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O estado de existência que nos encontramos durante a meditação ou os sonhos é compreendido segundo o budismo tibetano como sendo um Bardo (sânscrito: Antarabava). De acordo com esta tradição, também existem outros Bardos que serão os nossos estados de existência que se darão no período compreendido entre a nossa morte e nosso posterior renascimento.
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Ainda segundo esta tradição, a meditação e os sonhos, ambos podem ser utilizados para fim de nos preparar para a morte, para esses nossos futuros estados de existência. Nos preparar porquê? Segundo esta tradição a morte é um processo natural, no entanto, ainda assim, para muitos indivíduos, esta transição de estado é uma situação extremamente amedrontadora e que causa grande sofrimento. Isso porque, tudo aquilo que acumulamos nesta vida, tudo aquilo que até então era importante para nós - nossos familiares, amigos, posses, e especialmente nosso corpo - será perdido com a morte. O Bardo da meditação e o Bardo dos sonhos são oportunidades que temos para melhor compreendermos a realidade em que estamos, e também, as transições entre estes estados de realidade.
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Nesse sentido, alguns conceitos tais como o da ilusão sansárica, em que a vida aqui nada mais é do que uma espécie de sonho; ou então, o conceito da impermanência das coisas, de que nada dura muito, que tudo é impermanente, de que os seres através da história, não importando o quão grandes, ricos ou poderosos, sempre se depararam com estas mudanças de estado: nascimento, doença, velhice e morte; etc. são exemplos de conceitos fundamentais para fim de nos encontrarmos mais equilibrados e menos aptos a sermos dominados pelas emoções e pelo sofrimento desta mudança inevitável.
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No budismo tibetano uma prática relacionada com os sonhos é mundialmente conhecida como Dream Yoga (yoga dos sonhos). Nesta prática busca-se a lucidez no sonho (a consciência de que o sonho é apenas um sonho). Neste estado, assim como num estado de meditação profunda, os níveis de nossas ondas cerebrais encontram-se em um nível muito baixo, o que nos permite o isolamento do mundo externo, e também de nossas sensações corporais, e um maior contato com as raízes inconscientes de nossas estruturas mentais, muitas das quais geram as conseqüências negativas que vivenciamos no mundo cotidiano. Nesse sentido o yoga dos sonhos é uma técnica de auto-conhecimento, controle, purificação e desenvolvimento mental, e, como falado inicialmente, também uma forma de nos preparamos para as transições de estados existenciais.
Referências:
Rinpoche, Chagdud Tulku. Vida, Morte, Sonhos e Meditação: os Seis Bardos.
Disponível em: http://www.dharmanet.com.br/vajrayana/vida.htm
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