segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre sonhos...(7)


Na última postagem sobre este assunto (vide "Sobre Sonhos...(6)), havia proposto que um firme propósito - mantido conscientemente durante o estado hipnagógico - poderia ser a chava para a entrada no estado onírico já lúcido.
Embora não tenha tido (ainda) progressos substanciais por essa técnica, noticio aqui um "insight" que pareceu digno de nota.
Ao adentrar no processo de relaxamento que acabará redundando no sonho, percebi que o processo pode ser dividido em fases distintas:
1) Primeira fase: ao deitarmos e começarmos a relaxar, comumente entramos em um processo de recordação de eventos ou de pensamentos acerca de problemas, pessoas ou desejos. O que importa aqui é que, ordinariamente, essa primeira fase é acentuadamente verbal. Podemos traduzir isso pela expressão "diálogo interno". Trata-se, repito, de um conjunto de frases, argumentos, afirmações, indagações etc. tal como se um diálogo verbal realmente estivesse se sucedendo. Note-se que, ainda que imagens e outras sensações se sucedam, nessa fase inicial parece que esse "diálogo" serve como condutor para as associações (que se tornarão cada vez mais livres).
2) Segunda fase: conforme as associações de idéias vão se tornando mais livres, aquilo que estava sendo verbalizado começa a se tornar mais "sólido", mais real e independente, começando a se converter em imagens (ainda abstratas) e sensações. Aqui, é importante frisar, começamos a perder nossos referenciais da realidade externa, especialmente do corpo.
3) Terceira fase: quando as associações se emancipam completamente da "razão" e dos referencias externos (do corpo etc), as associações se convertem em imagens completas e sólidas. Aqui, parece que há um "salto", pois se até então as associações pareciam "nos pertencer" - embora de modo difuso e cada vez mais livre e dissociado dos referenciais - agora há uma criação de cenários completos, dotados de grande realismo: somos transportados para um outro mundo "independente" (lembro que aqui o "Ego onírico" ainda não está formado).
O que importa dizer neste momento é que, entre a segunda fase e a terceira, parece haver um "gap" , um hiato ou, melhor ainda, um "salto" qualitativo de grande importância.
Pois, havendo uma perda efetiva de todos os referenciais que nos permitem ancorar nossa identidade, tudo se passa como se ficássemos, por apenas um brevíssimo instante, no NADA, um Não-Eu, tal como um "piscar de olhos" em que tudo desaparece, uma espécie de "morte" em vida.
Penso que esse momento é de grande importância, não apenas porque ele prepara o sonho em si, mas sobretudo porque, talvez, seja esse o momento em que podemos experimentar algumas daquelas experiências descritas por yogues e sábios budistas. Há uma expansão da lucidez, posto que a "conciência" não mais se identifica com nada, não há amarras, nem apegos.
Creio que esse momento possa talvez ser aquilo que se descreve como a consciência "entre pensamentos" ou mesmo o espaço "entre sonhos", descritos em alguns textos tibetanos.
A meditação realizada antes de dormir pode ser um excelente meio de atingirmos uma calma mental e uma lucidez que facilite a dilatação desse instante e, o que proponho, é que talvez possamos ficar parados nesse estágio de liminaridade, "suspendendo" o Eu antes que o sonho se forme.
Por fim, gostaria de observar que, cada vez mais, penso que os estágios de sono e sonho são semelhantes às descrições relacionadas ao Bardo da Morte. Neste, como se sabe, é dito que a audição é o último sentido que desaparece. Ora, sou tentado a reconhecer alguma semelhança com o que disse acima, acerca do "diálogo interno" que ocorre e parece se impor com grande influência sobre o sonho - ou seja, aquilo que subsiste antes de perdermos nossos referenciais e que exerce uma importante influência sobre a "nova realidade".
De fato, parece que esse diálogo interno diz respeito às imposições que os pensamentos exercem sobre a consciência, sendo essa a razão pela qual esses pensamentos verbalizados acabam dando origem às idéias e imagens que nos parecem mais reais do que nós mesmos durante os sonhos. Ou seja, enquanto os pensamentos nos parecerem dotados de "realidade externa", escravizando-nos, torna-se muito difícil exercermos a lucidez onírica. Há aqui uma correspondência entre pensamentos "externos" a nós e imagens "externas" a nós.
E, por outro lado, a situação de liminaridade descrita acima - o "Nada" em que nos encontramos antes da formação dos sonhos - pode ter alguma relação com o momento em que podemos atingir a iluminação após a morte: segundo os textos tibetanos, o ser que acaba de morrer, ao perder seus referenciais, tem, por um breve instante, contato com a liberação total. Porém, caso não reconheça esse momento, acabará por cair no processo que levará ao renascimento (e, no caso do sono, aos sonhos).
Vê-se assim que o Bardo dos Sonhos pode ser um importante instrumento para o reconhecimento das situações geradas no Bardo da Morte.

sábado, 26 de abril de 2008

Teoria da multidimensionalidade onírica

Teoria da Multidimensionalidade onírica
Introdução
A questão é saber o que é dimensionalidade nos aspectos oníricos e se a multidimensionalidade se aplica a eles. Na vigília ativa temos as dimensões normais, ou seja, estamos confinados na tridimensionalidade.
Os nossos ambientes, as nossas crenças, a nossa imagem corporal a são limitados por essas dimensões, que por sua vez, são moldadas por essa realidade física.. O que fazemos e pensamos e formatado por essa concepção concreta da vigília ativa.
Há pessoas que pensam que a realidade tridimensional é absoluta e que estamos definitiva e irremediavelmente presos nela. Para essas pessoas os sonhos não seriam portais para outras dimensões.

Dimensões
Em um sonho temos dimensões bem diferentes das da vigília ativa. Algumas das irregularidades oníricas, que parecem ser irreais para os parâmetros tridimensionais, que tomamos como referencial na vigília ativa ocorre nessas dimensões oníricas.
Um exemplo das dimensões oníricas de espaços n-dimensionais é a viagem no tempo nos sonhos. O tempo é relativo e está interligado aos outros estados da matéria. É a famosa teoria da Relatividade de Einstein.
Talvez seja muito difícil visualizar isso na nossa realidade. Mas no mundo atômico e nos sonhos seja mais fácil de compreender. Sonhos ligados viagens no tempo teriam como uma possível explicação a ligação a certas dimensões oníricas Um viajante onírico temporal esta se movendo em dimensões paralelas à do sistema referencial dimensional da vigília ativa. Em relação ao nosso referencial ele poderia ir ao passado ou ao futuro, mas estaria, simplesmente trafegando entre dimensões paralelas.
Teoria
A teoria da multidimensionalidade onírica- MO, ou espaços oníricos n-dimensionais refere-se ao fato de termos muitas dimensões interligadas nos sonhos. Na prática significa sonhos dentro de sonhos. Essa rede onírica matricial, formada por sonhos dentro de sonhos, sonhos paralelos, sonhos complementares, sonhos compartilhados, sonhos impessoais, sonhos transpessoais, mostram a interligação e a inter-influencia recíproca que ocorrem entre eles.
A teoria de aplica a os sonhos na medida em que os espaços oníricos não são apenas tridimensionais, mas n-dimensionais. Em um sonho pode-se ter a fusão de várias dimensões, de acordo com a sintonia do sonhador ou sua capacidade de discriminação dessas dimensões.
Essas dimensões guardam propriedades singulares, leis, energias, vibrações. Algumas dessas dimensões são parecidas aos sonhos comuns fantasiosas, irreais. Outras são muito semelhante á vigília física, ativa.
Dimensões superiores
Há dimensões que estão além da imaginação das pessoas comum. São dimensões superioras Como exemplo pode-se citar:

1.Sonho lúcido sem sonho;
2.Estado do sonho ausente da ioga tibetana dos sonhos;
3.Realidade por traz das aparências;
4.Consciência cósmica,
5.Expansão da consciência.
6.Mundos interiores
7.Mundos superiores

Essas dimensões superioras guardam importantes verdades para o sonhador em particular e para a humanidade em geral. Alcançá-las não é tarefa fácil e requer muito empenho do sonhador lúcido
Para alcançar essas dimensões superiores existem diversas técnicas, que não abordaremos nesse artigo, mas podemos citar o exemplo de meditação profunda.
Dimensões inferiores
Os sonhadores comuns, por sua situação muito ligada à tridimensionalidade, as crenças materiais arraigadas, as limitações corporais e a imaturidade emocional. Unem-se nas vibrações das dimensões oníricas inferiores, também conhecidas como

1.Sonhos triviais
2.Pesadelos
3.Sonhos de ansiedade
4.Sonhos incoerentes
5.Sonhos ilógicos
6.Astral inferior

As dimensões oníricas inferiores, abundante no atual nível da humanidade terrena, refletem apenas, tão somente, os problemas e compensações que levamos para a cama na hora de dormir, isso a nível mundial.
Pesadelos podem estar ligados a dimensões oníricas negativas, ou dimensões inferiores, nas quais estão ligadas A energias emocionais negativas, produzidas pela massa da humanidade acumulada durante os séculos
Constituição
Como são constituídas essas dimensões, panos, faixas oníricas? Utilizo a teoria transpessoal para explicar esses fenômenos. Outros podem chamar

1.Campo psi,
2.Inconsciente coletivo,
3.Sonho da humanidade.
4.Sistema cultural da humanidade

Experiência pessoal
Certa vez tive uma seqüência de falsos despertares, cerca de quatro, que ilustram a idéia de MO. Outro exemplo é o caso da mudança de cenário, fenômeno que ocorre em alguns sonhos em que, quando ocorre a percepção de se estar em um sonho há uma mudança repentina no canário do sonho ou passa-se para outro sonho.
Contestação
Existe uma hipótese contrária a MO que defende que todos os sonhos são variações de um único sonho. Por essa hipótese unidimensional, todos os sonhos e as dimensões oníricas, formariam um contínuo, uma massa uniforme.
Tipos de sonhos
Existem vários tipos de sonhos que estruturam a as diversas dimensões oníricas. Assim temos:

1.Intra-onírico. Sonho dentro de sonho
2.Paralelo. Sonhos paralelos
3.Complementares. . Sonhos complementares em que se precisa do sonho de outro sonhador para poder entender o conteúdo do sonho
4.Compartilhados. Sonho tido por dois ou mais sonhadores simultaneamente.
5.Impessoais. Sonhos que ocorrem independente da vontade do sonhador.
6.Transpessoais. Sonhos ligados, diretamente, aos fenômenos transpessoais

Cósmico
Outro tipo de sonho que entra no estudo da MO.é o sonho cósmico ou sonho da morte que ocorre com a pessoa que falece, desencarna, morre Nesse tipo de sonhos a hipótese é que quando alguém falece, por não sabermos quando exatamente ocorre as morte, o corpo do falecido entra em uma espécie de sonhos, chamado sonho do falecido.
Importância
A importância reside no fato de podemos, com os sonhos lúcidos, entrarmos conscientes nessas dimensões. O sonhador que domina a viagens conscientes dentro da MO consegue explorar melhor o seu mini-universo mental e conhecer-se a si mesmo.
Para isso ele utiliza as suas capacidades oníricas: discernimento; intuição onírica; memória integral, visão onírica, consciência onírica crítica, oniricidade, etc. Em outras palavras ele alcança a consciência multidimensional onírica – CMO, tornando-se livre párea trafegar entre as diversas dimensões oníricas.
Um corpo onírico multidimensional, ou corpo dos sonhos, teria a imagem corporal alterada de acordo com as dimensões ou poderia manifestar em uma determinada dimensão com o corpo onírico de outra dimensão.
Um exemplo de sonho é o corpo do sonhador que aparece invisível em um cenário dos sonhos ou sente a presença de sonhadores com corpos invisíveis.
Sonhadores
O sonhador lúcido veterano, mais experiente, consegue discernir a dimensão ou dimensões que está inserido e trabalhar racionalmente nestes lugares, espaços n-dimensionais. Com isso ele esta cada vez mais aumentando a sua lucidez e maturidade onírica que são os objetivos magnos do sonhador plenamente lúcido.
Por outro lado a dificuldade do discernimento, ou falta de lucidez, dos sonhadores lúcidos iniciais não conseguem uma adaptação ideal e acabam perdendo a lucidez, ou seja, voltando às dimensões inferiores, o que deve ser combatido pelo sonhador lúcido novato.
Observa-se, também, a MO nos sonhos lúcidos compartilhados. Assim um grupo de sonhadores integrados pode combinar experiências oníricas conscientes pelas diversas dimensões e trocarem experiências entre si.
Localidades oníricas
Localidades oníricas são sonhos especiais, impessoais, resultado da atividade onírica de centenas de sonhadores durante um lapso de tempo muito grande. Podem se classificadas em naturais e artificiais. Naturais estão ligadas a cenários reais da vida da vigília ativa. Localidades oníricas artificiais estão ligadas a lendas, estórias e outros produtos da imaginação humana
Localidades oníricas estão ligadas a dimensões oníricas mais estáveis e parecidas com a vigília ativa.
Localidades oníricas artificiais estão ligadas a dimensões oníricas criadas pelo pensamento de centenas de sonhadores, como por exemplo, um desenho assistido por inúmeras crianças, ou videojogos.
Conclusão
Conclui-se, pelo exposto, tanto teórico como prático, que a multidimensionalidade se aplica aos sonhos e que o seu conhecimento e reconhecimento, através da consciência multidimensional onírica é indispensável ao progresso do sonhador lúcido veterano
otavioaquino

domingo, 13 de abril de 2008

sonho lúcido e holografia

Sonho lúcido e holografia

A lucidez onírica, um tipo de estado alterado da consciência - EAC - que permite o reconhecimento do estado onírico quando na vigília onírica, com um a iteratividade entre sonhador e sonho, tem diversos fenômenos, ângulos, facetas, interessantes de serem estudados. Por exemplo:

1. Mudança. A mudança de cenário, quando se percebe que esta em um sonho lúcido, rapidamente muda-se de cenário,
2. Graus. O fato de se ter lucidez em diversos graus, mínima, media e máxima,
3. Mistura. A mistura onírica, onde se tem sonhos lúcidos misturado com sonhos não lúcidos;
4. Cores. O aumento das cores (hipercromaticidade) que ocorre em um sonho lúcido.
5. Compartilhado. Os sonhos compartilhados entre dois ou mais sonhadores
6. Rememoração. Quando rememoramos os sonhos na vigília ativa

Todos esses fenômenos guardam semelhança com outro fenômeno que ocorre na vigília ativa a holografia.

Holografia é uma forma de apresentar ou registrar imagens em três dimensões. O nome vem do grego: holos – todo e graphos- escrita. Foi criado pelo por um cientista húngaro em 1948 e ganhou o premio Nobel de física em 1971.
Tecnicamente falando a holografia é produzida com a ajuda de raio laser que dividem o lazer em dois feixes de que captam a imagem e, no percurso os dois feixes se cruzam a reproduzem tridimensionalmente.

A holografia é utilizada pelos físicos para estudos e pesquisas, mas outros cientistas de outras áreas, notadamente da neurologia, neurofisiologia e neuropsicologia para explicarem fenômenos inerentes da mente humana, em seus respectivos campos. Na tecnologia de informação testa-se uma nova foram de armazenamento de dados. Também tem aplicação nas artes
Um exemplo prático da holografia são os coloridos emblemas de segurança de cartões de credito e nas embalagens de CD

Quando você corta uma foto, naturalmente ela fica pela metade, isso é fácil de entender e obvio demais. Quando você corta um filme holográfico, acontece uma coisa curiosa, difícil de entender, continua-se com a informação toda registrada, só que mais débil. O exemplo que se deram é o da janela, se você tapar parte da janela, ainda poderá ver toda a paisagem a partir dela.
Basicamente a teoria holográfica da mente reforça o valor de que o mundo externo é um conjunto de percepções e sensações que são registradas no cérebro. Bertrand Roussel, o grande filósofo de séc XX, dizia que a operação feira pelo cirurgião está no cérebro do cirurgião. Nessa visão mais radical, o mundo externo seria ema espécie de ilusão dos sentidos. O sonho seria um grande exemplo de ilusão. Qualquer coisa que fizéssemos no sonho seria apenas ilusão. A comparação é de que a vigília ativa seria pura ilusão, segunda essa hipótese.
Alguns pesquisadores defendem que a holografia cerebral estaria radicada no hemisfério direito do cérebro.

Voltando aos sonhos lúcidos lanço a hipótese da interferência holográfica na mistura dos sonhos. Assim quando sonhamos e alcançamos a lucidez, mas não em um grau elevado há a interferência de imagens oníricas holográficas. O resultado seria um sonho comum com certa lucidez.
Quem tem sonhos lúcidos já passou por essa situação, talvez sem entender nada. Outro exemplo seria você desconfiar de que você estaria em um sonho, mas na hora “H” achar que esta na vigília ativa.

A própria lucidez pode ser vista como um tipo de holografia. Lembre-se que um “pedaço” do holograma possui toda a informação só que mais tênue, assim seria uma imagem mais fraca. Em sonhos lúcidos mínimos ou semi-lúcidos a lucidez tem esse tipo de comportamento, ou seja, ela se apresenta muita tênue, difusa, periférica e, ao contrário, em um sonho lúcido máximo ou plenamente lúcido .a lucidez onírica se apresentaria plena, completa, forte, total.

A interferência holográfica é uma possível explicação. Para um fenômeno onírico muito interessante e intrigante: os sonhos compartilhados, aonde dois ou mais sonhadores têm um mesmo sonho ou enredo.

No sonho compartilhado ou enredo compartilhado existe uma intricada combinação dos enredos. O relato dos participantes mostra um grande grau de semelhança entre os enredos. Existe uma hipótese de muitos sonhos triviais e lúcidos seria compartilhados, mas a rememoração só seria de um dos participantes.

A rememoração ocorre quando, na vigília ativa evocamos a nossa memória onírica, as vezes um simples fragmento de memória permite rememorar o sonho todo, análogo ao fato em um fragmento de filme ter a informação toda.

Sobre holografia e pensamento espiritualista tem uma mensagem interessante que diz, entre outras coisas:
1. ...enxerguem dentro do Holograma de “Tudo que é”..
2. ...aprendendo a se conhecer dentro do Sonho Holográfico como Seres Multidimensionais de Luz e Amor
3. Em uma Realidade de Quinta Dimensão, nós somos os Antigos e os Guardiões do Registro que são respeitados e honrados pelo seu povo Indígena, e estamos próximos aos seus Corações dentro da “rede da Vida”. Para a Consciência da Dimensão Superior, somos os Guardiões do Sonho e os tecedores do Coração do Planeta Terra, e mantemos os Sonhos do Passado e do Futuro dentro de nós; somos a Luz da Fonte buscando se expressar através do Amor Incondicional e buscamos Dançar com o Amor Incondicional dentro de Vocês
4. Nas Dimensões Superiores da Luz, como “Tecedores do Sonho de Amor” na Terra, temos mantido o Holograma Planetário em seu lugar

A holografia como os sonhos lúcidos tem aplicação nas artes. Existem vários tipos de obras de artes feitas a partir da holografia pelo mundo. Nos sonhos lúcidos os artistas conseguem fazer obras de artes muito expressivas.
Otavio Aquino

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Realidade virtual e sonhos lúcidos

Realidade virtual e sonhos lúcidos

É comum em filmes de ficção científica - FC -ver uma cena em que o personagem entra em um quarto de paredes brancas sem mobília e equipamento. Vê-se, também, o personagem colocar uma roupa especial com capacete e óculos. Nos mais avançados cientificamente nem precisa disto.

De repente, para o personagem, a sala muda e passa ter um cenário completo e o personagem se vê inserido em um novo ambiente de acordo com um programa preestabelecido.

O bom é que o personagem sabe que esta em uma realidade virtual e vão obedecer às leis criadas pelo programa, que podem ser muito parecidas com a da nossa realidade, por exemplo, gravidade, ou pode ser muito diferente, poder voar.

Há casos em que há uma equipe de terra monitorando personagem e pode até ver o que ele esta vendo e fazendo. Também a casos de que estão vários personagens neste ambiente especial

No filme “Jornada nas Estrelas – Nova Geração”, a série, existe outra particularidade, pode-se ter acesso grupal ao programa, ou seja, vários participantes ao mesmo tempo. Uma mesma cena de RV compartilhada pelos participantes.

Hoje a diversos tipos de equipamentos que tentam criar esse tipo de realidade. RV, sem o grau de sofisticação, da FC. Um exemplo que tem certo sucesso é o Second Life, onde se cria um corpo virtual e começa a se viver em outro universo o metaverso. Esse corpo pode ter poderes fantásticos e desafiar as do nosso universo convencional. Nesse caso estaria mais perto do sonho do que lúcido.

Chama-se realidade virtual, - RV - a uma realidade criada por computador, um programa, acoplada a equipamento, de tal forma que o virtualnáuta tem a sensação de estar vivendo realmente a cena, com riqueza de detalhes perceptuais capaz de convencer da realidade da experiência.

Ainda não chegamos a um grau de avanço tecnológico, sofisticação que chegou a FC, mas temos os princípios básicos

1. A utilização programa
2. A utilização de equipamentos
3. Artefatos que “enganam” o cérebro e os sentidos
4. O cérebro crê que é real
5. O organismo comporta-se como se estivesse em uma situação verdadeira

Não se pode deixar de ver a grande semelhança entre RV e sonhos. Podemos dizer que o sonho é uma espécie de RV natural e fisiológico e de que a RV é uma espécie de sonho lúcido artificial na vigília ativa

A RV pode se tornar uma maneira ou técnica de se entrar lúcido nos sonhos ou manter a consciência contínua passando do meio extraonírico para o ambiente intraonírico, mantendo um padrão de consciência igual ou superior o da vigília ativa
Pode-se também visualizar um paralelo entre as utilidades da RV e dos sonhos lúcidos. Por exemplo, utiliza-se RV. Pára a criação de peças, objetos, artefatos. O sonho lúcido também tem a mesma utilidade.

Outra coisa o sonho lúcido pode “dar” poderes especiais para o sonhador na vigília onírica. Mas esse não é o objetivo do sonhador lúcido veterano e sim explorar os mundos interiores, superiores, transpessoais, multidimensionais. Pose até ser que, em uma dessas epopéias oníricas desenvolvam-se poderes especiais, mas é meio e não fim.
Otávio Aquino

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma Prática de Sonho Lúcido no Tibete

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Quando o discípulo vai dormir, deita-se na chamada "postura do leão" (7), isto é, estendido sobre o lado direito, a cabeça repousando sobre a palma da mão direita. Os ascetas hindus e os monges budistas dormem nessa posição e geralmente sem travesseiro.


A contemplação prescrita é a seguinte:

O noviço imagina que em seu coração existe um vaso octo­gonal de cristal, onde se encontra um lótus cujas pétalas têm as cinco cores místicas: branco, vermelho, azul, verde e ama­relo. No centro do lótus aparece a letra A. É imensa e traçada com luz brilhante.

Ele imagina outra letra de cor branca, que paira sobre sua cabeça. Dela emergem inúmeros pequenos A brancos que se precipitam como uma torrente em direção ao A luminoso, que se encontra dentro do vaso de cristal, passando através dele e retornando ao A colocado sobre a cabeça, formando uma cadeia infinita.

Outro A de cor vermelha é visualizado na região do períneo e dele emerge uma torrente de pequenos A da mesma cor, que sobe em direção ao A luminoso imaginado no coração e retoma para o A vermelho que a emitiu, cercando a parte inferior do corpo, como os A brancos cercam a parte superior.

Quando a atenção se reduz e o sono domina o discípulo, ele pára as duas procissões e absorve todos os A no A cen­tral. E este penetra no lótus, que fecha suas pétalas. Quando as últimas se fecham, um raio de luz jorra da flor. O discí­pulo deve pensar nesse momento: "Tudo está vazio."

Então ele perde a consciência daquilo que o cerca. A idéia do quarto, da casa onde se encontra, do mundo e do seu "eu" desaparece completamente.

Se acordar durante a noite, o naldjorpa deve ter o pensamento da "luz", a visão da "luz", com exclusão de todas as outras e sem ajuntar-lhe qualquer idéia de "forma."
O mais importante resultado desse exercício é preparar o espírito para a compreensão do Vazio.

Um resultado mais comum oferece três graus. No melhor deles deixa-se de sonhar. No resultado médio, quando se so­nha, se tem consciência de que os acontecimentos que se desenrolam e as ações que se praticam passam-se em sonhos. No grau inferior, não há senão sonhos agradáveis.

Observe-se de passagem que certas pessoas afirmam que o sonhador acorda quando desconfia que está sonhando, ou então que o estado de semi-consciência que lhe permite sa­ber que está sonhando assinala a aproximação do despertar. Isto ,não acontece com aqueles que estão treinados na prática da meditação introspectiva.

Os naldjorpas que ainda não alcançaram uma tranqüilidade de espírito suficiente para normalmente dormir sem sonhar, têm plena consciência durante os sonhos, de que estão dor­mindo e contemplam imagens desprovidas de realidade.

Conseguem, assim, sem despertar, fazer reflexões sobre aquilo que sonham. Ás vezes eles contemplam, com o mesmo interesse que temos ao assistir a uma representação teatral, a seqüência de aventuras que vivem durante o sono, e já es­cutei alguns deles dizerem que às vezes hesitam praticar, em sonhos, ações que não teriam praticado acordados e decidiam vencer seus escrúpulos porque sabiam que o ato não seria real.

Os tibetanos não detêm o monopólio desse gênero de ca­suística. Ouso narrar aqui a confidência singular que uma senhora me fez certo dia a respeito de um sonho que alguns séculos antes poderia tê-la levado à fogueira.

Ora, essa dama sonhou com o Diabo. E o mais surpreen­dente é que ele estava apaixonado por ela; abraçava-a en­quanto que uma tentação abominável se apossava da mulher adormecida. Era católica praticante, e a idéia de ceder à ten­tação a enchia de terror, mas uma crescente curiosidade sen­sual a excitava. O amor de Satã! Que volúpia, desconhecida a uma casta esposa, estaria aí escondida... Que experiência extraordinária! . . . No entanto, nessa luta, os sentimentos reli­giosos iam triunfar quando, subitamente, brilhou no espírito da senhora adormecida uma luz estranha. É um sonho, pensou ela. . . E se é apenas um sonho. . .

Não sei se minha gentil devota confessou seu "pecado" e o que lhe disse o mentor de sua consciência, mas, no que diz respeito aos lamas, eles não revelam nenhuma indulgência para com as faltas cometidas em tais circunstâncias. Para eles, a repercussão mental do ato, bom ou mau, realizado em sonhos é idêntico ao que produziria o mesmo ato praticado pela pessoa acordada. Voltarei a esta questão.

Nesse período de treinamento, o noviço pode dormir du­rante toda a noite, sem acordar para a meditação de meia­ noite, como fazem os ascetas mais velhos. Contudo, ele deve despertar ao alvorecer, ou de preferência, pouco antes de amanhecer.

Seu primeiro pensamento deve ser dirigido para o A que se encontra em seu coração.

Para isto existem dois métodos: o mais comum, usado pelos iniciantes, consiste em ver o A saindo do coração e sobrepai­rando no ar. O discípulo contempla-o como o símbolo do Vazio e esforça-se para atingir uma perfeita concentração mental sobre ele.

No segundo método, que é usado pelos estudantes mais avançados, o A projeta-se imediatamente no espaço e nele desaparece como que tragado pelo infinito. Em seguida, o discípulo fica absorvido no pensamento do Vazio.

Ao nascer do sol, continua-se a meditação com o exercício descrito no número I.

É verdade que um resumo tão rudimentar como este não faz justiça a essas práticas, pois não vai além da apresentação do seu aspecto pueril e bizarro.

***

Os mais experimentados dentre eles nas práticas de exercícios psíquicos insistem na utilidade de manter o autocontrole, mesmo durante o sono. Neste ponto, não fazem mais que seguir Tsong Khapa, que consagra, a esse respeito, muitas páginas de sua grande obra, o Lamrin.

Isto será explicado a seguir:

É importante, diz Tsong Khapa, não se perder o tempo que se dedica ao sono, quer se tornando, uma vez que já se está dormindo, inerte como uma pedra, ou deixando o espírito cair na incoerência de sonhos absurdos e nefastos.

As manifestações desordenadas de atividade mental que se produzem no sonho, trazem para o que dorme, um desper­dício de energia que poderia ser usada para fins mais úteis. Ademais os atos realizados ou os pensamentos manifestados durante o sonho têm um valor idêntico ao dos atos e pensamentos do homem acordado. É conveniente, portanto, "não fabricar o mal" durante o sono.

Já declarei que os lamas professam essa teoria e encontra­mos aqui uma explicação dada por um dos mais ilustres den­tre eles. Decerto ela causará espanto aos ocidentais. Como, perguntarão a si mesmos, pode um ato imaginário ter os mes­mos resultados de um ato real? Devemos então prender quem roubar a carteira de alguém?
A comparação é ruim e não corresponde ao ponto de vista dos lamaístas. Na sua opinião, não se trata de "julgar" ou "prender" o ladrão. ,
A crença na retribuição do bem e do mal por um Poder consciente e pessoal não existe entre os tibetanos. Até nas concepções religiosas populares, o papel de Chindjé, o Juiz dos Mortos, consiste simplesmente em aplicar leis inflexíveis das quais ele não é o autor e às quais de maneira alguma pode revisar. Ademais Tsong Khapa e seus discípulos não se dirigem, aqui, à massa comum de suas ovelhas. Para eles, as conseqüências mais graves de um pensamento ou de um ato são as modificações de ordem psíquica que se produzem no próprio autor.

O ato material traz para quem o realiza conseqüências materiais visíveis mais ou menos agradáveis ou desagradáveis, mas o ato mental que o precedeu (isto é, a vontade de realizar o ato material) corrompe ou melhora seu autor de maneira invisível, cria nele afinidades e tendências ocultas que lhe são proveitosas ou nefastas, e essa mudança íntima no cará­ter do indivíduo pode, por sua vez, conduzir a resultados de ordem material.
Os tibetanos atribuem grande importância ao domínio do subconsciente (termo que, evidentemente, eles não usam). Crêem que as manifestações de nossa real natureza são entra­vadas pelo condicionamento a que estamos sempre sujeitos no estado de vigília, quando temos consciência de nossas personalidade social, de nosso meio-ambiente, dos ensinamentos, dos exemplos que nossa memória torna presente, e de mil outras coisas. O segredo dessa real natureza se encontra nos impulsos que não derivam de nenhuma consideração baseada nesses dados. O sono, abolindo-os em grande parte, liberta o espírito dos entraves que o aprisionavam no estado de vigília e dá expansão aos impulsos naturais.

Portanto, é realmente o indivíduo que age durante o sonho, e seus atos, embora imaginários do ponto de vista de quem está acordado, são muito reais no tocante à violação e com­portam todas as conseqüências correlatas.

Baseando-se nessas idéias, os mestres místicos recomendam uma atenta observação da conduta e dos sentimentos que se manifestam nos sonhos, a fim de se chegar ao autoconheci­mento. Todavia, têm o cuidado de aconselhar o discípulo a tentar discernir a parte que as influências externas podem ter nos estados de consciência da pessoa que dorme.


***


Como em todos os países, existe, no Tibete, pessoas que crêem em sonhos premonitórios. No entanto,os lamas místicos não incentivam esse tipo de superstição. Dizem eles que o sonho da maioria das pessoas nasce do desregramento de sua imaginação durante o sono. As únicas indicações que podem apresentar, se o quiserem, são as que dizem respeito às dispo­sições ocultas de seu caráter, como já foi dito.

Um pequeno número de naldjorpas que adquiriu faculda­des psíquicas particulares têm, algumas vezes, sonhos premo­nitórios ou vêem, em sonhos, fatos que ocorrem a distância. Mas essas informações misteriosas são recebidas por eles, na maioria das vezes, durante transes de um tipo especial nos quais a pessoa nem se encontra adormecida, nem necessaria­mente concentrada na meditação. As vezes, o aviso reveste a forma de aparições subjetivas simbólicas.

Para tomar-se "um naldjorpa que não dorme" o candidato deve exercitar-se da seguinte maneira:

"Quando chegar a hora de dormir, ide para fora, lavai os pés e depois deitai na “postura do leão" sobre o lado direito, as pernas esticadas, com o pé, esquerdo repousando sobre O direito.

"Procurai, em seguida, ter a percepção da luz, procurando captar perfeitamente todas as características da claridade. Se o naldjorpa estiver impregnado dessa claridade na hora de dormir, seu espírito não será coberto pelas trevas enquanto repousar.

"Evocai em vossa memória a doutrina do Buda. Meditai sobre ela até o momento de ceder ao sono, tratando também de rejeitar todas as idéias depravadas que poderiam aparecer em vós. Agindo dessa forma, o tempo passado a dormir não será diferente do que teria sido se estivésseis acordados. Vosso espírito continuará, sem o saberdes, as operações mentais no sentido em que o dirigistes, e mesmo dormindo, praticareis a virtude."

Também é conveniente conservar ativa a "consciência do despertar". Estando o corpo vencido pelo sono, o espírito deve, contudo, permanecer lúcido e vigiar. "Vosso sono deve ser leve como o dos animais selvagens. Assim estareis capacitados para despertar no momento prefixado.

Alexandra David Néel – INICIAÇÕES TIBETANAS
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segunda-feira, 10 de março de 2008

Atravessando o portão - sonho lúcido

Este sonho ocorreu no sábado, 08/03, na parte da manhã. Acordei, tomei café, voltei para cama e comecei a ler um livro. Adormeci por volta das 10 hs e acordei por volta do meio-dia.
Esse foi o sonho mais longo que tive, mas devido a plasticidade onírica, não relatarei ele inteiro apenas o principal:

Estava caminhando por um lugar com muitas plantas e árvores e me deparei com um portão de ferro alguns metros a frente. Já neste momento, tomei consciência de que estava sonhando e disse para mim mesma "Estou sonhando, portanto consigo atravessar através do portão." Conforme fui me aproximando, fui ficando cada vez mais eufórica ante a possibilidade do que estava para ocorrer. Quando finalmente atravessei o portão, fiquei tão maravilhada que quis sair voando e tentei de fato fazê-lo, porém, caí no chão. A partir desse ponto tive diversos outros sonhos não lineares mas em todos estava lúcida e fiz diversos testes para confirmar a lucidez. A experiência foi muito interessante pois nunca havia tido uma "sessão" tão longa de sonhos lúcidos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sonho lúcido em terceira pessoa e falso despertar

Nesta madrudaga do dia 05/03/2008 tive um novo sonho lúcido. Para que se possa compreender seu significado e a complexidade da (meta) narrativa, é interessante dizer algo sobre o contexto da noite, nos momentos que antecederam o sono propriamente dito.
Duas noites antes do sonho, em meditação, percebi que uma boa "purificação" e aumento de lucidez seriam alcançados por meio da associação entre o estado de "fluxo caótico inconsciente" - obtido no estado hipnagógico - e aquela meditação em que se cria o observador - "Shamata". Assim, estendendo-se o estado hipnagógico ao máximo e conservando-se pelo menos um mínimo de lucidez, podemos estabelecer um contato intenso com tudo aquilo que nos seduz, nos perturba e nos desestabiliza - justamente a matéria prima dos sonhos em geral. Ora, parece-me que o que impede a lucidez onírica é exatamente essa perturbação íntima, pois nos sonhos vivenciamos com intensidade tudo aquilo que "nos afeta" intimamente. Esse estado de "perturbação" e desequilíbrio tem sua gênese exatamente no estado hipnagógico.
A idéia é, assim, "caçar Carmas" utilizando-se os sonhos: ao começarmos a ser hipnotizados e desestabilizados, acionamos a meditação, por meio da lembrança e da vivência da própria mente (criação do observador). Esse método tem outra vantagem, pois no estado hipnagógico, a frequência cerebral já se encontra alterada, o que nos possibilita uma meditação extremamente poderosa.
Em outras palavras (reproduzo minhas anotações da noite em que essas idéias emergiram):

"deve-se procurar o estado mais hipnótico e sedutor possível e, nesse momento - antes de o sonho acabar de se formar - acionar a mente meditativa. O estado mais hipnótico deve ser buscado por meio da imaginação e pensamentos que promovam maior envolvimento possível, a busca da ilusão e da sedução, acionando-se a inconsciência (caça ao Carma...). Porém, esse processo deve ser acompanhado de uma prática constante de Shamata que nos leve a um poderoso observador (por exemplo: prática diária de meditação focada na respiração e meditação da presença...)."
Posteriormente, vejo que há uma relação entre a proposição acima e a perspectiva budista em relação aos sonhos lúcidos. Como se sabe, esta propõe que acionemos a energia feminina primeiramente para, em seguida, acionar a masculina. (vide para mais detalhes o texto "A Buddhist Perspective on Lucid Dreaming).

Pois bem: na noite seguinte, dia 04/03/2008, não obstante me encontrar bastante cansado, tentei praticar um pouco de meditação focada na respiração. Entretanto, dado que estava exausto, a prática não se prolongou muito, apenas 10 ou 15 minutos. Resolvi então interromper e me entregar ao sono, sabendo que isso me levaria logo ao SONHO. Contudo, procurei, apesar do cansaço, observar o estado hipnagógico se formando...
Algo peculiar, entretanto, aconteceu, pois o sono não chegou tão rapidamente quanto esperava e, ao contrário, percebi que me encontrava particularmente imbuído pela sensação de "vacuidade" das coisas. É como se o "observador" fortalecido pelas práticas das noites anteriores - por meio da meditação - estivesse bem atento e "energizado", ainda que eu me encontrasse fisicamente fatigado e com sono. Esse "observador" não se entregava facilmente à seduçao e não se deixava desestabilizar pelo estado hipnagógico. Bastante tempo fiquei nesse estado e me ocorreu que isso seria propício para a obtenção da lucidez onírica.
Finalmente adormeci.
No meio da noite acordei, após ter tido o sonho que se segue (a descrição é algo confusa, pois, como ficará explícito, o sonho lúcido não foi o último sonho e a lembrança dos detalhes ficou apagada...).
Duas pessoas conversam sobre morte - é um sonho em terceira pessoa. Alguém fala que uma mulher solteira e rica estava para morrer sem aproveitar a vida. Nesse momento, um dos interlocutores - que parece que vai se tornando "Eu mesmo" - pensa:
"- Coitada, pelo menos se ela tivesse sonhos lúcidos poderia aproveitar a vida." - E essa pessoa, que agora sou eu, imagina como seria a mulher tendo sonhos lúcidos e, assim, essa imaginação se converte, no sonho, na própria cena em que Eu estou tendo o sonho lúcido.
O diálogo inicial, em que Eu estava ausente e se desenrrolava em terceira pessoa, converte-se em primeira pessoa, e agora sou eu mesmo que estou sonhando lucidamente ! (como se eu me convertesse na mulher que o interlocutor imaginou tendo sonhos lúcidos).
Interpretando agora essa passagem, é possível que a "mulher que está para morrer sem aproveitar a vida salvo através dos sonhos lúcidos" seja uma referência à perspectiva feminina da própria mente. Se essa interpretação estiver correta, talvez o que o sonho esteja propondo é que os sonhos lúcidos constituem uma excelente via para a parte intuitiva-receptiva da mente viver e entrar em ação !
Agora sonhando lucidamente, estou em uma sala, à noite, com uma grande janela (ou varanda) à minha frente. Como sempre, resolvo voar, muito alto, e vejo toda a cidade iluminada bem abaixo de mim, onde 2 grandes edifícios (blocos retangulares) se destacam. Edifícios envidraçados, com muitas janelas iluminadas.
No meio do vôo penso: é isso que está faltando para as pessoas: terem uma visão panorâmica de suas vidas e de seus problemas, pois cada edifício deste sonho são como fatos importantes ou problemas significativos. Percebo que estou RACIONALIZANDO e o sonho começa ficar turvo. Mas logo afasto esse pensamento e simplesmente vôo sobre a cidade.
Não me lembro bem, acho que pouso em algum lugar, mas não sei o que ocorre em seguida, pois depois HÁ UM FALSO DESPERTAR.
De fato, "acordo" muito excitado e conto meu sonho lúcido para alguém, com todos os detalhes acima, inclusive estabelecendo algumas relações com a meditação etc. Ou seja, durante o "relato onírico" do sonho lúcido, eu atribuo este último à vivência (real) ocorrida antes de dormir.
Digo mais ou menos assim:
"- Cara, eu tinha CERTEZA, CERTEZA ABSOLUTA que iria ter sonhos lúcidos esta noite. Eu estava muito energizado e meus pensamentos não se convertiam em sedução, ao contrário, eu estava muito "consciente da vacuidade" de tudo. Se eu descobrir o mecanismo do sonho lúcido, vou escrever um livro que vai abalar as estruturas."
Minha interpretação aqui é de que o sonho mostrou que a minha ansiedade em obter lucidez onírica é, ela própria, prejudicial à obtenção desta mesma lucidez. Ou seja, o "falso despertar" e a excitação, ainda em sonho, demonstrada na narrativa do sonho lúcido, mostram que essa excitação e ansiedade redundam em um novo sonho - e em um novo mergulho na sedução e na perturbação !
Em seguida - creio que estamos em um Shopping Center ou algo assim. Rumamos para a saída do edifício, mas ao invés de tomar o elevador, escorregamos por meio de canos (tal como o Batman fazia !! - rsrs).
Chegando na garagem subterrânea, penso:
"- Este método de descer é bem eficiente, só que dá direto no subsolo !".
Minha interpretação aqui é de que o sonho fez uma referência ao "atalho" para o inconsciente e as "instâncias subterrâneas da mente" - ou seja, fez referência à associação do estado hipnagógico com a meditação, assim como os próprios sonhos lúcidos já descritos cima.
Então, temos que sair da garagem subterrânea para o térreo. Porém, ainda estou muito excitado com o sonho lúcido e até comento:
"- Foi bem perigoso ter feito a metáfora no sonho entre a vida e a paisagem, pois quase acordo !"
Foi aqui que acordo de fato, em razão de um ruído externo.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Um Encontro com o Mestre em Sonho?


Hugo
Pequeno relato (Mestre interior)
Já li em alguns lugares que uma das coisas legais de se fazer quando tem um sonho lúcido é tentar procurar o seu "mestre interior". Eu sempre tentava ter SL e fazer isso, mas chegava na hora eu sempre esquecia, e fazia outras coisas: Como voar, na maioria das vezes.Outro dia eu me elmbrei, e procurei pelo meu mestre interior. Não deu 10 segundos de procura, encontrei um homem de uns 50 anos, sentado num banquiho. Suas feições eram uma mistura de eskimó e ocidental, seus cabelos pretos começando a ficarem brancos. Quando o vi tive certeza: "É ele!", mas fiquei em dúvida sobre o que perguntar.A dúvida não durou muito. Antes que eu pudesse falar, ele disse de forma clara e pausada:"Você deve ser como uma caixa de ferramentas. Você deve viver para os outros."Fiquei confuso e pouco depois me vi em minha cama novamente. Foi uma experiência muito louca!

Hugo
Up! Novo sonho com mestre interior

Bom, depois daquele sonho com o meu mestre interior, fiquei intrigado com a mensagem dele: Você deve ser como uma caixa de ferramentas. Você deve viver para os outros."Hoje tive outro sonho lúcido, e na mesma hora procurei novamente meu mestre interior. Quando virei o rosto vi um negão fortão, de braços cruzados e mal encarado olhando para mim. Sabia que era ele.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele disse: "cale-se!" Fiquei quieto. Depois disso ele se transformou em uma criatura franzina, branca com pelos vermelhos na cara (parecia um macaco mutante, com um rosto demoniaco). Então ele disse:
_Quer que eu te fale tudo de uma vez ou conte só o começo, para que se lembre com mais facilidade?
_Pode falar tudo. Mas antes, uma pergunta: Você é o mesmo mestre interior que encontrei antes? O japonês?
_Claro que não, UHAuhauhuha.
_Ok então, pode começar.
_Escute bem. grave o que vou dizer... lá vai: O Indio foguinho foi subestimado!
_Indio foguinho???
Aí ele começou a rir debochadamente de mim.
Até agora não sei o que ele quiz dizer com Indio foguinho UHAuhmAIuhAUHuhA.




http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=57010&tid=2552089289774962576&na=4

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sonho lúcido e falso despertar

Estou em um lugar com muitos móveis, como em um pequeno hotel (com mesas e estantes de madeira). É uma sala comprida quase um corredor. Estou explicando para alguém como é ter um sonho lúcido. Digo que enquanto fazemos uma determinada coisa - por ex. andar - basta querer que conseguimos voar, por ex.
Enquanto explico isso, resolvo mostrar esse exemplo, pois "quando tenho sonhos lúcidos, estes são bem reais...".
Assim, chego a brincar, mostrando (e dizendo) que:
"ao andar nesta sala, por exemplo, se isso fosse um sonho, poderia dar um salto sobre a mesa ou me enfiar na prateleira desta estante, ultrapassando-a."
Para minha enorme surpresa, no momento em que dou esse exemplo, ocorre o inesperado, pois, de fato, vôo sobre a mesa e me enfio e atravesso a prateleira da estante.
Descubro, estupefato, que tudo é um sonho !
Agora lúcido, resolvo voar e percebo que o sonho já começa a se desestabilizar. Lembro-me, então, de girar meu corpo, a fim de ficar tonto, uma conhecida técnica para manter o "onironauta" sonhando. E, de fato, o sonho continua...
Resolvo, então, encontrar uma mulher atraente, mas o sonho volta a ficar instável.
Não me lembro muito bem o que ocorre, mas creio que tenho um falso despertar dentro do sonho, voltando, portanto, a sonhar...
OBS: o sonho seguinte é uma espécie de pesadelo, porem deixarei de descrevê-lo aqui pois não se tratou de um sonho lúcido. Quando acordei, estava muito mais impressionado com este último sonho, razão pela qual, penso, algumas impressões e detalhes do sonho lúcido se apagaram, principalmente a parte final.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sonho Lúcido - CONVERSANDO COM O DIABO

Este sonho ocorreu no sábado, 16/02. Neste dia, assisti ao DVD do Livro Tibetano dos Mortos.
Vamos ao sonho:

Estava andando no corredor de casa rumo ao meu quarto. Entro no quarto e vejo o diabo sentado na minha cama!!! Fiquei paralisada de terror. Lembro-me que meu coração batia com muita força e o medo era indescritível.; uma mistura de terror, fascínio e alucinação. O diabo começa a me dizer que eu tenho nojo/medo de barata - e tenho mesmo - porque eu já fui uma e projeto todos os meus venenos nela. O diabo está de pernas cruzadas sentado na minha cama e, de repente, olho para janela (acho que estava tentando escapar daquela situação. Tudo se passou muito rápido) e vejo meu cachorro me olhando e ele não late para o diabo e nem percebe que estou apavorada. Neste momento, me dou contaque estou sonhando. Penso assim: numa situação de verdade o Tom Zé latiria para o diabo. Vem um alívio enorme! Viro para o diabo e calmamente digo que aquilo é só um sonho, apenas uma imagem, não é real. O diabo não fala mais nada e eu sento na janela para conversar com o Tom Zé (meu cachorro)

Os Sonhos e o Budismo Tibetano

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O estado de existência que nos encontramos durante a meditação ou os sonhos é compreendido segundo o budismo tibetano como sendo um Bardo (sânscrito: Antarabava). De acordo com esta tradição, também existem outros Bardos que serão os nossos estados de existência que se darão no período compreendido entre a nossa morte e nosso posterior renascimento.
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Ainda segundo esta tradição, a meditação e os sonhos, ambos podem ser utilizados para fim de nos preparar para a morte, para esses nossos futuros estados de existência. Nos preparar porquê? Segundo esta tradição a morte é um processo natural, no entanto, ainda assim, para muitos indivíduos, esta transição de estado é uma situação extremamente amedrontadora e que causa grande sofrimento. Isso porque, tudo aquilo que acumulamos nesta vida, tudo aquilo que até então era importante para nós - nossos familiares, amigos, posses, e especialmente nosso corpo - será perdido com a morte. O Bardo da meditação e o Bardo dos sonhos são oportunidades que temos para melhor compreendermos a realidade em que estamos, e também, as transições entre estes estados de realidade.
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Nesse sentido, alguns conceitos tais como o da ilusão sansárica, em que a vida aqui nada mais é do que uma espécie de sonho; ou então, o conceito da impermanência das coisas, de que nada dura muito, que tudo é impermanente, de que os seres através da história, não importando o quão grandes, ricos ou poderosos, sempre se depararam com estas mudanças de estado: nascimento, doença, velhice e morte; etc. são exemplos de conceitos fundamentais para fim de nos encontrarmos mais equilibrados e menos aptos a sermos dominados pelas emoções e pelo sofrimento desta mudança inevitável.
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No budismo tibetano uma prática relacionada com os sonhos é mundialmente conhecida como Dream Yoga (yoga dos sonhos). Nesta prática busca-se a lucidez no sonho (a consciência de que o sonho é apenas um sonho). Neste estado, assim como num estado de meditação profunda, os níveis de nossas ondas cerebrais encontram-se em um nível muito baixo, o que nos permite o isolamento do mundo externo, e também de nossas sensações corporais, e um maior contato com as raízes inconscientes de nossas estruturas mentais, muitas das quais geram as conseqüências negativas que vivenciamos no mundo cotidiano. Nesse sentido o yoga dos sonhos é uma técnica de auto-conhecimento, controle, purificação e desenvolvimento mental, e, como falado inicialmente, também uma forma de nos preparamos para as transições de estados existenciais.


Referências:
Rinpoche, Chagdud Tulku. Vida, Morte, Sonhos e Meditação: os Seis Bardos.
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Sono, Sonho e Meditação

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Existe uma profunda ligação entre o sono, a meditação e os sonhos. O estudante que quiser progredir na ciência da meditação deve aprender a provocar e controlar o sono. Meditação sem sono prejudica o cérebro e não traz resultados. Quando o estudante começa a meditar de forma correta, numa primeira etapa experimenta as realidades ocultas na forma de sonhos. Vêm-lhe à mente muitas imagens confusas, enigmáticas e profundamente simbólicas. Despreparado, não consegue entender. Mas, se for persistente, começará a compreender o que eles (os símbolos) significam em sua vida interior e que papel representam.

Numa segunda etapa, o estudante deixará de sonhar. Se dará conta que está fora do corpo físico e então começará a exercer domínio sobre o processo. Quando uma pessoa se dá conta que está no mundo dos sonhos, pode conduzir a experiência. Isso representa um gigantesco passo dado rumo ao despertar da consciência. Muito mais tarde, no tempo, o estudante que persistir em sua disciplina dos sonhos e da meditação, acordará ou andará totalmente desperto nas dimensões sutis da natureza, podendo ali penetrar ou delas sair à vontade.
A meditação é fundamental para o desenvolvimento dos chakras. Quanto mais se meditar, quanto mais profunda for a meditação, mais elevados serão os planos de consciência que se atingirá. Dia virá em que o estudante obterá o êxtase, o samadhi, o satori, o desprendimento total da alma ou da consciência de todas as amarras da matéria física, emocional e mental. Então, como São Tomás de Aquino, poderá dizer: "Tudo que antes havia lido, tudo que sabia através dos outros não passava de água de rosas...".

Fonte:
http://yogadossonhos.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Povo Sonho

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Reedição de "Maggie's Farm", Alternative Network Magazine Edição n2 36, 1987

No meio da névoa encoberta das montanhas da Malásia Central, vive o extraordinário senoi - o Povo Sonho. A tribo senoi é uma cultura única e admirável que tem sido um quebra-cabeça para os antropólogos desde os anos 30. É um povo completamente pacífico. Eles não têm sistema nu­mérico, linguagem escrita nem nenhuma tecnologia. Ainda as­sim, entre eles há cientistas surpreendentes com alto nível de sofisticação mental, social e bem-estar emocional.

Esse povo admirável é mestre no que nós, no Ocidente, chamamos de "resolução de conflitos". O segredo deles está ligado, de algum modo, ao fato de que a vida diária senoi ba­seia-se inteiramente em seus sonhos. Apartir do momento em que uma criança senoi pode falar, aprende a sonhar e a proje­tar a vida nos sonhos para dominar as forças que eles revelam.
Os sonhos são a verdadeira inspiração e fé dos senoi, pois eles acreditam que os sonhos revelam a mais profunda realida­de, a "palavra do espírito", da qual os eventos que experimen­tamos se originam.

Os pais senoi encorajam seus filhos a viajar por localidades específicas em seus sonhos - como as florestas que existem na região - para ver se a pesca ou a caça serão boas no dia seguinte.Espera-se que as crianças projetem suas almas além das fronteiras normais, pois eles acreditam que isso as torna carismáticas e fortes. Por outro lado, o medo conduz a alma de uma pessoa para o seu corpo o mais profundamente possível, o que, para os senoi, é uma condição desfavorável, que conduz à doença. Os senoi ensinam suas crianças a soltar os medos re­primidos através dos sonhos, que funcionam como uma "válvu­la emocional segura". Eles acreditam que qualquer coisa expe­rimentada num sonho pode ser usada com vantagem ou desvantagem, desde que o sonhador seja sábio o suficiente para saber usá-Ia.

A educação extensiva do sonho que as crianças senoi re­cebem em seus primeiros anos de vida tem produzido uma so­ciedade na qual os sonhos desempenham uma posição central na interação com os adultos. Eles são seriamente discutidos nos conselhos dos vilarejos, e decisões sobre onde e quando a terra deve ser semeada não são tomadas até que seja permitido sonhar com isso.
Quase toda a arte senoi, incluindo música, dança e deco­ração, é inspirada pelos sonhos, assim como a religião senoi. As crianças são planejadas e têm seu nome escolhido através dos sonhos, que desempenham também um papel importante no diagnóstico e tratamento das doenças. Os jovens encontram suas esposas primeiro em sonhos, e assim que ficam sabendo quem é ela e onde está viajam para encontrar a garota de seus sonhos!

Os senoi são "animistas" que acreditam que tudo na sel­va abundante a seu redor tem uma essência espiritual viva. Eles não vêem a si próprios como geradores de consciência, como nós, no Ocidente, mas sim como "canais" da essência vital, que é muito maior que qualquer indivíduo. A consciência é consi­derada mais importante que tempo, espaço ou matéria. E a base dessa crença é a evidência real dos sonhos, pois eles po­dem, muitas vezes, revelar uma visão do futuro ou um evento muito distante para ser conhecido por meios normais.

Talvez a característica mais impressionante dos senoi seja a timidez. Senoi simplesmente significa "gente", e os antro­pólogos acreditam que eles sejam os últimos remanescentes de uma cultura antiga de uma sociedade sofisticada que se esten­deu por todo o Sudoeste da Ásia, mas foi pressionada para o interior das montanhas devido a invasões de povos agressivos e mais avançados tecnologicamente.Os senoi são pessoas extremamente gentis que abomi­nam a violência e têm um grande orgulho ao dizer: "Nunca sentimos raiva, somente os estrangeiros sentem raiva". Eles evi­tam os estrangeiros e a confrontação, retirando-se para o inte­rior da mata para sonhar.

Como quase nenhuma violência ou crime existe em sua cultura, os senoi nunca tiveram necessidade de criar um siste­ma de autoridade. Qualquer disputa (geralmente em relação às mulheres) é ouvida por um grupo selecionado para julgar o assunto tão rápido quanto possível. A única idéia tradicional de status é o título de "Tohat", ou curador. As crianças senoi não tomam parte em jogos competitivos, mas brigam e brincam como qualquer criança.

Pesquisadores acreditam que o equilíbrio psicológico extraordinário que caracteriza a sociedade senoi se deve ao fato de que as pessoas são criadas para apreciar a força fundamen­tal e psicológica que os sonhos revelam. A falta de conflitos na sociedade senoi é atribuída à sua técnica de dissipação de ten­são social em seus sonhos, que impede que essa tensão se ma­nifeste durante as horas em que estão acordados.

Os senoi são de uma gentileza fora do comum durante as horas em que estão acordados e acreditam que a violência nos sonhos não é ruim, pois matando as imagens que causam o terror eles destroem seu poder de ferir. Dados psicológicos de vários grupos revelam uma habilidade considerável para con­quistar "inimigos fantasmas" e encontrar "tesouros" em seus sonhos.
O adolescente senoi aprende a tocar o "poder" de seus sonhos através do desenvolvimento de relacionamentos pro­fundos, que duram a vida toda, com os "espíritos" que eles encontram em seus sonhos - os Gurag, ou ajudantes dos sonhos, que são considerados professores e dão aos senoi o dom das canções, das danças e dos poderes especiais.

A prática dos sonhos dos senoi funciona a partir do prin­cípio de que, acordados, criamos imagens de pessoas e objetos que vemos ao nosso redor. Através dessa gratidão pelo uso ati­vo do sonho, os senoi estão constantemente conscientes de que, num certo nível do nosso ser, estamos intimamente conectados com todos e com tudo o que conhecemos. Os senoi acreditam que tudo é vivo, reconhecem que o mundo, como o percebemos, está cheio do nosso próprio espírito e enten­dem que todos nós criamos o mundo que experimentamos. Através de seus sonhos, os senoi encontraram um meio de libe­rar o potencial criativo e ter acesso aos tesouros mais profun­dos da alma humana.

“COMUNHÃO INTERIOR” de Sondra Ray, Editora Gente, 1999

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sábado, 9 de fevereiro de 2008

LÓTUS DO SONHO



TARTHANG TULKU
A Expansão da Mente



Nos sonhos, podemos fazer o impossível - podemos trans­formar nosso corpo, usar de telepatia e até voar. Nosso estado de sonho é como sondar as profundezas do oceano, ao passo que nosso estado de vigília é como navegar na superfície do mar. Como os sonhos não são elaborados de forma consciente, mas brotam espontaneamente, conseguem se desviar dos filtros exis­tentes em nossa consciência do estado de vigília. Nossos sonhos podem nos levar a um conhecimento inalcançável em estado desperto.

Todavia, nem sempre é fácil trabalhar com o estado de so­nho, pois ainda precisamos usar nossos conceitos comuns para entrar em contato com as experiências oníricas. Há formas, po­rém, de nos sintonizarmos com a densidade e o ritmo do padrão dos sonhos, e, assim, explorarmos essa fonte de conhecimento. Uma delas é praticar certas visualizações logo antes de irmos dor­mir.

A fim de favorecer este tipo de visualização, o ideal é criar uma qualidade de sentimento adequada, relaxando-nos de mo­do profundo, imediatamente antes do sono. Em especial, relaxe a cabeça e os olhos, os músculos do pescoço e as costas, e, por fim, relaxe todo o seu corpo. Solte toda a tensão e, limpando a mente tanto quanto possível, simplesmente fique deitado e res­pire de forma muito lenta e suave. Deixe seu corpo e sua mente sentirem a qualidade leve e reconfortante do relaxamento.

Em seguida, conduza a mente da maneira delicada como você, talvez, conduziria uma criança pequena. A mente gosta muitíssimo de sentimentos; por isso, faça-a assentar-se com sen­timentos calorosos, alegres e tranqüilos. A mente pára de ficar pulando de um lugar para outro; suas preocupações e conceitos vão desaparecendo e você será capaz de relaxar profundamente. Agora, você está em condição de visualizar de modo eficaz.

Quando você estiver se sentindo bem calmo e sereno, visua­lize uma flor de lótus linda e suave, em sua garganta. O lótus tem pétalas rosa-claro que se curvam ligeiramente para dentro; e, no centro deste lótus, há uma chama luminosa de cor laranja avermelhado, que é clara nas bordas, passando a uma tonalidade mais escura no centro. Olhando com bastante suavidade, concentre-se na ponta da chama, e continue a visualizá-la tanto tempo quanto puder.

Esta chama representa a atenção pura, que tem a mesma qualidade luminosa da energia do sonho. As experiências da nossa vida no sonho e no estado desperto têm características diferentes. Mas, visto que sua estrutura é essencialmente a mes­ma, a atenção plena de um estado pode passar desimpedida pa­ra o outro.

Continue a manter a imagem do lótus e da chama. À me­dida que você faz isto, observe como os pensamentos surgem e como a imagem visual do lótus se entrelaça com eles. Note como esses pensamentos e imagens refletem as suas próprias associações, passadas e presentes, bem como as suas projeções futuras. Observe este processo, mas continue a se concentrar no lótus, de modo que sua visualização permaneça clara.

Pode ser que outras imagens continuem a entrar em sua mente, e talvez você sinta que não possa conservar a mente li­vre de pensamentos nem por um minuto. Não se preocupe com eles; apenas observe o que acontece, seja o que for. Embora ou­tras imagens e pensamentos apareçam na mente, enquanto o fio da visualização permanecer intacto, ele vai se transpor para o sonho. Todavia, tentar interpretar ou "pensar sobre" sua visua­!ização quebrará este fio. Cria-se um hiato entre o estado de vi­gília e o do sonho, e sua visualização e sua atenção pura se per­dem; sua atenção pura vai se perder no sonho. Portanto, tome cuidado para não forçar a visualização; apenas deixe que ela aconteça, mantendo, porém, sua concentração no lótus.

Deixe que a forma se reflita sobre sua atenção pura até que sua atenção e a imagem se tornem uma só coisa. Então, não ha­verá espaço para pensamentos - esta é a contemplação plena. Quando a concentração é completa, sujeito, consciência, objeto, imagens, todos se tornam uma só coisa.

De início, quando você passa para o estado dos sonhos e as imagens aparecem, talvez você não se lembre de onde elas vie­ram. Porém, sua atenção pura irá naturalmente se desenvolver, até que você seja capaz de ver que está sonhando. Quando ob­servar com muito cuidado, será capaz de ver toda a criação e a evolução do sonho. As imagens do sonho, que a princípio são borradas e difusas, vão se tornando claras e abrangentes.

Esta atenção clara é como ter um órgão especial de cons­ciência que nos possibilita ver o estado de vigília a partir do es­tado de sonho. Por meio desta prática, podemos ver uma outra dimensão da experiência, e ter acesso a uma outra forma de co­nhecimento de como a experiência surge. Isso é importante, pois, quando sabemos isto, podemos moldar nossas vidas. As imagens que emergem da atenção pura no sonho irão intensificar nossa atenção pura no estado de vigília, permitindo-nos ver melhor a natureza da existência.

Com prática continuada, vemos cada vez menos diferença entre o estado de vigília e o estado de sonho. Nossas experiên­cias na vida acordada se tornam mais vívidas e diversificadas, como resultado de uma atenção plena mais leve e refinada. Não ficamos mais limitados pelas concepções convencionais de tem­po, espaço, forma e energia. Dentro dessa perspectiva mais vas­ta, podemos também verificar que os assim chamados feitos e lendas sobrenaturais dos grandes ioguins e mestres não são mi­tos ou milagres. Quando a consciência une os vários pólos da experiência e passa além dos limites do pensamento convencio­nal, poderes ou habilidades psíquicos são, na verdade, naturais.

Este tipo de atenção plena, baseada na prática com sonhos, pode ajudar a criar um equilíbrio interno. A atenção plena alimenta a mente de um modo que nutre todo o nosso organismo. A atenção plena lança luz sobre facetas da mente até então não vistas, e ilumina o caminho para que exploremos dimensões sem­pre novas da realidade.

Sonho lúcido reflexivo

Este sonho me ocorreu nesta manhã, após um período acordado no final da madrugada, intervalo este em que meditei por cerca de 1 hora (meditação de concentração com foco na respiração). Após o período de meditação, resolvi voltar a dormir, porém ainda tentando conservar a lucidez, utilizando uma variante da técnica WILD, focando, porém, na vontade (ou melhor "firme propósito") de manter-me lúcido.

Acredito que essas práticas influenciaram bastante na formação do sonho lúcido, inclusive porque, parece-me, já entrei em sonho parcialmente lúcido, o que se refletiu no caráter "reflexivo" do sonho, como se verá a seguir.

Após acompanhar a formação de diversas imagens e "proto-sonhos", não sei bem quando mergulhei em um sonho mais estável e longo, de modo que o que relatarei aqui é a parte final de um sonho mais longo.

Estou no banco de trás de um carro, olhando para trás, observando a paisagem que se afasta enquanto o veículo anda. Penso mais ou menos o seguinte:

- "É engraçado, pois em um sonho sempre ocorrem coisas estranhas e aqui nada de errado está acontecendo, exceto por aquelas árvores lá longe, com formato meio esquisito, mas não são tão estranhas assim...". - Esse pensamento ocorria enquanto observava atentamente as árvores ao longe, e, ao mesmo tempo, tentava observar na paisagem e dentro do carro qualquer sinal que me confirmasse tratar-se de um sonho.

Então me ocorre uma idéia:

- "Talvez eu não esteja CONSEGUINDO detectar o que está estranho, pois em um sonho SEMPRE ocorrem coisas estranhas...Já sei! Talvez o MOTORISTA seja estranho !"

Porém, ao invés de me virar para a frente e observar o motorista, RESISTO A ESSA IDÉIA e continuo a olhar a paisagem. Surge então uma reflexão dentro do sonho: "por que será que não desejo olhar o motorista?"

Parece-me que a resistência ao desejo de olhar o motorista ocorria em razão de falta de lucidez. E, indo mais longe, esse fenômeno também ocorre na vigília: talvez não tenhamos tanta frequência em sonhos lúcidos (e mesmo mergulhar em meditação profunda) em razão de um certo comodismo, uma falta de vontade, um apego ao "conforto" em não ficar lúcido, uma espécie de preguiça, que nos põe a mover em direção à alienação. Creio ser essa a mensagem do sonho, nesse momento.

Não obstante, a lucidez aumentaria mais tarde, nesse mesmo sonho.

Não está claro em minha memória o que ocorre em seguida, tentarei narrar da forma que me parece mais provável, embora alguns fatos talvez estejam em ordem invertida.

Lembro-me que após aquela reflexão sobre o motorista, adormeci dentro do sonho, sonhando que estava em um pátio em frente de uma casa. Olho para baixo e vejo um pequeno inseto, que se transmuta em minha frente, voando em seguida. Penso:

-"Agora sim ! Isto é uma coisa estranha, como num sonho !"
Então, completamente consciente de que se trata de um sonho, tento voar, mas não consigo. Mas como já sei que é um sonho, persisto e consigo flutuar na rua.
Me vejo então na Av. 9 de Julho, flutuando entre as pessoas e veículos. Minha mãe aparece na calçada e exclama:
- "Então voce agora já consegue fazer isso no meio de todo mundo e em plena luz do dia !"
Resolvo então voar mais alto e posso agora vislumbrar os edifícios de apartamentos.
Aqui, como em outro sonho e em situação semelhante, fico um pouco confuso, pois tento "me lembrar" o que eu deveria fazer ou procurar, uma vez estando lúcido no sonho. Só que, agora, ao invés de acordar, respondo para mim mesmo:
- "Não importa, o que eu devo fazer é desfrutar do sonho !"
Minha interpretação aqui é de que, em um sonho, não podemos ser cínicos e mentir para nós mesmos. Assim, idéias elaboradas a partir de meras racionalizações não são bem-vindas dentro dos sonhos. Nestes, somos aquilo que realmente somos ! No caso, poderia ter feito "algo melhor", sem dúvida, porém, esse "algo" deveria estar em consonância com todas as esferas da mente (as vontades inconscientes etc). Por isso, o "desfrutar o sonho" foi uma espécie de "consenso" interno entre as diversas instâncias da mente.
Provavelmente em razão dessa idéia - "desfrutar o sonho" - vejo ao longe, em um dos apartamentos, uma mulher loira, de sutiã, na janela. Vôo até ela, mas ao me aproximar, sua face está nublada, pouco nítida.
Aqui começo a acordar...
Ou melhor, quase.
Pois ao acordar, permaneço de olhos fechados, em estado de sonolência, apenas observando o vermelho das pálpebras fechadas.
Sinto um adormecimento nas pernas, mãos e lábios, uma sensação agradável.
Entretanto, meus pés parecem se mover, apesar de me encontrar completamente imóvel.
Permaneço assim talvez pos uns 2 minutos, apenas sentindo essa sensação, de olhos fechados.
Enquanto isso, me ocorre que talvez seja essa a sensação daqueles que experimentam viagens astrais.
Fico nesse estado por mais algum tempo e parece que começo a ver o quarto em que me encontro, embora de olhos fechados. No entanto - verificarei mais tarde - esse quarto, ainda nublado, não é o quarto em que realmente me encontro, o que me levará a supor, mais tarde, já acordado, que talvez estivesse entrando novamente em estado de sonho. Ou não ?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Mergulho no subconsciente

Thomas Merton


Logo após começar as preces contemplativas, as portas de sua mente subconsciente abrem-se, e toda sorte de figuras curiosas começam a surgir valsando em cena. Se você for sábio, não irá prestar atenção a essas coisas. Permaneça simplesmente atento à Deus e mantenha sua vontade calmamente direcionada a Ele, num simples desejo, enquanto a intermitente sombra desse filme irritante vai para o remoto pano de fundo. Elas não vão machucá-lo - não fique ansioso por essas imagens. É o trabalho divino de Deus - não intrometa-se no Seu trabalho durante a oração.

Thomas Merton, do livro Novas sementes de Contemplação

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Técnica "WILD" (induzindo lucidez desde o início)

Transcrevo abaixo um "tutorial" da técnica "WILD", que se propõe a induzir sonhos lúcidos a partir do início do sonho. Ou seja, entra-se no estado de sonho sem perder a lucidez.



O tutorial abaixo, em inglês, contém 3 diferentes técnicas ("the breathing method" ; "the third eye method" e "the make your own method"), porém todas elas partem de princípios semelhantes: busca-se a manutenção da atenção consciente até que as imagens oníricas começem a se formar após o estado hipnagógico.


Assim, por exemplo, o onironauta conta sua respiração no momento que inspira e, ao expirar, repete mentalmente "estou sonhando". Ao perder a consciência, a repetição mecânica dessa espécie de "mantra" carrega a mensagem (e a consciência) até o momento em que as primeiras imagens oníricas começam a se formar.




Segue o texto (em inglês), extraído do site: http://www.dreamviews.com/community/showthread.php?t=30783


There's three different tutorials in this one topic, the way this works is that you read through the post just like normal until you come the method selection section, you can either go with the "concentration induced WILD" , "The Third Eye Technique", or go all freestyle on my ass and use the "Make your own method- method".


WILDs are very strange things... sometimes you'll fall directly into the dreamstate like 10-20 minutes after starting, and other times it can take a good 2 hours to begin to actually enter a dream.
Keep in mind that very rarely will two WILDs be exactly the same.

Yes you can go to bed a couple minutes after you wake up, the important thing is to have been asleep 5-7 hrs before getting up to WILD, everyone's different with WILDing, thus what you have to do is adjust the WILD to fit with your bodies needs, ill try and make out a step by step list of things I do before, during, and after I WILD. Ill also mark the parts that can be changed for your special needs.

I'll label these in steps.


Try to have had a steady sleep schedule for the past couple of days (ex: going to bed at 8 PM and getting up at 6 AM for the past three days)


Now go to sleep at the time you've been going to sleep at for the past three days and set an alarm to wake you after you've slept for 5 1/2-7 hrs (I usually go to bed at 8 PM and set my alarm for 3 AM on WILDing days)


Wake up at the set time (remember you MUST have slept for at least 5 1/2-7 hrs or else it will be extremely hard to WILD, also I find it helpful to have at least another 2 hrs of darkness outside when you wake up after your 5 1/2-7 hrs, but its not necessary) at this time you'll most likely feel outright like a pile of shit ( yeah I tried) but seriously even if you don't feel you need to, you should use the restroom and get some water.
Just don't drink a glass or something for obvious reasons.


When your LD ends wake up, and DO NOT GO BACK TO SLEEP, no matter what. Even if you feel that you could WILD again just DON'T, because all that dream imagery you just saw and heard would be deleted, you should also remember to do a reality check or two right after you wake to catch any pesky false awakenings Write down your LD and have a good time reminiscing about it all day long (again, don't go back to sleep no matter what. when you get up the next morning [even if you only sleep for 20 minutes] that amazing LD you just had will feel like it was just a normal dream, foggy and broken.


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IMPORTANT NOTES:
These are things I might not have put into that huge lump of text. Have a regular sleep schedule; this helps LDing in every method Reality check all the time, anytime you see something that's either "wrong", just slightly odd, or unexpected... do reality checks, and really test your reality, think about what could happen if it were a dream (think happy things not nightmarish scenarios) do a nose reality check and then look at the back of your hand a few times to see if you have six fingers
The days before you WILD work out a scenario for what your going to do, what I used to do (and still occasionally do) is the day before WILDing I think about exactly what I'm going to do in the LD such as: "get out of my dream-bed, do a reality check to see I'm dreaming, focus on hand, focus on sound, jump out of window and fly to work, tell boss off, punch boss, attack co-workers, etc.". (This isn't at all necessary but it gets you fired up for the WILD).
go through exactly what your going to do over and over the day and night before you WILD until you have it totally set in your mind, when you wake up to WILD go through it in your head maybe once, but don't think about it too much or you'll have problems focusing when your WILDing.
Do reality checks alot during the 5-70 mins before your WILD Don't eat during the 5-70 minutes your up before WILDing. If you do, The WILD will likely be harder (not sure why, I think it has to do with their being a taste in your mouth as your WILDing, thus drawing your attention to this world, which in affect makes it harder for your subconscious to create a fake world. or maybe its just a mental handicap I've put on myself, I've never been able to WILD after eating.)
If you feel an itch or start to feel super uncomfortable during your WILD, DO NOT MOVE, it will go away very quickly if you just focus more on doing to the WILD (ie. breathing in and relaxing further)
In the event that you were to move then just go ahead and roll over and hope you get a DILD In the middle of WILDing some people say that they suddenly feel their pulse rising exponentially, don't get freaked out.
Keep in mind that anything you experience is totally natural and happens EVERY TIME you go to sleep at night, it's just when your WILDing you get to consciously spectate


QUESTIONS AND ANSWERS:


Ok I'm gonna put some common questions that almost every noob asks in here, and ill try to into depth about the answers.


Q) How do I know when I should begin WILDing after my 5-7 hrs of sleep?


A) This is one of those questions that everyone asks and almost no one knows the answer to. The truth is, you don't know when to go back to your bed for WILDing, this alone is the reason why so many noobs have trouble with the WILD method.
Finding your target amount of time to stay awake before WILDing can take quite a few nights worth of failures (its worth it though, because once you find it you can use it indefinitely).
Anyway, here's how I first found my target wake time; it took me about a week: I went to bed at a set time every night and got up to WILD at a set time (went to bed at 8 PM and got up at 3 AM) this will change for everyone so just set a time where when you get up for your WILD in the night you still have 2 hrs of total darkness (i.e. if the sun is rising at 6 AM get up at 4 AM).
Now that you've been going to bed for the past 3 nights at say, 8 PM and getting up at exactly 6 AM every morning (without the WILD in-between) you can begin to find your target WILDing time. Go to bed at 8PM at get up at 3 AM (again your hours will likely be different just be sure that you have 5-7 hrs of sleep before you get up to WILD [excluding an added 30 mins of relaxation after you get in bed] ). Now when you wake up to WILD, stay up for 30 minutes without cola or any substances to wake you up, then go to bed and WILD. If you find that you almost instantly become incapacitated and fall asleep then up your time to an hour, but if you find that you're TOO awake to WILD (you lay there doing your technique until its time to get up in the morning) then you should down your time by up to 10 minutes. Keep adding and taking away minutes in 10-minute increments until you find a time where you can lay doing the technique for at least an hour and by then you should have had a WILD anyway.


Q) Is it possible to WILD before sleep?


A) This all depends on the person. Some people have reported only being able to WILD before sleep, some only after sleep. Others say they can WILD at will- that there's no difference in WILDing before or after sleep.
Personally I've WILDed both before and after sleeping. It was just a little harder to do before I slept (not impossible). Still I only do it after sleeping. The WILDs themselves are much longer, more vivid, and more coherent.
Ok that's about it, hope I helped


Method number 1: Concentration Induced WILD


For starters, you absolutely should NOT be waiting for HI or any other thing that people say they see, I myself rarely feel SP or see HI, I don't "see" anything because I'm so focused on my breathing.

Lay on your back in a comfortable position, make sure there's no pressure points on your body that are going to interfere with your relaxation (ie. a pillow that's making a slight dull ache on the back of your head or something like that). now that your in a comfortable position make sure your arms aren't laying on your body and begin to breathe deeply through your mouth (by deeply I don't mean try and suck in as much air as you can, but rather as much as feels comfortable. Also, you want to stimulate a slight {note the use of the word slight} noise when you breathe in {don't try to be totally silent as your sucking in}) as you breathe in say in your head "one", then as you breathe out say "I'm dreaming". As you breathe in and say the number your at, its helpful (for me) to see the number scrolling into my view with the numbers before and after it on the top and bottom of it (try to see all this as your saying the number) also try and see the words "I'm dreaming" appear and fade out in your head as you say them.
You only have to see them until you get to about number 100-150, then you'll find that its much easier to concentrate and not have random thoughts pop into your head by just listening to yourself say the words.

You will have trouble concentrating at first, if you ever find your mind wondering off thinking about what you watched on TV last night or something random just put more force into saying the number and sentence, If ever you feel that nothings happening just keep in mind that your body hasn't moved for X amount of time, thus SP is closer than ever.

Keep doing this until your in the LD. Don't get discouraged if you count to like 400 or something, that just means the WILDs 400 breaths closer

Look at the entire WILD like this:

your mind doesn't get any stimulus from you saying stuff like: "move my eyes" or "reposition my left arm". your mind doesn't get any commands to move your body for so long that it says: "wtf he must have fallen asleep or something" and goes into SP.

Also, (just so you know) the reason your focusing on your breathing is to keep your mind awake and aware (If you didn't have something you were concentrating on you would begin to think about random meaningless thoughts that would lead to you losing consciousness)

Eventually you will find yourself experiencing one of the following, this will tell you that your entering a dream:
falling through your mattress and landing on your dream-bed.
suddenly finding yourself standing up in the middle of some random dream location fully aware of your lucid state (a massive eternal field of flowers for example).
seeing a light in your vision and suddenly being pulled towards it at what feels like an extremely fast speed.
Suddenly you find that your eyes are open and your sleepmask gone

You feel a single wave of energy pulse through your body, suddenly you feel revived and like you just cant WILD anymore

You don't feel anything at all, you just have to risk all and do a reality check (this is very uncommon, remember that if you do a reality check then your giving up all chances of having a successful WILD after that. {in the event that it says your not asleep})

(those are just a few, the experience varies with the person)



Method number 2:The Third Eye WILD


Lay on your back in a comfortable position, once you get good and ready tell yourself "I will not move until I make it into a dream"
This promise is important, if ever you move after saying this, you pretty much void all the time you've spent relaxing your body (thus making sleep paralysis farther away).

Now that your laying down on your back in a comfortable position, its time to begin the method.
I've outlined it in two easy to read steps ():

Step One:

Bring your body into a state of total relaxation and freedom from your inner voice, you can do this many ways but the one that I've found to be most efficient is as follows:
(note: your not trying for vibrations, or magical balls of light to be floating around your vision, your merely trying to relax as much (and more than) the amount your body is capable of relaxing)

my relaxing method: begin to clear your mind, do this by counting off your breaths (ie. "breathe in, breathe out- one" "breathe in, breathe out- two" etc) every time you notice your mind is wandering focus harder on the numbers your counting off.
Keep doing this until your mind is free from crazy thoughts and rampant worries (it usually takes me about 10- 20 minutes, or about when I reach my 300th breath out, this may vary for everyone, but its best to at least count to 300 (I've been doing it every other night for 13 months and it takes me to 300 before I'm "there")

Step Two:

Now your body and mind are in a tranquil state of awareness. your mind is calm, your body numbing, at this point all there is in this world is your body, your not thinking about whats going on around you or anything other than that. DON'T TRY TO BECOME MORE AWARE If you did what I just told you to do in step one, then your mind should be free of thoughts, the serenity of it will be amazing. you wont be thinking verbally, but in thought packets, that you can't hear (sounds odd now, but its totally natural when its happening, if you don't experience this then go back to counting off your breaths until your mind is free of thoughts. then continue this step).
Anyway here's your task, do it, and you'll be thrown into an LD:

task: continue to only think about relaxing your body, your no longer counting your breaths, but your still noticing them. every time you breathe out make your body more numb/relaxed than it was before.

Do this for a little while (not being too excited about whats happening, but still relaxing with every breath out) eventually you'll start seeing vivid images in your head, these go on for a little while (you've stopped focusing on your body but your still trying to relax when you breathe out) eventually these HI will be extremely vivid (I can't give you a time-frame because this state of mind is timeless, your breaths blend into one another and you lose all perception of time and space), you'll see a random object, maybe it'll be a cup, or a lollipop. suddenly that cup/ Lolly will be setting on a table or on the ground or something (it'll be more than seeing it in your head, its more of your looking at it with your eyes) This is when you have to start thinking a little bit.

the cup is now sitting on the ground, notice what type of ground its one (ie. "oh the cups on cement") the trick is to not say "the cup will be sitting on grass" or something like that. Your not making the scene, the scene is being built in front of you. you just have to stay conscious while this is happening.

This all happens in an instant. you'll see a cup, then the cups sitting on the ground, then you suddenly (without conscious action) look up and see a bouncing highway, then you realize your legs are moving, and finally your fully in, it turns out that the scene you just watched being created was you taking an afternoon jog down the sidewalk in front of your house. your now in a lucid dream, you can do anything your heart desires



Method number 3:Make your own method- method

(use this only if the other two don't work, it's basicly a last resort.)

This isn't so much a method as a way of making your own method. It's the simple rules that lay at the core of every WILDing technique.
Here's the rules for you, I'll explain them as I state them:


Find a way to relax your body to a point where it can no longer relax further.
Theres alot of ways to do this.
This is the first thing you do as you WILD, relax totally, then start your technique


Don't move during your WILD
basically you can't move at all after you lay down and say "I'm starting my WILD right now".
If you move, you stave off Sleep paralysis


Don't be thinking about What your going to do when you get into the dream as your WILDing. (or about anything else)
Thoughts about what happens when you enter the dream, or about what Jimbob's doing right now break the concentration that you must have to WILD, you can't be thinking "I can't wait to get into the dream" or "I wonder if I'm in SP yet" or anything like that at all


Find one thing to concentrate on.
This can be your breathing, a vivid mental image, a tactile sensation, basicly anything thats either very repetitive (ex. your breathing), very unchanging (ex. a mental image of a lighter sitting on a table), or both.
The key to this is that you have to really concentrate on this one thing nonstop throughout your entire WILD. never changing it (in other words don't go from seeing a lighter on a table to focusing to your breathing halfway through the WILD).



so there you have it, the base of all WILDs