GLAUCO APRENDEU A SONHAR COM O LIVRO DE CASTAÑEDA, A ERVA DO DIABO
Conhecido como cartunista de humor, o criador do Geraldão, da Dona Marta, do Zé do Apocalipse e do Casal Neuras aprendeu a sonhar com Castañeda e tornou-se um líder espiritual do Santo Daime
"Passei a sair do corpo e a comprovar que estive em certos lugares" Em 1975, 18 anos, Glauco foi morar em Ribeirão e logo deu as caras no jornal editado por José Hamilton Ribeiro. "A cidade tinha uma safra de feras - o Sérgio de Souza, depois do Bondinho, também foi para lá montar um jornal alternativo." (Para quem não sabe, José Hamilton Ribeiro fez a cobertura, pela Realidade, da Guerra do Vietnã. Sérgio de Souza, o Serjão, foi seu companheiro de Realidade e é o criador da revista Caros Amigos.) Zé Hamilton Ribeiro lhe ofereceu emprego. "Foi meu primeiro padrinho", diz Glauco, que já tinha dois personagens, Rei Magro e Dragolino. "Eles passavam o dia todo queimando um", lembra. Zé Hamilton também se recorda. "Percebi que estava diante de alguém especial - o artista capta sinais que a gente, comum, não percebe. Sua presença física já era de oposição." Sobre o Glauco e o amigo Sérgio de Souza, diz: "Bom mesmo são as pessoas que conseguem fundar sua própria igreja - não sobre pilares de ouro, pois essas podem ser roubadas, mas sobre os pilares do espírito".Outros padrinhos se seguiram. O cartunista Angeli, que editava o Vira Lata no Folhetim dos tempos do Tarso de Castro, começou a publicar seu trabalho. O Henfil, sua maior influência desde que conheceu o Pasquim, o hospedou durante nove meses. "Estou falando com Deus, pensava, quando conheci o Henfil. Os Fradinhos, aquele traço todo solto, o uso do palavrão - o trabalho dele era um avanço muito grande."Na sombra do cartunista, contudo, nascia o sonhador. Glauco aprendeu a sonhar consciente com o livro A Erva do Diabo, de Carlos Castañeda. "Através das instruções dele passei a sair do corpo e a comprovar que estive em certos lugares - perdi muito tempo com isso. Eu ia lá na frente da redação do jornal, sonhando, ia lá e decorava o número do poste, numa plaquinha. Acordava e ia correndo ver - estava lá! Passei uma época obcecado em convencer minha razão."Foi quando sonhou com o Padrinho Eduardo, que ainda não conhecia. No sonho um índio dizia, dirigindo-se a uma multidão diante dos dois - olha, é ele quem vai levar vocês. Acordou achando que tinha sonhado com Dom Juan Matus, o feiticeiro yaqui de quem Castañeda foi aprendiz. "Parecia um inca - um narigão, baixinho, atarracadinho. nunca esqueci aquele véinho." Foi a sinalização do caminho para o Santo Daime.
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/005/04.shtml
domingo, 25 de novembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
caracasssss!
da horaaaaaa!
fiquei ludicaooooo!
hahaha
da hora
parabens
Postar um comentário