rigid and projec-tive and thus more open and clear; or



2. One can use methods to directly reduce the coarse, rationally created reality, to touch upon and be able to perceive and appreciate a more direct and nonmanipulated relationship with reality, a step which in itself will further a nonrational contact with reality.



During the process of establishing a balance between our ordinary, coarse-rational and the nonrational contact with reality our psychological problems change as they are part and parcel of the coarse-rational creations.In dealing with dreams, in the dream state in particular, we initially train the nonrational way of contacting reality, using our dream body/mind abilities. With this basis we deal with the dream object—and later again with the dream subject—in different ways, slowly breaking the coarse-rational beliefs as well as many other layers of our dualistic way of existence.Before I talk about the way I work with dreams, I will briefly be concerned with the creation and dynamism of our ordinary way of being, i.e. the ordinary coarse-rational way in which we contact reality. For this purpose, the foundation of the Buddhist psychology of perception/cognition, characterized by "the five skandhas" is useful. This system describes our psychophysical dynamic being from the per-spective of the meeting of subject and object. In other words it is a detailed breaking down of the moments of perception. We also need to concern ourselves with the question of why the dream state is particularly useful for our purposes. Finally, I will present how I find it useful to deal with dreams within the dream state and within the imaginary dream state—methods based on the traditional dream yoga practice.



The Coarse-Rational Way of Contacting Reality



Elucidated Through a Presentation of the Five Skandhas



The first skandha relates the corporeality of the object in terms of the qualities of form/color, sound, smell, taste and tactility, and, the corporeality of the subject, in terms of our body and especially in terms of the physical sense organs and faculties. The first moment of contact or perception of the object, within the ordinary waking state, is through the functional dynamism of the first skandha, our physical body. Our five senses individually contact with the related qualities of the object. From the senses the sense impressions go to the five respective sense consciousnesses. Neither the senses nor the sense consciousnesses have intellectual abilities.Immediately after the sense contact, the second skandha, the basic feeling-evaluation (Tibetan tsor-ba; Sanskrit vedana) which differentiates into attraction and rejection, sets in. The middle part of the "wheel of existence," symbolized by a pig, a doe, and a snake, refers to lack of intrinsic awareness (Tibetan ma rig-pa) and to this basic feeling differentiating attraction and rejection (Tibetan ’dod-chags for attraction, zhe-sdang for rejection).The third moment of perception can roughly be described as the "taking in" of the sense-impressions by consciousness. In the ordinary waking state the sense-impressions are not just "taken in" but, especially within our modern, Western, highly materialistic cultures, the sense-impressions are almost simultaneously "tak-en over" by a consciousness dominated by a coarse-rational approach. This leaves the person with very little if any conscious awareness of the pure sense-impressions.The coarse-rational consciousness refers to the consciousness which establishes that the perceived object is in accordance with the stored image, and with the name/ connotations of similar, already perceived, objects. All this is created within a cer-tain complex cultural/individual view of reality.The image we create of an object has first been singled out of its natural inter-connectedness with the whole and given a name. This image, when it is first created, will most often come between oneself and future similar objects "perceived." There-fore, instead of actually perceiving the object, in the ordinary waking state, we mainly perceive our already created image of a similar object, and seldom meet the object more intimately than that.The naming/language part in itself is most useful. However, in the coarse-rational approach the name/language has a tendency to take over reality, i.e., we give the language more meaning than reality itself. Ontologically, we exchange reality with the map of reality.Following the "taking in" or "taking over" of the sense-impressions by con-sciousness, the feeling-discrimination between attraction and rejection referred to above now arises. Pleasant feelings arise when the object in focus seems to nourish and/or protect our image of ourself, and unpleasant feelings arise when our image of ourself is endangered. The coarse-rational contact gives the direction for the feeling-evaluation of oneself and the feeling-evaluation increases one’s belief in the coarse-rational perception/cognition. In general, the feeling-evaluation has the last word in reality proof and in decisions.When the feeling-evaluation of oneself in relation to the object thus arises, it enhances the further building of a coarse-rational interpretation of the object. For instance, if one first evaluates the object as good and supportive of oneself, one naturally approaches and contacts more or less solely its "positive" sides. If, how-ever, one first evaluates the object as confronting or undermining with regard to one’s image of oneself, one’s interpretation and contact is skewed toward its nega-tive aspects. This description may sound trivial, but it has a great impact on our perception/cognition of reality.Due to the dynamism between the coarse-rational interpretation and the feeling-evaluation of the object, the different emotions accordingly arise. Here we enter the domain of the fourth skandha, the skandha pertaining, among other things, to men-tation/emotion. In this way, we create our coarse-rational emotional reality, which we automatically and more or less subconsciously superimpose of the actual sense impression of the object in focus. This, our creation of reality, is to a great extent fictional, and has often very little in common with the basic "pure" sense-reality.The fifth skandha, the aggregate pertaining to our basic, consciousness energy refers to the main essence of being. This rnam-shes type of consciousness energy is underlying and gives energy to any psychological/mental function. That is, any kind of perception depends on the rnam-shes basic consciousness energy; the sensing, the coarse-rational perception/cognition, the feeling-evaluation, the emotions, etc. If we take away all the above mentioned psychological/mental functions of the first four skandhas, the consciousness energy as such is still maintained, continuing in and throughout all other states of being. Any of our mental/physical acts pertaining to the first four skandhas leave bag-chags, mental imprints in the basic psycho-physical energy of consciousness. These are carried through into any other state of being, for instance into the dream state of being, from whence they again emerge, being part of the manifest dream.The coarse-rational, perception/cognition of reality is thus, as pointed out above, not "pure," but gives us a projected view of reality, which always is mixed up with our beliefs, fears, self-protective tendencies, emotional states, etc.In the beginning of this paper, the importance of first obtaining a balance be-tween the coarse-rational and the nonrational relation with reality was stressed. I referred to "a state of being in relation with reality," which is not so corrupted by the coarse-rational approach, but is in closer connection to the basic psychophysical energy of consciousness, that is, closer to the actual nature of being.In order to diminish and break coarse-rational creations, we have to use an ap-propriate kind of consciousness, which works in a different manner. For our purpose we have different natural states: the deep meditation state, the dream/bardo state or the deep sleep/death state of being.
Why the Dream State Is Particularly Usefulfor Psychological As Well As Spiritual Observations
The dream state is useful for our purposes due to its subtle qualities. In psycho-logically changing ourselves, it is stronger and more effective to work with our dif-ficulties from a level of "being," which circumvents the coarse-rational domination —as our psychological problems most often are bound up with or are part and par-cel with the coarse-rational approach to reality—and also circumvents the limita-tions of our contact with reality due to our bondage within the rough physical body. If we want to progress in a spiritual direction, change ourselves existentially, change the relation between subject and object towards their unity, then one must transcend both types of limitations.As we have just shown, our ordinary perception/cognition has a limited contact with the object. This is manifest in different ways. First of all, the perceptive/cogni-tive process of our ordinary waking state is strongly dispersed. The actual percep-tion through the five distinct senses, though they can have direct contact with the five object qualities correlating with the senses, have no unity in themselves and no intellectual abilities. Further, the coarse-rational consciousness, belonging to the sixth-sense consciousness, has no direct perceptive tools by itself. It has to rely on the sense impressions of the five physical senses and the five sense consciousnesses, on top of which it has a strong tendency to create its own individual reality, differing radically from the ordinary "surface reality" as such.




Secondly, the perception/cog-nition is bound within the physical body and limited accordingly, i.e., it is space- and time-limited.In the dream state, as well as in the deep meditation state, perception and cog-nition are united. The sense-impressions are not functionally distinct. They are not dependent on the physical sense organs, but operate directly from within the sixth-sense consciousness. That is to say, the five sense consciousnesses and the sixth-sense consciousness operate naturally in union in the dream/meditation states of being—implying a natural basis for uniting body/mind and subject/object. In gen-eral, within the Tibetan Buddhist tradition, body and consciousness always need to work together. A body doesn’t work without a consciousness, and a consciousness doesn’t work without a body.In the dream state and deep meditation state, we also have/are a body. However, the dream body and the body in the deep meditation state, often named the subtle body, are not of coarse physical nature, but are energy bodies, and have therefore the ability to go beyond the ordinary limitations and bondage of the physical body, i.e. beyond space and time fixations.An energy body can be characterized as a unity of the basic energy of our phys-ical body and the basic mental energy of consciousness. In the ordinary waking state we naturally also have the energy body, but we are normally unaware of it. In gen-eral, we only use our coarse physical body in cooperation with our coarse-rational consciousness, in which state our physical and mental aspects of being are strongly separated.In any Tantric meditation, we try to awaken and train an energy body—for example, through awakening the energy in the chakras, etc. In the Six Doctrines of Naropa there is a specific Tantric practice where you train the "illusory body" (Tibetan sGyu-lus). The illusory body is a very subtle energy body, which can be established through deep meditation. Through the sGyu-lus practice one can leave the rough physical body, enabling one to use the subtle body without interference. However, it takes a long time and is very difficult to be able to awaken and train the sGyu-lus from the waking state of being. In general, when we try to awaken and train our energy body from the waking state, the physical body constantly interferes. It is very difficult not to take notice of the physical body, as we are used to identi-fying with and greatly caring about it.


However, in the dream state we have already parted from the rough physical body and we naturally have an energy body (the dream body). Because the dream state naturally occurs in every sleeping period, the Tantrics therefore make use of the dream state in order to develop and practice use of the subtle body.However, though our more subtle abilities are naturally present in the dream state, we are ordinarily, in this state, still dominated by our normal, coarse-rational and dualistic views and beliefs of separation between body and consciousness. So in order to be aware of and be able to use the abilities of the dream state, we need to train our dream body and dream consciousness. We will now turn to this training.



Dreamwork Within the Dream State and Within the Imaginary State of Being—Methods Based on the Traditional Dream Yoga Practice



Preliminary to dream yoga, the practitioner must be acquainted with the dream world, remembering dreams and having clear dreams. For psychological reasons it is also very important to remember one’s dreams. In the waking state we reject re-pressed conflicts and fears which we find difficult to deal with. However, these con-flicts and fears, among all acts pertaining to the first four skandhas, leave imprints in the basic psychophysical energy of our consciousness, and reappear in the manifest dream in order to be lived through in this level of being. I find that living through psychological difficulties is the natural psychological function of dreams.



Stage One



The first stage of dream yoga is "holding the dream." This stage implies the training of lucid dreaming—to know the dream is a dream while dreaming.In order to experience lucid dreams whenever desired—not just at random—the practitioner has to train her will power to be able to go consciously into the dream state. Also she needs to awaken and balance her subtle energies.Roughly we can talk about three "chakra" energies. The qualities of the chakra energies can be respectively expressed and distinguished in the following way:



1. An active type of energy, the rational-intellectual, the birth-creation, male type of energy.



2. A nonactive, nonoutgoing type of energy, nonrational, like the Death energy, which is female. The Death-consciousness is the subtlest form of consciousness.



3. The third energy type balances between the active and nonactive.



People who mainly use the intellect or rational energy while asleep have to use methods of first getting into the nonrational (Type 2) energy. Getting into the non-rational energy on the threshold of sleep has different effects in the dream state, among which the most important for now are:



1. The sleeping state comes at rest and will therefore function naturally, fulfilling its function, i.e., the mental imprints (which for the reason of our mental health/healing need to come out and be lived through or worked through in the dream state);



2. Through nonrational energy one can develop lucidity and train to use one’s pow-ers in the lucid dream state.



However, when the dream state is at rest and the will-power created, the practi-tioner needs to get more into the active (Type 1) energy in order to create the clear dream and in order to be more consciously aware in the dream state experiencing the lucid dreaming.But if the practitioner gets too much into active energy, she will wake up. She therefore needs to hold a fine balance between the non-active and the active energy, using the Type 3 energy in order to stay in the lucid dream, neither waking up nor falling back into the ordinary dream flow.



Stage Two



The second stage is "mastering the dream." In this stage, knowing the dream is a dream while dreaming, the practitioner develops his own power of using his dream body with volition. This enables him to deal actively with the dream object in a way, which is similar to the way we deal with the object while awake.The first step in obtaining the power of mastering the dream body is to con-sciously be the dream body, as ordinarily we are being our physical bodies. Being the dream body still requires training the practitioner how to use it. He needs to get all the senses to work properly and to be able to move the dream body at will.Next the practitioner trains his willpower through the dream body in order to further investigate that which captures his interest. When this step is mastered he has the ability to acknowledge disturbing psychological structures emerging in the dream, and further, he has the ability to work directly in the dream state with them.In this context, I will mention some methods the practitioner can use to work directly with fear when confronted with negative aspects in the dream scene (the dream object), and discuss how/why these methods work. The practitioner is ad-vised never to flee the negativity, but to either fight it, or better still, to let the nega-tivity destroy himself. In other words, unite with negativity. In order to understand why these methods work, we must understand the dynamic between negativity and the subject being confronted by it. Here we have to reach back to the basic psychol-ogy presented earlier under the third skandha, where we found that pleasant feelings arise in contact with the object when the object seems to nourish and/or protect our image of ourself, and unpleasant feelings arise when our image of ourself is endan-gered. Thus, within my interpretation and experience, the negativity frightening the practitioner in the dream is a picture/representation of the practitioner’s fear of hav-ing his self-image destroyed.If a practitioner flees a negativity, he misses the opportunity to work with his self-image and with the fear of having it destroyed. Instead, through this action he manifests his self-image even further. Secondly, if the practitioner fights that which will destroy his self-image, he creates a feeling of being protected in himself, and he will therefore feel stronger both in the dream, and also, it would seem, in waking reality. Thirdly, the practitioner can let a negativity destroy himself in the dream, i.e. he can unite with the negativity. When a negativity destroys the dream subject, it destroys that which the practitioner identifies with and therefore wants/needs to pro-tect, his self-image. However, when this is destroyed the practitioner goes beyond this image of himself and reaches a more authentic layer of his being. No longer identifying with the image, there is nothing to maintain the game of fear and nega-tivity, which is why there no longer is any fear or negativity. The practitioner has united himself with his fear and negativity. Through this act, it seems to me, he has resolved underlying psychological problems.Having obtained the ability to "master the dream" it is possible for a practi-tioner to do many different and possibly unusual things within the dream. If, for instance, the practitioner wants to understand certain things, it could be within the sciences or within philosophy, psychology, the arts, he can—through various meth-ods—contact or tune into "energy-lines" of the knowledge he wants to acquire. The dream state gives special possibilities to do so, due to its naturally stronger unity between body/mind and subject/object.



Stage Three



The third stage is "changing the dream." I mentioned above that the core point in the dream yoga was to break or go beyond our dualistic way of existence. In this stage the practitioner is supposed to start directly breaking some of our strongest beliefs: the belief in the solidness and absoluteness of the object, the belief in our separateness from the object, the belief in time linearity and space fixation. Thus, in order to change the dream object, a practitioner has to train herself to go within the will power of her dream body/mind, contacting the basic structuring energy through which she can contact the dream object of the same energy level. On this very subtle structuring level of being, there is a correspondence between the energy of the sub-ject and the object, through which direct contact is possible. Through this direct en-ergy contact the practitioner can change the object, and/or can create objects at will.In order to learn how to go into this subtle structuring level of being, the practi-tioner is traditionally instructed to use different deity-meditations in the dream state. However, to use these, certain initiations are required. When the practitioner can tune into this subtle structuring energy of the subject and the object, and use it for changing the object, she is breaking the ordinary natural laws of separateness. After obtaining this ability, a practitioner is able, by her will power and unity abilities, to transcend ordinary space and time limitations.When the practitioner was working with the dream object, she had to work from her more rational/active chakra energy side, still keeping a balance in order not to awake from the dream state. But approaching the training of the unity abilities of subject/object, the practitioner is advised to work more through the nonrational, nonactive, feminine energy side.As I have mentioned before, different levels of imprints, of more or less prob-lematic observances, give rise to the main part of the dream. Having sufficiently mastered the dream, the practitioner naturally and spontaneously does seem to know which method to use in successfully dealing with dream appearances, and through these with the underlying consciousness energy. These needed to come out to be lived or worked through. After having mastered the methods of changing dream ap-pearances, the practitioner can now change unwanted, unpleasant dream situations or her dream being. This act seems to have a direct healing impact on the underlying psychological difficulties associated with her waking life.



Stage Four



The fourth and last stage of dream yoga is to "merge with the unity of the subtle body/mind." Here the practitioner is no longer working with the dream object/ap-pearances. He now works directly through the unity of the subtle feminine and mas-culine energies of his dream subject, going beyond dream appearances. From this state of being, which is closely connected with the above mentioned state of "the illu-sory body," the practitioner works directly with his relationship to the waking state reality, also breaking the ordinary natural laws of the reality of the waking state.



Dream Reliving



As mentioned in the beginning, it is not so easy to traverse the steps of knowing the dream is a dream, being able to create lucid dreams at will, or going consciously into the dream state of being.Instead of working directly in the dream state, I have found it useful for the practitioner first to work with the same methods in the imaginary dream state of being. The imaginary dream state is a deeply relaxed state from which the practi-tioner enters a recalled dream with which she wishes to work. However, it is much more effective to work with the dream from the dream state than to work with the recalled dream from the imaginary dream state. The dream state is more subtle than the imaginary dream state. The imaginary dream state is more easily influenced by the view of the coarse-rational consciousness. However, psychologically speaking, if the practitioner is able to enter the imaginary state and not be disturbed or influ-enced by the coarse-rational view, then it seems fruitful for her to train and apply the dream yoga methods in the imaginary dream state.To advance on the spiritual levels, i.e., existentially changing the dualistic way of existence, breaking the natural laws, etc., it is, of course, difficult to work from the imaginary dream level due to the possible interference of the ordinary coarse-rational dualistic view. However, some progress certainly takes place when the methods are properly used.In general, it should be clear that any practice towards awakening and develop-ing the subtle energies of body/mind, whether through the imaginary dream state, training the imaginary dream state or training the chakra energies, has a great impact on the ability of a practitioner to create clear dreams, and to further the dream power necessary for creating lucid dreams at will, and to work directly with the dream appearances in the dream.



References



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[Note: Provides information on Rmi-lam bsgom-pa, the "Dream Yoga."]



Dharmakirti (1981). The Tibetan Tripitaka, D.G. edition, no. 4210: Tshad-ma rnam-hgrel gyi tshig-lehur byas-pa (The Tibetan translation of Pramanavarttikakarika.) Dharma Press USA.




[Note: Provides information on ’Du-shes (the rational/coarse-rational conscious-ness) and mNgon-sum (the nonrational consciousness with respect to direct perception of the yogi mind).]



Dignaga (1981). The Tibetan Tripitaka, D.G. edition, no. 4204: Tshad-ma kun-las btus-pahi hgrel-pa (The Tibetan translation of Pramanasamuccayavrtti). Dharma Press USA.




[Note: Provides information on ’Du-shes (the rational/ coarse-rational consciousness) and mNgon-sum (the nonrational consciousness with respect to direct perception of the yogi mind).]



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[Note: Provides information on ’Du-shes (the rational/coarse-rational consciousness) and mNgon-sum (the nonrational consciousness with respect to direct perception of the yogi mind).]



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[Note: Provides information on Rmi-lam bsgom-pa, the "Dream Yoga," and the sGyulus, the "Illusory Body."]